Lucy Ruza

Os dias começaram a passar calmamente, eu pensei que o Théo fosse aparecer no colégio ou mesmo na casa da Aileen mas ele não fez isso, ele sumiu, e não sei como mas a cada dia que passa ele consegue me magoar um pouco mais profundamente, perto disso o Kris estar do meu lado por causa da minha aparência não parece nada. Para falar a verdade eu até fico meio feliz disso ter acontecido, se a Charlie faz tanta falta eu gosto de poder trazer um pouco de alegria para a vida do Kris, ele é muito divertido, e às vezes eu pareço mais a sua filha do que “irmã”.

 Não fazemos nada demais, apenas programas de amigos mesmo, como ver filmes, conversar sobre besteiras, às vezes a gente se aventura na cozinha tentando preparar alguma coisa saudável, o que acaba se tornando apenas um monte de bagunça, às vezes ele insiste em sair de casa comigo, ir ouvir música de rua, ou apresentações de dança... Eu estou me divertindo, me divertindo mais do que em muito tempo, a única coisa que o Kris nunca mais deixou foi eu beber, nem mesmo um gole da coisa mais fraca que houvesse, eu me pergunto se ele esqueceu de que quem me deu a minha primeira bebida alcoólica em tanto tempo foi ele.

Faz quase duas semanas desde o dia que o Théo me bateu. Quase duas semanas sem falar com o Théo, sem mensagens ou ligações, sem ele dar a mínima para mim. Completamente diferente de como era nos primeiros meses, quando ele pensava que eu tinha nojo dele por ter pego ele com o Brian.

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- Kris por que você não... – Uma voz suave e alegre me acordou de manhã, eu estava deitada abraçada com o Kris, como ele não tem outra cama disponível, uma vez que ele não me deixa entrar no antigo quarto da Charlie, eu não tive escolha a não ser dormir com ele, nada demais uma vez que eu já fiz isso muitas outras vezes agora não faz muita diferença, mas acordar com alguém me olhando como se eu tivesse três cabeças não é a melhor coisa do mundo.

- Cha-Charlie? – ela apontou para mim drasticamente com a boca aberta e nessa hora o Kris acordou irritado, olhando para a garota loira na nossa frente com puro ódio.

- Lucy, você sabe que horas são? – ele bufou e virou para esconder a cara nos travesseiros, eu ri um pouco achando essa atitude e a carranca dele fofa. Eu olhei de novo para a menina na porta do quarto ainda abismada e me levantei da cama, ela ficou olhando para o meu pijama pelo que parece mais assustado ainda. Lucy, essa é a amiga do Kris. E parece que ela vai me dar algumas respostas.

- Oi – eu saudei com um leve bocejo, estendi uma mão e ela apertou depois de zonear um pouco, eu realmente devo parecer com a Charlie mais do que eu esperava.

- Ahn... Oi? - ela respondeu depois de uns minutos estranhos.

- Vamos sair daqui, daqui a pouco o Kris vai acabar realmente com raiva – eu disse quando eu o ouvi reclamando de novo, saímos calmamente do quarto, eu com uma Lucy meio apática a reboque, eu peguei na geladeira um copo de água e o tomei, eu ainda pude sentir os olhos da Lucy me fitando, quase como se estivesse me analisando das cabeças aos pés.

- Eu me chamo Rzaev Olívia, você é a Lucy certo? - eu me sentei em uma das cadeiras da mesa e ela meio que me copiou, ainda me olhando com aquele olhar estranho que ela estava me dando desde o começo.

- Sim... Olívia você e o Kris? – ela me olhou dos pés à cabeça e fez uma cara reprovadora, eu sei o que ela tá pensando... Que o Kris e eu temos um caso mesmo eu sendo menor de idade, e que provavelmente ele estava me enganando e tals e tals.

- Somos apenas bons amigos, eu tive um problema com meu irmão e então ele está me acolhendo por enquanto – a expressão dela não mudou de desconfiada, ou descrente, ela com certeza não acredita em nenhuma das minhas palavras, subitamente eu senti a vontade de falar para ela como tudo começou e eu disse, enquanto eu fazia panquecas para o café ela me ouviu, tudo sobre o Théo, como eu conheci o Kris e a briga que eu tive com o meu irmão.

- Deve estar sendo uma barra completa, por que você não vai para a casa dos seus pais? – ela perguntou e eu apenas suspirei enquanto virava a última panqueca.

- Eu, nossos pais… Ou melhor as pessoas que nos adotaram morreram em um acidente com gás doméstico a um pouco mais de um ano... Eu não sou exatamente irmã do Théo, bem ele só me falou isso recentemente então, do nada eu descobri que eu fui adotada, isso já foi uma barra, mas as reações do Théo, estão tão exageradas, ele me tratou tão mal, que eu não sei... Realmente eu não quero mais viver com ele por enquanto, não enquanto eu não acertar o que eu sinto… E as coisas não melhorarem um pouco, eu definitivamente não conseguiria viver com ele se ele continuar me tratando dessa mesma forma.

- Você é adotada? – ela falou surpreso e depois seu olhar caiu para a xícara de café e parou nela por um tempo como se ela estivesse em um profundo pensamento. – Será que a Sra. Seifert te abandonou?

- O que? – Quem é a Sra. Seifert? A mãe do Kris e da Charleigh?

- O Kris e a Charlie tinham pais diferentes e por isso não nasceram tão parecidos, mas você é realmente a cara da Charlie, eu só pensei que talvez, já que você é tão parecida com ela e é adotada, a Sra. Seifert pode ser sua mãe... Essa cidade não é tão pequena, mas mesmo assim não tem muitos orfanatos, talvez o destino te tenha ligado ao Kris... Para encontrar sua família de volta.

As palavras da Lucy fazem sentido, e por isso que elas me deixaram tão abalada. E se for verdade? E seu eu for a irmã do Kris e da Charlie? Essa mulher, a Sra. Seifert... Será que ela teria coragem de abandonar a própria filha?

- Lucy, você pode me dar o endereço da Senhora Seifert? – eu tentei falar com a maior convicção que eu tinha, mas minha voz tremeu.

- Você vai até lá? – ela me perguntou, e mais uma vez estava abrindo os olhos em surpresa, ela de certa forma parecia um cervo nos faróis, assustada.

- Sim, eu vou tirar essa história a limpo... E Lucy – eu me virei encarando-a de frente com o máximo de seriedade que eu tinha. – Não conte ao Kris que tivemos essa conversa tudo bem? Nunca. Eu não quero que ele comece a pensar coisas e criar expectativas que não existem.

- Eu entendo, que você não quer dizer coisas que não podem ser verdade mas... E se for verdade? – ela estava encarando o papel com o endereço em sua mão... É mesmo, e se for verdade o que eu devo fazer? Ahr, não é hora de pensar nisso, eu ainda não sei de nada então eu vou me concentrar em ir encontrar as respostas primeiro, mas eu percebi que não era isso que ela queria ouvir, a única preocupação dela é o Kris e os seus sentimentos...

- Se for verdade eu direi a ele não se preocupe. – eu falei enquanto terminava de comer e pegava o papel com o endereço da mão dela, é um pouco longe daqui mais dá para ir de metrô, o leve zumbido do meu celular me fez despertar para a vida e para a hora.

- Merda eu estou atrasada para o colégio. – Eu disse assustada eu tenho que ir me arrumar, eu fui embora logo em seguida deixando a Lucy na cozinha coma  responsabilidade de lavar a louça.

Durante todo o caminho eu andei o mais rápido que eu pude, mas a conversa que eu tive com a Lucy não saia da minha cabeça em momento nenhum. Será que isso é de verdade uma possibilidade? Eu posso mesmo ser uma irmã do Kris? Isso não é loucura demais? Como é possível eu de repente achar minha ‘família’ logo após descobrir que sou adotada? Isso não faz o mínimo sentido... E o Théo? Como será que ele vai reagir quando souber? 

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- Olívia eu tenho que te contar uma coisa, o Théo foi bater na minha casa hoje de manhã atrás de você! Eu menti para ele, eu disse que não sabia onde você estava, mas e agora? – Puxa vida, mais essa agora... Já se passaram quase três semanas por que ele veio atrás de mim agora?

- Eu pensei que ele não fosse ir, uma vez que já passou um tempo – eu suspirei, droga Théo... Por que agora? – vamos conversar longe daqui eu tenho algumas coisas para te falar.

Eu pedi para ela me seguir assim que eu vi o olhar de algumas pessoas em nós duas, esse colégio não é muito cheio de fofoca, mas tem muita competição, qualquer informação importante de uma pessoa pode virar a maior arma do inimigo. Sério, eu não estou exagerando... Bem, talvez só um pouquinho. Mas dá um desconto eu sou a rainha do drama não sou?

- Anda, me conta logo o que aconteceu? Você não parece preocupada com o Théo... É algo sobre o Kris, ele tentou algo? – eu disse que ela tinha algumas fichas a menos com o Kris, mas é razoável já que ela se preocupa comigo, e o Kris surgiu do nada, eles se conhecem já que ela já foi comigo na casa dele, e a aparência dele de Badboy, sua má educação e frieza não ajudaram muito a diminuir as primeiras más impressões que ela tinha dele.

- Relaxa o Kris não tem nada haver com isso, eu só encontrei com uma amiga do Kris a Lucy e ela me falou uma coisa que até agora não saiu da minha cabeça – ela não entendeu o que eu quis dizer e eu me obriguei a reformular – Eu descobri que a irmã mais velha do Kris, a Charleigh que morreu há dois anos atrás é como a minha cópia, é como se fossemos uma espécie de gêmeas com diferença de idade, e eu acho que é por causa disso que o Kris me mantém por perto, eu lembro a irmã dele, e como eu sou adotada a amiga do Kris, a Lucy, me disse que talvez a mãe deles tenha me abandonado... Eu posso ser, biologicamente, a irmã mais nova da Charleigh e meia irmã do Kris... Ele pode ser a minha família – eu despejei, e ela ficou sem ação... Isso é surreal demais... - Mas o que a Lucy falou faz sentido… Eu nunca fui muito parecida com as pessoas daqui, e do nada eu sou a cópia de uma garota morta? E como eu sou adotada, tem algumas possibilidades disso ser verdade.

- O Théo sabe disso? – Por que de repente ela tá me perguntando do Théo? Eu acabei de dizer que o Kris pode ser meu irmão, o que diabos o Théo tem haver com a história? – O Théo do nada foi atrás de você depois de duas semanas, com certeza ele deve ter descoberto algo que o deixou preocupado, e se ele acha que o Kris tá se envolvendo com você, e se ele faz uma denúncia? Você vai se tornar órfã de novo, se tem uma coisa que até mesmo os bandidos daqui não suportam é pedofilia – ela tem razão... O Théo é porra louca se ele falar alguma coisa... Ferrou.

- Só eu e você sabemos que eu estou na casa do Kris, e eu tenho certeza que se ele soubesse já saberíamos, se o Théo já soubesse agora eu já estaria sendo obrigada a voltar para casa pela polícia... Eu acho que por enquanto eu não corro riscos... Por enquanto, mas, eu tenho certeza que o Théo não vai demorar muito para vir me procurar no colégio.

- Mas ele não veio da ultima vez, eu não entendo por que agora ele vai começar a fazer drama depois de quase 3 semanas que tu tá longe de casa isso não faz sentido algum! – Eu entendo a frustração da Aileen, eu também fico confusa, eu realmente não entendo o que está passando no cérebro do Théo.

- Da última vez era diferente, ele estava com medo de eu negá-lo como irmão, dessa vez ele está com raiva de mim, e me quer de volta em casa. Mas por que razão justo agora?

- Como você vai fazer para sair do colégio e chegar sem ser vista? – esse é um bom ponto, não tem como eu sair sem ser vista do colégio, muito menos chegar sem ser vista.

- Eu não sei mais se eu quero continuar estudando, eu vou ter que dar algum jeito. - Talvez se eu conseguir sair pela janela basculante do banheiro eu consiga sair e me esgueirar pela saída dos funcionários...

O Théo ainda vai me dar muita dor de cabeça, eu preciso falar com a Senhora Seifert a respeito do meu passado, se eu for mesmo filha dela eu vou poder viver com o Kris sem ter medo por que ele seria o meu irmão de sangue, ao contrário do Théo... Mas mesmo assim meu guarda legal é o Théo... Eu deveria voltar para casa para evitar problemas? Eu não quero que o Kris corra nenhum tipo de risco por estar me abrigando na casa dele. Talvez eu devesse ir para a casa da Aileen de novo no final das contas? Afinal o padrasto dela quase nunca aparece e temos apenas empregados para verem se ainda estamos vivas lá.  

- O sinal já bateu Olívia eu vou na frente da minha sala e do outro lado do prédio – a Aileen saiu apressada já eu nem me preocupei em correr, a minha primeira aula é com o príncipe unicórnio ~eca.

Eu preciso pensar muito bem no que eu vou fazer, mas mesmo que eu me mate pensando eu só consigo pensar que não importa nada, no final das contas eu vou ter que ir falar com o Théo mais uma vez.

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As aulas foram chatas e tediosas, e a pior parte é que esse professor idiota não ia parar de me olhar, sempre aqueles olhos cheios de decepção e tristeza. Ele nunca mais falou comigo nem se importou se eu assisto a sua aula ou não, sobre o projeto ele nunca mais nem falou... Eu não sei o que ele está planejando mais boa coisa não é... Ele está com raiva de mim, só espero que ele não seja daqueles professores que se vingam nas notas dos alunos, bem mesmo se ele tentar não é como se fosse conseguir facilmente eu facilmente consigo passar em provas e coisas assim.

Assim que o sinal bateu eu fui a primeira a arrumar minhas coisas na mochila e querer ir embora e para o meu azar, bem ali no estacionamento está o Théo ao lado do carro dele provavelmente me esperando, minha vontade era de socar a cara dele, mais a minha outra metade estava com medo e queria fugir, de verdade minha vontade é de saber se teletransportar ou alguma coisa do tipo.

Eu apenas fiquei lá no corredor esperando ele ir embora. A Aileen já havia ido embora, hoje foi infelizmente um dos dias em que a aula dela terminou antes que a minha, e mesmo se ela estivesse aqui não ia ter muita coisa que ela pudesse fazer por mim, não é como se o Théo fosse ouvir ela pedindo pra me deixar em paz.

Ele ainda não foi embora e não sei quantas horas já se passaram mais em breve vai anoitecer... Vai ser uma longa, longa caminhada para a casa do Kris certamente.

Qual é a possibilidade de eu conseguir sair sem ele me ver? E qual a chance dele começar um barraco e amanhã toda a escola ficar comentando disso?

- O que você ainda está fazendo aqui, Rzaev? – E quem mais poderia ser tão irritante e intrometido? Quem disse que o Unicórnio Irritante acertou completamente.

- Professor Václav...

Peraí, o estacionamento para professores é privativo e do outro lado do prédio... Unicórnio... Eu te odeio mais dessa vez vou te deixar me ajudar...

- Você ainda não respondeu. O que ainda faz aqui? – Dessa vez ele colocou a mão na cintura no que seria uma pose séria mas não deixou de ser... Mole? Fofo? Engraçado? Tipo... Coisas assim. Ele não me passa a ideia de pessoa séria, mesmo que eu saiba que no fundo ele não é fofo como quer aparentar ser.

- Luciel~ - eu deixei minhas lágrimas caírem como cascatas, e fui escorregando pela pilastra que eu estava me apoiando até o chão, não foi difícil encenar, muito menos chorar desse jeito, com a raiva e tristezas/inseguranças que eu estou sentindo, além do fato de eu ter que pedir ajuda dele, e bem, tem a porcaria do meu irmão chato, muito bonito mas absurdamente chato.

- O-o que? Olívia, você está bem? – ele chegou até mim e me agarrou pelos ombros me ajudando a levantar e me abraçando calmamente, pervertido, é assim que ele seduz as novinhas?

Eu tentei ficar com raiva, mas à medida que eu senti o cheiro dele nublando meus sentidos eu me acalmei, era tão relaxante ter ele me abraçando dessa forma, de alguma forma parecia que eu deveria estar ali? Que eu tinha que estar dentro do abraço dele... Algo como isso.

- Me-meu irmão ele... Nós brigamos a um tempo atrás, ele me bateu e eu fugi de casa, eu pensei que ele tivesse me deixado em paz... Mas, agora ele está no estacionamento, Luciel, professor eu estou com medo, eu tenho medo dele me bater de novo – Okay, depois dessa eu vou fazer um curso de teatro por que eu tenho talento. Eu vi o rosto dele se contorcer em raiva, e os punhos apertarem, ele não disse nada e apenas me abraçou um pouco mais forte até as lágrimas começarem a cessar.

- Você quer que eu vá lá expulsar ele? Eu posso chamar a polícia também...– ele perguntou calmamente e eu quase me desesperei, como o Théo é a minha única família uma coisa assim me faria ir para o juizado de menores? 

- Eu… Por favor só vai la para mim… Eu… Só quero ficar em paz… - eu falei acho que pela primeira vez sinceramente, eu só… Quero ficar em paz, eu não quero pensar no Théo nem em tudo que está acontecendo, se eu pudesse fugir da minha realidade eu simplesmente iria para um lugar bem longe sem olhar para trás, mas eu não tenho nenhuma chance de fazer isso então… Tudo que eu posso fazer é fugir dele e empurrar esses problemas com a barriga o máximo que eu puder. 

O Luciel assentiu e rapidamente ele começou a caminhar em direção à porta de saída. Ele deu uma olhada no estacionamento e em seguida voltou o olhar para mim – Aquele cara de preto?

- Ele é o Théo o meu irmão – eu respondi e ele apenas me deu um olhar incrédulo e eu entendi o que ele quis dizer eu não sou parecida com ele nem um pouco mais afinal somos adotados.

- Ele é o seu irmão? – Por que ele está fazendo tantas perguntas? Que coisa irritante eu só quero que ele vá lá e expulse o Théo e se não for abuso me leve para a casa do Kris por que a caminhada é perigosa, e o caminho mais curto me faz passar pela minha casa. Fazendo com que todo o meu esforço seja em vão.

 - Eu sou adotada, mas... Eu só tenho ele agora, meus pais morreram. – ele me olhou com aqueles olhos de pena que eu odeio, acho que minha carranca apareceu por que ele pareceu um pouco constrangido e teve a decência de simplesmente virar e ir em direção ao Théo.

Eu só espero que o unicórnio irritante me ajude, e que isso não vire um problema mais complicado do que ja é.

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