5

Acabei fazendo uma respiração boca a boca, não sabia muito bem o porque disso mas já vi um marujo trazer uma menina de volta a vida fazendo isso. 

Tyler parecia não querer acordar o que só aumentou ainda mais a minha preocupação. Fiz de novo e de novo até que ele tornou a vida tossindo água para fora de sua boca.

- até que em fim você acordou pensei que iria morrer. - não contenho minha alegria e o abraço.

- calma, me deixe respirar. - ele me olha confuso abrindo a boca com espanto.

- o céus você está despida de novo. - afirmou fechando os olhos. Ao meu ver eu só queria salvar a vida dele e aquilo me parecia normal não sei por que ele acha isso estranho a ponto de me entregar novamente uma de suas camisas. - pegue se vista por favor. - ele me entrega e eu a visto cobrindo meu corpo que ao meu ver era normal não precisava de tantos panos. 

- você está bem o que aconteceu? - ele ainda cobre os olhos com as mãos acho que o sol estava bem quente mesmo sendo cedo. Sua respiração ainda era pesada mais aos poucos ia melhorando.

- eu não sei. Só lembro de ter saído em um dos barcos, muita chuva, trovões relâmpagos e um mar muito agitado. Acho que acabei desmaiando. Não Lembro muito bem. - disse se sentando na areia um pouco melhor. Eu só conseguia pensar em uma coisa ou alguem que com certeza teria mares agitados a sua espera.

- mas e você como me encontrou e me trouxe até aqui? - ele me pergunta surpreso e curioso.

- bom, eu sou uma ótima nadadora. - digo rindo e ele encara o mar.

- mas como me achou? - eu iria ter que mentir de novo, odeio isso.

- vi alguem em uma taboa flutuando próximo a praia reconheci que era você e nadei até lá. - ele me olha dos pés a cabeça parecendo lembrar de algo.

- nua? - ele ri.

- é uma das melhores maneiras de nadar. - digo rindo esquecendo que a instantes atrás eu estava tirando ele do fundo do mar. Mas ele não precisa saber.

- é até pode ser, mas eu não acredito que toda vez que nos vemos você está assim. 

- o que que tem de errado comigo? 

- nada. Você só precisa de roupas. - agora quem não estava acreditando era eu. Ele já estava bem até bem disposto nem parecia que tinha se afogado. Tyler andava com certa dificuldade pelo cansaço e mesmo assim estendeu sua mão para mim.

- para onde vamos? Para sua casa, afinal sua família precisa saber se você está bem não é? - ele me olhou parecendo não gostar muito da ideia.

- para minha casa não. Nós vamos ver umas roupas para você. - disse com um sorriso discreto no rosto. Segurei em sua mão e seguimos para a pequena cidadezinha de Ciano. Acho que o reino de Ciano era bem maior, mas por enquanto a cidade era aquilo que eu conhecia dele.

Caminhamos até uma casinha perto da estalagem. Ao que parecia a casa tinha panos e vestidos que cobriam até os pés, aquilo tudo me parecia ser muito quente de se estar dentro.

Para alguém que quase morreu Tyler parecia bem animado em me ver fazendo careta para cada traje que a dona me mostrava, até que vi em cima de uma baqueta dois vestidos quase transparentes e leves que eram mais escuros nos lugares certos. Um de cor verde e o outro azul.

- então gostou destes? - Tyler me pergunta pegando no leve tecido.

- sim. Me parecem bem confortáveis.

- então são seus. Pode embrulhar. - ele entrega os vestidos a moça. Eu pego o verde fazendo eles estranharem meu ato.

- o que vai fazer? - Tyler me pergunta confuso sem tirar seus olhos de mim. Tiro sua camisa vestindo o vestido, ele e a mulher me olham surpresos.

- o que foi? - digo entregando sua camisa de volta.

- não sei... Eu só... Não esperava por isso. - disse com a voz falha. A mulher me entrega o pacote e saímos. Uma coisa ele ainda não me disse.

- obrigado. Posso te fazer uma pergunta?

- desde que não seja sobre minha família. 

- o que você foi fazer no mar de noite? - ele me olha surpreso.

- tenho negócios. Sabe preciso sobreviver. - ele me pareceu um tanto indeciso sobre sua respostas. Eu não sabia que tipo de negócios eram, bem que eu queria perguntar mas ele poderia não me responder ou achar que estou querendo saber demais. Então achei melhor dar um passo de cada vez.

- tudo bem. Então, para onde vamos agora? - ele me olha e encara o chão.

- você quer conhecer mais de Ciano? - ele me olhava de um jeito estranho.

- minha resposta sempre será positiva para o conhecimento. - ele ri. 

Caminhamos rumando em uma direção desconhecida por mim. O lugar era cheio de árvores verdes e flores coloridas realmente belíssimo ainda havia um lago que contrastava com a paisagem daquele céu azul.

- gostou? 

- sim.

- é aqui que eu venho quando preciso pensar para resolver algo difícil. - disse suspirando caindo com tudo na grama verde, repeti seu ato só que o mais devagar possível.

- e você está precisando disso agora? - perguntei fazendo ele desviar o olhar da linda paisagem para mim.

- eu... Só quis te mostrar o quanto Ciano pode ser bonito. - disse suspirando pesadamente. Volto a encarar a água.

- Sabe Lavínia, Ciano é um dos sete reinos que é o mais banhado por água. Seja ela doce ou salgada. - disse pausadamente. - então, você quer aproveitar isso ao meu lado?

- como assim? - aquilo me pareceu um convite.

- vamos nadar? - disse levantando da grama caminhando em direção ao lago.

Um convite realmente tentador, com tudo lembrei de minha cauda. Se ele a visse espalharia aos quatro cantos que havia sereias em Ciano. Isso destruiria o plano de Iris ou melhor ela me destruiria. 

Ele parecia nem se importar que a momentos atrás estava quase morto. Nadava de um lado para o outro e em um impulso de meus instintos aproveitei que ele não estava olhando e megulhei no lago fazendo um barulho estrondoso com minha cauda que acabara de surgir. 

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