A Dama da Morte
A Dama da Morte
Por: Jéssica Cardoso de Oliveira
Capítulo 1 – O Cabaret de la Mort

“A fé cristã é uma grande catedral com vitrais divinamente pintados. Contemplando-os de fora, nenhuma glória vemos nem sequer podemos imaginá-la. Contemplando-os de dentro, cada raio de luz revela a harmonia de indescritíveis esplendores”. – NATHANIEL HAWTHORNE.

Aquilo soava como um delírio. Era como se fosse parte de uma atmosfera onírica na qual se encontra um paraíso onde muitos acham seu caminho depois de estarem envoltos por uma névoa. Não é de se pensar que muitos procuravam o Cabaret de la Mort por trazer surpresas mórbidas aos seus fregueses naquelas noites em que se busca algo visto como anormal. Um tanto esquisito, curioso e ao mesmo tempo aterrorizante, que faz seus corpos tremerem e os seus dentes rangerem. É de se sentir arrepios. Nada mais inusitado que esperar sentar às mesas e ver uma sala lotada de caixões. Os retratos nas paredes de pedras negras e cinzentas celebravam artes de defuntos, de seres vampirescos e de espíritos talvez vingativos. Havia pinturas de gênios da arte gótica retratando paisagens, arquiteturas e temas cristãos – uma delas mostrava uma figura religiosa segurando um livro sagrado em posição de oração, talvez fazendo uma prece para livrar os corpos de maus espíritos. Estátuas de ossos e teias de aranhas por todos os lados criavam um emaranhado de lembranças espantosas em tons de perversidade que alimentavam a imaginação de muita gente.

Muitos que passavam pelo lugar, diziam já ter encontrado alguma alma penada retratada naquelas pinturas, ou se assustavam ao dizer já terem se apaixonado por alguma figura caricata existente nelas, de uma vida passada. Parecia até uma obra de magia negra, de vodu ou uma possível reencarnação, como alguns preferem acreditar, mas não há nada que comprove tais dizeres. Poderia ser mera coincidência, belas mentiras inventadas para tolos acreditarem só para escandalizarem e venderem jornais ou o lugar realmente tinha algo de sobrenatural.

Havia candelabros suspensos nas paredes, com suas velas derretendo sob a luz do fogo sutil lembrando os castelos medievais: era um ambiente rico, obscuro e assustador, úmido e um pouco gelado, cheirando à cinzas que se aguçavam cada vez que alguém o interpretasse de uma forma mais sensível que anteriormente.  

Quem vinha visitar o local, tinha uma ânsia por curiosidade e dizia sair mais inquieto do que antes. Já ouvi relatos de muitos que vieram e depois no outro dia, haviam esquecido tudo que vivenciaram ao lusco-fusco. Até mesmo de quem se despedaçou de medo e que nunca mais fora o mesmo após pisar no cabaré.

Já ouvi pessoas pasmadas relatando sobre aparições neste lugar, dizendo que de vez em quando os espíritos dos mortos vinham fazer sua morada ali e que as vezes se podia conviver com eles de forma pacífica, mas que em outras vezes, teria que se enfrentar suas assombrações, pois o lugar tinha uma antiga história, e não se sabia ao certo, quem havia residido ali. De fato, se os ditos fantasmas se recusassem à sair do lugar, fariam o possível para retirar os seus invasores.

Já soube sobre antepassados que viveram neste lugar antigamente. Seus corpos estão descansando num cemitério da Inglaterra.

Havia uma família muito rica que tinha essa casa como morada, e que o seu casamento havia sido um tanto fora dos padrões da alta sociedade: a noiva havia se casado de vermelho e o noivo, de negro. Era uma comunhão autêntica: foi feito um juramento de amor e fidelidade matrimonial, num evento de luxo em que se celebrava com flores brancas lembrando a neve e com cravos em tom escarlate, as preferidas do noivo, deixando um ar de saudosismo nos retratos, uma espécie de conto de fadas que só existe em histórias raras. Quem viu as fotografias, é testemunha das lágrimas nos rostos do casal e de uma marca na pele da mulher. Mas será que essa união foi feliz?

Também via-se num outro retrato, um homem de mais idade. Ele usava um cocar e era um pele vermelha.

***

Era uma noite em plena Era Vitoriana. A luz da lua cheia estava em cor quente, era quase de sangue. Havia uma brisa suave que transpassava pelos corpos e uma temperatura agradável naquele outono. Ouvia-se pela rua daquela casa cinzenta com espécies de gárgulas em forma de dragões na entrada, uma coruja no meio da imensidão de vasta calmaria. Seus olhos grandes brilhantes refletiam a luz das lâmpadas avermelhadas e amareladas dentro da mansão pelas vidraças do lado de fora, trazendo um clima aventureiro e de mistério. Os grilos faziam seus sons como de comum e as árvores que contornavam o local estavam com suas folhas caídas e já não dançavam mais como em outras estações quando estavam carregadas. 

De repente, dentro desta ilustre casa, entra naquele palco do cabaré, com aquela cortina carmesim e ornamentos dourados, uma criatura nefasta, em tom ébrio, com olhos arregalados ao encarar o público friamente. Ouve-se o som de uma espécie de felino, lembrando até mesmo um leão e ele logo cessa. Uma luz suave entrava em contraste com a sua forma excêntrica e fazia com que sua gestualidade impactasse ainda mais o público. Aquela figura de pele pálida entrava em cena, dona de uma voz rouca, com dedos finos e longos, que pareciam apenas carne e osso, tão magros quanto os de um cadáver, ganhava vida naquele momento. Em seu rosto só se enxergava uma caveira pintada, mostrando os buracos fundos do crânio e os dentes de um sorriso macabro.

É quando os cochichos dos clientes, aquele burburinho finalmente se silencia e a voz fala:

- Respeitável público! Com grande honra os recebo em minha ilustre casa! O seu chamado para vir a este lugar  se cumpriu, para tomar no cálice e sentir o prazer de serem amaldiçoados! – o público fica extasiado e assombrado pelo que diz a criatura tão formosa, que continua a sua fala:

- Este sangue que corre em suas veias, como em um retrato vampiresco, é dado para que se suscite deleite, nas suas mais venéreas doenças... Ao beber destes cálices rejeitados pelos tolos mortais, conferirão a entrada por uma passagem para o além: um mundo oculto que será revelado a todos... É quando seus espíritos serão transformados em fantasmas tétricos e suas carnes se tornarão esqueletos puros... – a freguesia começa a rir.

- Que ar duvidoso é este? – continuava aquela forma. – Ó morte! A ti rendo este culto! Eu quero que tu sejas a mais saudada, como a merecedora de todas as minhas celebrações! És tão gloriosa que a tudo vence: teu reflexo é macabro, tua energia é o sol apagado... Teu rosto é a imensidão das tempestades que se levantam contra os próprios céus quando nascem... [...]. Sejas comigo, a mais querida. A ti devoto o meu caminho... Recebas estes convidados em teu leito de descanso, e graves em teus túmulos o horror de sua memória... Me cubras com teu beijo fatal e silencioso e me leves ao gozo final! Assim seja! – ouvem-se risos sarcásticos.

Os visitadores ficam apavorados com o que escutam. Logo o palco escurece e o mágico desaparece, como num piscar de olhos. Não demora muito, há um ruído pequeno, que poucos escutam, por trás daquelas cortinas... Um grito longínquo vindo de outra sala é sufocado.

- É a antecâmara da morte? – ouve-se uma voz de alguém, tentando descobrir o que se passava ali.

- Quem está aí? – pergunta outra voz no meio daquela multidão em meio aos caixões.

Começa-se a ouvir um canto em latim, de um coro, que logo invade o ambiente cheirando a mofo. O canto parecia triste e solitário e se alastrava pelos ouvidos daquelas pessoas que mal sabiam o que lhes aconteceria...

De modo repentino, surgem monges logo na entrada da porta de fora guiando aqueles seres que já não se viam mais um como meros visitantes morrendo de curiosidade, mas talvez como vítimas de um ritual maléfico, de magia e sacrifício.

- Sejam bem-vindos... Sigam-me ao corredor para beberem do cálice... – disse uma figura vestida de monge. Não era possível identificar nenhuma feição daqueles rostos diante daquela escuridão. Cada um poderia imaginar o que quisesse. Se eles tinham uma aparência monstruosa, se eram defeituosos ou não, se usavam máscaras ou não, isso era completamente indecifrável naquele momento.

Subitamente, um osso de um candelabro despenca e as luzes se apagam. Há gritos de pavor, de medo. Parecia que aqueles convidados estavam à beira de um ataque de pânico, pois não sabiam o que iria acontecer, se era apenas um acidente, ou fazia parte do jogo.

De súbito se avista uma luz vermelha no final do corredor e eles são conduzidos até uma nova sala. Ouve-se a voz de uma espécie de garçom trajado de agente funerário, segurando um cálice em forma de crânio:

- Sejam bem-vindos à sala de intoxicação. Bebam do cálice. Sintam um pouco da sífilis deslizar nas suas gargantas e saboreiem o gosto do seu tão esperado destino...

O público se entreolha, como se não entendesse o que está acontecendo. Há um caixão no centro do local, fechado.

- Provem da boa e melhor gonorreia! Sintam o prazer da bebida quente em suas gargantas e deliciem-se com o seu próprio fim! – disse o garçom em tom amedrontador. – Quem é o próximo a descansar nas tumbas? Faça bom uso do cálice e aproveite a boa viagem... O gosto é agridoce para alguns, cálido e seco para outros. Ó, angústia de todas as noites! Eu exalto a morte! Ela é tão bela e brilhante, como se fosse trazer paz eterna às almas inquietas. Ó, fim da vida! Teus braços são ternos, teu peito é chama ardente que quero tocar. Venha até eles e os leve para o teu paraíso de negritudes infinitas...

Havia um voluntário meio corcundinha, querendo experimentar o gosto da bebida, achando que aquilo tudo era a maior encenação que ele teria visto na vida, e mais precisamente ele se perguntava se ele estava sonhando ou se todos estavam ficando loucos ao seu redor... Tomou coragem e disse:

- E-eu quero ser o primeiro a provar deste cálice... – disse gaguejando e suando frio.

- Pois bem, uma alma desperta e está a querer sentir o bom gosto da doença! Eis que este sujeito prova do cancro mole! – disse o garçom enquanto se ouvem risos dos visitantes. – Longa morte ao rei! Há! Há! – uma risada parecendo estridente e insana.

Não é de se esperar muito, entra uma dama com vestes negras cintilantes em cena, com uma máscara que cobre perfeitamente todo o rosto, na frente de uma porta por onde sai uma fumaça cinzenta que começa a cobrir toda aquela multidão. Ela diz:

- Entrem e sintam-se em casa, o demônio está a sua espera! – repentinamente ela desaparece.

Ao passo que os visitantes entravam, um calor começava a tomar conta de seus corpos. Veem-se vultos e uma luz de uma fogueira, que está dentro de um caldeirão no centro de uma nova sala. De repente, com uma luz sutil de candelabros, vê se a imagem de um rosto cadavérico e ela reaparece, continuando:

- Há muito tempo, estive esperando por aqueles que quisessem experimentar este prazer de estarem comigo. Muitos rejeitaram o conteúdo das minhas taças oferecidas generosamente, mas ainda há aqueles que quiseram ver de perto o sorriso da morte. Que ansiaram escutar os seus próprios gritos de horror. Que temeram-na, mas que se sentiram atraídos, como peixes pela própria isca, pela morte. Ela parece tão cruel de longe, mas ela é tão sábia... Dela ninguém escapa. Pois eu estou aqui, sou a encarnação do seu próprio fim. Estive como um espírito vagando perplexa nos cemitérios, andando perto de todos e sendo expulsa pelos anjos. Eu vi muitas almas ingênuas e inocentes, imperfeitas e constrangidas pela minha presença. Mas de mim ninguém pode mais escapar. Vocês estão aqui sendo meus doces sacrifícios. – de súbito a porta se fecha e todo o público fica trancado naquele salão. – Ele quer a vocês, e daqui não poderão sair enquanto o ritual não estiver completo.

Aos poucos surgem seres com chifres pontudos e animalescos: músicos diabólicos tocando seus instrumentos, com rabos compridos e tridentes, de pele cintilante, dentes tortos e unhas afiadas. Alguns possuíam deformações nos rostos e de suas bocas saía um mau hálito. A sala cheirava a enxofre como se estivessem em um verdadeiro inferno.

- Vamos, andem em círculo! – disse um deles.

As vozes dos pequenos demônios pareciam ecoar dentro daquela sala, eles cantavam uma música tão sombria que aquilo chegava até a incomodar alguns, porque ao mesmo tempo, aquela dama de negro, fazia a sua prece maligna, falando coisas completamente indecifráveis para todos os outros, como se fosse uma língua desconhecida.

Enquanto os visitantes rodeavam o caldeirão, alguns dos diabos queriam cutucar seus ferros quentes neles, causando muito assombro e medo. Um deles, enfurecido com a lentidão do ritmo deles, dizia:

- Mais rápido! Mais rápido! – e ouviam-se os gritos das supostas vítimas pisando aquele chão repleto de fendas por onde saía fumaça.

Não demorou muito, a imagem da dama se transforma: no alto de um trono na sala repleta de fogo, surge a figura de uma bela mulher, um tanto sensual, com o corpo todo pintado de negro, com símbolos demoníacos na pele em vermelho. Todos sentiam odores por todos os lados, as chamas cada vez mais quentes, explodiam e causavam alvoroço. O seu riso alto e estridente tomava conta do ambiente.

***

Aurora era uma atriz de teatro que morava na Inglaterra. Ela fazia vários personagens no Cabaret de la Mort e se dedicava à sua mediunidade. Ela tinha algumas irmãs que detestavam a sua busca pelo mundo dos espíritos. Sempre diziam que não deveria ser médium. Para elas, aquilo era uma tolice, pois não acreditavam no mesmo que Aurora. Diziam à ela que isso não passava de uma bobagem e que muitos relatos de aparições e de comunicações de espíritos do além com os seres humanos eram pura invenção e charlatanice.

Suas irmãs se mostravam como boazinhas, mas no fundo muitas vezes nem respeitavam Aurora, que sofria muito com seu egoísmo. Desde pequena, brigavam entre si, às vezes até por motivos infantis. Queriam obrigar Aurora a agir de acordo com as suas vontades e se ela se incomodasse, não tinha para quem reclamar, pois seus pais haviam falecido na sua adolescência, que sempre fora um tanto complicada por falta de compreensão e sensibilidade com ela.

Felizmente, elas já não moravam na mesma casa, mas tiveram que dividi-la durante muito tempo. As suas irmãs faziam um escândalo por motivos muito pequenos e desnecessários. Compravam livros sobre grandes heróis, epopeias e mal os liam, nem se quer os emprestavam. Elas se enchiam de conteúdos que para Aurora não serviam para nada, que para ela chegavam até a ser idiotas, porque elas procuravam algo de humor naquilo, mas chegava a ser tão ridículo que apesar da idade delas ser mais avançada, deixavam a suas cabeças um tanto desmioladas, fazendo-as parecer mais novas do que eram. Dançavam músicas ordinárias, que nada ensinavam, que chegavam a ser tão decadentes que só refletiam a sua ignorância enorme por falta de conhecimentos mais avançados e algo que edificasse um pouco mais a vida.

Suas irmãs para a percepção de Aurora, chegavam a ser até mesmo hipócritas, porque diziam ser uma coisa, mas agiam de modo completamente diferente e mal enxergavam as suas almas. Poderiam ser consideradas até um tanto mentirosas, porque sempre que acontecia um problema, botavam a culpa em Aurora. A humilhavam, dizendo que suas peças de teatro eram inúteis, que seus livros escritos não serviam para nada e se consideravam mais inteligentes por ouvirem as rádios, que para Aurora eram cheias de manipulação e absurdos de futilidades, pois muitas só distraíam a população, só primavam mais pelo dinheiro do que pela verdade, geralmente só falavam de tragédias, era um puro sensacionalismo. Fora as notícias que eram viradas em fofocas sobre os famosos. Estudavam pouco, o suficiente só para passar de ano e ainda viviam a chamar Aurora de asna, sendo que ela sempre tivera notas melhores que elas nos seus estudos.  

Uma vez Aurora chegou a pedir silêncio para elas que conversavam no meio da sala para poder se concentrar num trabalho que não cabia no seu quarto, pois era muito sensível à ruídos e tudo o que ouviu foi uma estupidez. Elas chegaram até desprezá-lo e nunca se importavam com os seus humildes pedidos por paz e sossego, só pensavam mesmo é nos seus umbigos. Aquilo já tinha deixado Aurora enraivecida muitas vezes, que precisava ser muito paciente ao ter que suportá-las.

Ela era viúva, vivia de luto após o falecimento de seu esposo e criança. Morava sozinha e era vizinha de um amigo em quem confiava e admirava muito, o Lord Pierre, um humilde arista com quem trocava muitas ideias e que passavam bons momentos tentando tocar piano, desenhando caricaturas inspiradas nas músicas que apreciavam, escrevendo poemas mórbidos ou alegres, com um tom de mistério e cantando juntos. Pierre pintava obras, vivia da escrita e gostava de tomar um bom vinho nas noites de lua cheia, sempre de maneira equilibrada e ficava sóbrio, talvez um pouco tonto, mas o seu prazer maior se encontrava na paixão pela literatura. Era desafinado, mas sempre fora uma boa pessoa com quem se importava com Aurora. Apreciavam grandes sinfonias como se fossem seu próprio paraíso, óperas que soavam como cantos fantasmagóricos e músicas orquestrais com elementos mais dramáticos. Gostavam de dançar juntos. Não eram grandes bailarinos, mas dançavam para se divertir, de maneira esquisita e tosca, riam das próprias comédias divinas e faziam uma boa companhia para si próprios. Pierre sempre a ouvia quando precisava e a compreendia. Uma poesia que Aurora escrevera em sua presença fora: 

O cheiro de podridão é tão fétido

Que se esparrama por todos os lados

A arte decadente se espalha por todos os campos

E se alastrava pelas línguas, ouvidos e narinas dos mortais

As pessoas se consideram tão inteligentes

E mal percebem a escravidão do mundo pelos seus desejos

O deleite passageiro as faz desenterrar memórias

Para se enobrecerem com as crianças brincando na lua.

Elas não deixam mais a carne humana despencar,

Dizem segredos e se escondem nos bosques

Desenham as novas luzes das estrelas no alto da noite escura.

Procuram por amigos nas almas dos desconhecidos

Mas festejam em meio à solidão das árvores.

E encontrando seus reflexos nas águas das fontes,

Deixam um pouco das fantasias perdidas cravadas nas imagens

E habitando o lugar derradeiro da sublime beleza

No descanso dos anjos encontram um santuário,

Onde não há mais tristeza e confusão.

Tudo me parece tão estranho

Parece que as árvores falam,

Que há um rosto oculto vindo de dentro de seus ramos e folhas

Quem sabe alguma figura como uma deusa

No meio da natureza tão cantante,

Ela está nos observando e se junta à nós

Para celebrar o que há de belo em nossos corações.

Quem sabe meu amigo, nos veremos num lugar que não podemos imaginar

Nós, rodeados pelo verde estonteando nos veremos mais libertos

Provaremos do fruto mais doce dos bosques

E falaremos com essa figura sábia escondida no meio das árvores

Até que o cavaleiro e a dama demonstrem sua honra um pelo outro

Assim como a força de nossa amizade

Que se derrame no leito de fúria a água singela da calmaria

Que os sonhos interpenetrem os nossos pensamentos

Para que se floresça sob os nossos pés descalços

E que desfrutemos de belas companhias

Para ouvir a natureza sábia a cantarolar em nossos ouvidos.

Será que ela amaldiçoaria quem ousou destruí-la?

***

Jéssica Cardoso de Oliveira

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