Eliza Grecco

Entre falsos sorrisos, bebidas, fumaças dos charutos, eu estava ali, sendo cobiçada e leiloada como se fosse um animal de grande porte prestes a ser entregue ao matadouro daquele que pagasse melhor. E o meu dono por uma noite seria um desses homens que arrotavam riqueza, soberba, arrogância, mas que no fundo estavam ali pelo mesmo objetivo, guerrear entre si em busca de seu troféu, ou seja, eu.

Perguntava-me a todo instante se alguém se importava como eu estava me sentindo, mas obviamente, a resposta estava mais clara e límpida do que gostas de água na imensidão do mar. Meus sentimentos ou anseios pouco interessavam a nenhum dos que aqui estavam. Tudo o que desejavam era demonstrar uns aos outros quem teria o maior poder e seria o grande vencedor de toda essa imundície, e que por fim conseguiria o trunfo de me ter por uma única noite.

Me sentia tonta e até um pouco aérea ao ouvir tantos gritos, risadas e euforias sem sentido. Como eu desejava fugir, como eu queria desapar