Os sons noturnos da fazenda sempre o fascinaram. Era por isso que, talvez, ficasse tanto tempo em silêncio. Ao longe — mas não tão longe assim — conseguia ouvir os animais conversando em sua língua secreta, provavelmente organizando seu motim, como em A Revolução dos Bichos, de George Orwell.
Naquele instante, também ouvia passos. Alguém se aproximava, trazendo um cheiro que Gavin simplesmente odiava: cigarro.
Ali na fazenda ninguém fumava, então, ele sabia que só havia uma pessoa no mundo, abusada o suficiente para atazaná-lo daquele jeito, ainda mais sabendo que já estava bastante irritado.
— Quantas vezes vou precisar pedir que não venha fumar na minha casa? — perguntou assim que a pessoa se aproximou o suficiente.