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-Comece Tenente Wang. Diga o que tem a dizer.
- Só Lucas senhor. Eu não sou mais um soldado de campo. O que tenho a revelar ao senhor pode causar um certo mau estar e desagrado ao senhor, mas precisamos pensar no pequeno principe.
- Continue.- ele fez um gesto com a mão depois de verificar o filho. Naeem estava focado em dois pavões que pareciam abrir as caldas para dristrai-lo.
- Senhor, o pequeno principe precisa de um ambiente de tranquilidade, afeto, encorajamento e rotinas que o tornem capaz de vencer seus obstáculos e lutas. Um adulto que o assusta, o acusa de fazer coisas erradas que ele nem mesmo tem controle e que o destrata como se ele fosse...um erro ,não merece está no mesmo lugar do seu filho.
Naquele instante o Emir já estava com um olhar tão assutador e tenso que Lucas pensou se poderia continuar mas precisava.
- Eu já passei por guerras e já estive no meio de pessoas ruins antes e peço perdão com antecedencia mas aquela moça que parece um filhote de pavão com louva-deus gigante, é uma pessoa que nunca deve ficar perto do pequeno ...
- Está falando de minha noiva?
- Sim aquela bruxa de sete olhos de voz estridente...sua noiva? - Lucas empalideceu.
- Continue.
- Talvez...fosse melhor até o pequeno tesouro ficar mais forte se a senhora não voltar a ficar no mesmo lugar dele. Ela atrasa sua condição atual. O assusta, ativa todos gatilhos que o faz regredir como medos, gritos, o humilha nem mesmo seus criados gostam dela eles são inclusive ameaçados com degola quando eles querem contar ao senhor.
Lucas se assustou com a expressão de al-Thani, se tivessem num campo de batalha ele assustaria muitos homens só com aquele olhar. Então como se estivesse advinhando que falavam dela a mulher apareceu descendo de um carro de luxo que tinha o motorista abrindo a porta. O olhar de Lucas mostrou seu desprezo e não conseguiu esconder um som de exasperação. Lucas se posicionou na frente de Naeem para que ele tivesse o minimo de visão da mulher.
Os sons de saltos clicando no piso de marmore- vindo em direção deles no jardim onde tomavam o desejum- fez Naeem se encolher e se escondeu agarrado a perna de Lucas. al-Thani olhou brevemente para a cena e chamou seus dois assistentes
- Ren, leve a senhora para a saída e diga que não quero que ela venha mais na ilha enquanto meu filho estiver em casa, nem na mansão ou no palácio muito menos na villa. Se ela insistir aparecendo em qualquer um lugar meu irei mandar prende-la. Diga que estou desfazendo o acordo nupcial com o pai dela, assim como de negócios se ele se sentir ofendido.
Ele foi cirurgico, implacável o que pelo que Lucas viu trouxe um brilho satisfeito nos olhos dos dois assessores. Então nem os dois sombras do Emir gostavam daquela garota.
- Sim senhor, com prazer. Vai ligar para o pai dela?
- O interesse é dele.
- Sim senhor.
Lucas escutou minutos depois, gritos de indignação, barulho de t***s e Lucas quis verificar se ela agrediu um dos assessores ou o proprio Ren mas obviamente não tinha essa intimidade de se intrometer, ainda.
- Ela bateu no Ren? - Perguntou
- No motorista dela.
Devagar o al-Thani se ergueu ficando ao menos uma cabeça e meia de diferença de altura dele.
- Eu vou viajar para a villa em duas semanas, quero que prepare as malas de Naeem e as suas. Vou enviar instruções e amanhã compraremos roupas adequadas para voçê.
- Roupas?
-Voçê agora faz parte da minha comitiva, aonde eu for levo meu filho e obviamente o babá dele estará junto com ele.
- Oh entendi senhor.
al-Thani observou por alguns instantes a tonalidade dos cabelos do babá e em seguida do filho e seus olhos desviaram para os olhos claros de Lucas. Sim, nem precisava ele ter dito em voz alta. O emir estava confuso como seu filho e seu babá tinham a mesma cor de cabelos e olhos. Lucas preferia pensar que Aya o guiou até aquele garotinho para que cuidasse dele com a benção dela.
- Ahlan wa sahlan, Luka Wang.
- Shukran jazīlan, senhor- ele respondeu se inclinando com respeito agradecendo pelo seja bem vindo caloroso dele.
Agora entendia pelas ações dele que o Emir poderia ser duro ou mesmo cruel mas era justo. Bastava para Lucas. Isso queria dizer que seu trabalho teria progressos.
Lucas criou uma rotina com Naeem e quando al-Thani chegava em casa ia direto procurar por Naeem e mesmo que estivesse agarrado a manga da camisa de Lucas, quando o grande homem entrava pela porta e se agachava e esperava com paciência , Naeem se aproximava dele soltando sua manga. Era um sinal muito bom, de que o pai não era a causa dos medos da criança, sem falar que um dia encontrou al-Thani agachado no jardim próximo ao chafariz com as mãos grandes apanhando a água cristalina e passando lentamente para as pequenas mãos de seu filho.
Ele sempre tirava um tempo para estar perto do filho, tentando ganhar de volta sua confiança. Lucas sabia que muitas crianças com traumas como Naeem tinham medo do pai biologico e se apegava ao salvador que o tirara do acidente. Lucas não sabia quem era o salvador do pequeno mas al-Thani parecia ter instinto certo para lidar com o filho. Naeem sempre estava com Lucas na hora de dormir, ele dormia junto de Lucas mesmo quando procurava se o pai estava ali perto no quarto vizinho.
Lucas escutou um som esganiçado e um baque vindo do jardim, deixara Naeem com blocos coloridos e fora pegar água p eles. Imediatamente correu como um louco até ele. Havia um homem ali. Naeem estava assustado. Lucas avançou até o homem alto de costas e pulou nele sem piedade derrubando-o no chão, um segundo depois o homem usou sua força maior, recuperado da surpresa e trocou as posições ficando de frente para ele por cima com todo seu peso. Lucas arregalou os olhos.
-Emir???