LAIS ESTAVA ABRAÇADA ao noivo durante o sepultamento de seus sogros, ela apertou a sua mão o máximo que pode para mostrar a ele que estava ali para o que desse e viesse.
— Vai dar tudo certo.
Ele assentiu, mas sua mente estava muito longe de tudo aquilo.
— Estamos aqui com você.
Não... não estavam...
Joseph tinha deixado muito claro após o policial sair de seu escritório, tudo estava armado desde o começo.
LAIS ENTROU EM SEU QUARTO e caiu na cama totalmente sem forças, ela sabia que ter ficado noiva de Benny da noite para o dia não iria aplacar a dor dele, mas a notícia, indiferente do momento tinha que ser celebrada de alguma forma.
Em seu coração, Benny era o homem dos seus sonhos, era bonito, inteligente e ambicioso, a origem de sua família ainda era muito duvidosa e ele mesmo sempre desconversava quando o assunto era as suas origens irlandesas.
— Porque o interesse?
— Não sei... como iremos nos casar, seria interessante conhecer o sobrenome que irei carregar pelo resto da minha vida.
Ele a abraçou e a beijou.
— O importante é que estou aqui com você, o que minha família foi ou deixou de ser simplesmente se perdeu no passado.
— Mas...
Ele a beijou novamente e disse:
— Ninguém constrói o futuro olhando para o passado... eu entendo a sua necessidade sobre o que se passou, mas meu pai não gostava de falar sobre eles e meu avô muito menos, se foram heróis ou bandidos cabe apenas a Deus julgar.
— E o que te garante que eles vieram para cá por serem heróis ou bandidos?
— Simplesmente porque sei o sobrenome que carrego e o sangue que levo em minhas veias, os irlandeses por si só não são covardes, e os O’Reilys nasceram revolucionários.
Por mera curiosidade, Laís digitou IRLANDA + O’REILY no G****e e ficou espantada com tudo o que tinha descoberto.
Ela passou a mão sobre a barriga e sorriu.
— Você tem sangue de heróis, meu querido ou querida...
***
— PARABÉNS, SENHORITA Thilton, você está grávida.
Sua mãe que estava acompanhando a visita parecia irradiante, no começo ela ficou um pouco assustada, mas desde o primeiro momento já sabia que levava em seu ventre o fruto do amor que sentiam um pelo outro.
— Teremos um novo motivo de alegria naquela casa... seu pai vai amar a notícia, querida, precisamos de boas notícias, já chega de marés de azar.
Mas ela se sentia insegura quanto a Benny, ele estava prestes a ir para Harvard e talvez tivesse que adiar seu grande sonho por esta realização.
AS DUAS CHEGARAM AO ESCRITÓRIO e viram um policial sair.
— Aconteceu alguma coisa que não sabemos, Clarice? – Perguntou Breanne Thilton.
— Sinceramente não sei dizer à senhora, é alguma coisa relacionada ao senhor Benjamin O’Reily.
— Benny? O que aconteceu com Benny?
Quando o policial ia falar alguma coisa, ela saiu correndo e entrou no escritório do pai e viu o clima pesado que estava ali e foi repousar nos braços de seu amado.
— Benny, está tudo bem?
— Acho que ele não poderá falar no momento.
— Aconteceu alguma coisa?
— Meus pais morreram...
— Morreram? Como assim? Do que? Como?
— Lá... quer se casar comigo?
Joseph deu um sorriso orgulho.
Ele é mais esperto do que eu imaginava... uma pena que seu pai não era assim...
— Precisamos te contar algo, papai.
Benny olhou de forma estranha para ela enquanto via seu sorriso sonhador.
— Sou todo ouvidos, querida.
Ela segurou a mão de Benny com força e disse de forma visivelmente ansiosa:
— Estou grávida, papai.
— Benny, podemos esquecer por um momento a morte de seus pais para celebrarmos a vida que está vindo?
— Claro, senhor...
Joseph olhou torto como uma reprimenda.
— Claro, Joe...
Joseph abraçou os dois visivelmente feliz.
— Não se preocupe, filho, estaremos cuidando de seu filho durante a faculdade, queremos que você muito em breve ocupe o lugar de seu pai na empresa e criaremos o império que eu e seu pai planejávamos há tanto tempo.
Benny engoliu seco e assentiu silenciosamente já sabendo do destino que lhe aguardava.