Capítulo 05

Hoje só tive uma aula, dois professores não apareceram, então fomos mandados para casa mais cedo.

Estávamos sentados no refeitório em uma mesa redonda enquanto jogávamos conversa fora, eu, Alice, Anne e Carter.

— Espero que a Elle e o Jason tenham feito as pazes – disse Carter — Ontem ele estava muito abatido.

— Acredito que já estejam bem e transando nesse momento – falei.

— A gente está precisando de sair, dançar, nos divertir – sugeriu Anne — Faz tempo que não nos divertimos como faziamos antigamente.

— Verdade – concordou Carter — Podemos sair este final de semana.

— Se for no sábado eu vou, no domingo só quero descansar para ter forças suficientes para trabalhar e depois vir para a faculdade.

— Está trabalhando demais, Bella, precisa descansar – disse Alice.

Ela tem razão, praticamente vivo para trabalhar. Mas até que gosto, porque prefiro ocupar a minha mente do que pensar em tudo o que minha vida se transformou nos últimos anos.

Depois que saímos da faculdade decidimos ir para á minha casa e como havia previsto, Elle e Jason estavam se agarrando no meio da minha sala.

Comprarmos pizzas e ficamos jogando conversa fora. Elle estava muito melhor, parece que a conversa com Jason foi produtiva. Eles estavam mais descontraídos e já não havia um climão instaurado no meio deles.

— Não vejoa hora de ver o rosto do meu sobrinho e encher ele de beijos – Anne disse acariciando a barriga da Elle por cima do seu vestido marrom.

— Ou ela – Carter corrigiu — Mas prefiro que seja ele mesmo, porque vai ser um canseira ter que ameaçar qualquer garoto que se aproximar dela, ou mesmo matar.

— Nem me fale – concordou Jason — Melhor ser um menino mesmo, não quero ir para cadeia por assassinato.

— Vocês são uns exagerados, ainda nem sabem o sexo e já estão planejando assassinatos – Elle disse, parecendo um pouco incomodada com o assunto — Só espero que tudo corra bem, seja menino ou menina.

— Vai correr tudo bem – Jason segurou a sua mão — Eu protejo vocês de tudo.

Meu celular apitou em cima da mesa, era Will.

Fiquei olhando para a tela do meu celular, vendo seu nome escrito.

— Não vai atender? – perguntou Jason vendo que eu não atendia e só olhava.

— Sim...claro...

Peguei o celular e coloquei na orelha.

— Oi...

— Bella, ainda na faculdade?

Meu nome saia tão suave da sua boca.

— Já estou em casa, fomos mandados para casa mais cedo.

— Podia ter me ligado para ir buscar você...

— Não era necessário. Vim pra casa com os meus amigos.

— Amigos? – seu tom de voz mudou consideravelmente.

— Sim, amigos.

Assim que falei a palavra "amigos" todos me encararam curiosos, como se quisessem sabem com quem eu estava falando.

— Devo me preocupar com eles?

— Claro que não, são meus amigos, irmãos.

Ele ficou incomodado com isso?

— Fico mais descansado – sua voz voltou ao normal — Então amanhã a gente se vê na Empire.

— Feliz noite, Will.

— Feliz noite, Isabella.

Desliguei o celular sentindo borboletas voarem no meu estômago.

— Quem era? – Elle perguntou.

— Vocês acreditam em amor á primeira vista? – perguntei como se estivesse sonhando acordada.

Eles fizeram um barulho estranho como se estivessem zombando de mim.

— Quem é o cara? – Anne perguntou. Eles me olhavam atentos, como se minha resposta fosse algo que eles mais esperavam.

— Will, o irmão do meu chefe.

— Irnão do seu chefe? Gosta dele? – dessa vez foi Alice a perguntar.

— Não sei, acho que sim – coloquei as mãos no rosto envergonhada por estar admitindo isso para cinco pares de olhos me encarandoo.

Eles se entre olharam.

— Ele me pediu em namoro lá na empresa – admiti mais uma vez envergonhada.

— Você aceitou? Nê? – os olhos de Elle brilharam ao fazer essa pergunta.

— Claro que não! – respondi o óbvio fazendo o entusiasmo deles morrer e revirarem os olhos.

— Como se não imaginassemos que diria não – Jason deu de ombros — Mas devia repensar, todo mundo entende tudo o que você passou, já se passaram anos. Você devia dar uma oportunidade para esse Will e a você mesma. Você trabalha tanto que não consegue pensar nas suas emoções e nos seus sentimentos.

— A gente acabou de se conhecer... – usei o único argumento que achei que os faria entender a minha decisão.

— E o que importa? – Anne se levantou enquanto falava — Talvez seja ele a sua felicidade e se ele demonstrou interesse devia dar uma oportunidade para ele — Ele É feio?

— Ele É lindo! – respondi imediatamente — A pessoa mais linda que já vi na vida.

Anne é gótica. Ela não gosta de nenhum palpite sobre suas roupas pretas, ninguém pode opinar em suas roupas pretas e nem sugerir um pouco de cor em qualquer das suas roupas ou parte do seu corpo, incluindo seus olhos são pretos.

Não importa a ocasião, ela vai de preto em todo lugar. Até o seu batom é preto.

— Então se ele demonstrou interesse, do que você tem medo? – Alice levantou e ficou atrás de mim segurando meus ombros.

— E se ele me magoar?

— A gente vai estar aqui te dando força para tudo, se ele partir o seu coração a gente compra o balde de cola bem grande e conserta ele – disse Carter endireitando os óculos em seu rosto.

Carter é moreno de cabelos encaracolados, alto, um homem lindo, um dos homens mais lindos da faculdade. Me sinto sortuda por ser amiga desse deus grego.

Será que eu devo aceitar o pedido do Will e ficar com ele? Eu pelo menos acho muito precipitado, mas porque adiar o óbvio? Eu gosto dele e parece que ele tambm gosta de mim.

Eu vou dar uma oportunidade para o William!

Está decidido.

Fico com receio de me relacionar por conta de uma ocorrência á alguns anos atrás. Tem vezes que ainda lembro das mãos daquele homem em mim.

Não era noite, era dia quando fui surpreendida por um homem mascarado e arrastada para um beco sem saída. Naquele momento pensei que a minha vida tinha acabado. Pensei que aquele desgraçado faria comigo tudo o que tivesse vontade.

Mas Wagner apareceu no momento exato em que aquele homem rasgava minhas roupas e se posicionava no meio das minhas pernas. Tenho memórias daquele dia como se fosse hoje. Wagner me salvou de quase ser violada. Wagner bateu tanto naquele desgraçado, que tenho a certeza que depois que saímos daquele beco o homem não sobreviveu, não me interessei em saber, mas tenho a plena certeza que o cara morreu.

Desde aquele dia Wagner se tornou no meu protetor. Ele cuidou de mim dos 16 anos até hoje, praticamente devo a minha vida para ele. Não vou viver o suficiente para agradecer tudo o que ele fez por mim, ele me salvou, me deu um emprego e me ajudou muito a não surtar depois que meu pai morreu e minha mãe adoeceu. Ele praticamente paga todo o tratamento dela.

Wagner sempre me apoiou em tudo, ele é um anjo na minha vida.

Por isso fico com medo de homens tocando em mim, não confiava em nenhum até conhecer o Will. Foi algo instantâneo, sem esforço, ele não precisou fazer absolutamente nada para que eu gostasse dele. Vou me dar uma oportunidade de ficar com ele e pela primeira vez, amar e ser amada.

Depois de muito tentarem me convencer, obriguei eles a lavarem a louça que usamos, a arrumarem a minha sala e depois todos foram embora, exceto Elle e Jason que dormiram no outro quarto vago.

***

Passou uma semana e as coisas estavam melhorando entre mim e o Will. Depois de ter a conversa com os meus amigos, pensei bem e decidi dar uma chance a ele. Á dois dias, num sábado de lua cheia, Will pediu novamente que eu fosse sua namorada e eu aceitei.

Não pensei duas vezes antes de dizer sim. Não me arrependo pois estou vivendo momentos maravilhosos com ele.

Terça feira, já estávamos todos na Empire. Depois de termos uma reunião cansativa que durou cerca de 4 horas porque ninguém chegava á um consenso, fomos para o restaurante que ficava dentro da Empire almoçar, pois quando a reunião terminou já era hora do almoço.

Estava sentada com Christine trocando umas cinco palavras a cada cinco minutos. Nós não tínhamos tanta intimidade, e parecia que ela não é de falar muito, eu também não falo tanto com pessoas que não pertencem a minha zona de conforto, mas me esforço como posso.

Meu celular apitou em cima da mesa, vi logo que era uma mensagem do Will.

"Te espero em 5 minutos na minha sala".

Não pensei duas vezes antes de levantar, me despedir da Chris e ir em direção ao andar em que trabalhávamos. Minhas mãos suavam a cada passo que eu dava, minhas pernas começaram a fraquejar logo que adentrei no elevador e percebi que a poucos instantes estarei frente a frente com Will.

Pareço uma adolescente apaixonada. Tirando a parte do adolescente, acho mesmo que estou apaixonada.

Assim que as portas do elevador deslizaram para o lado, vi Will parado na porta da sua sala. Usava um terno rosa bebé, sem gravata, tênis branco e seu cabelo estava arrumado num topete. Ele estava mais lindo do que ontem.

Logo que ele me viu, entrou na sala deixando a porta aberta para que eu o seguisse. Assim fiz imediantame, como se um íman estivesse me puxando na direção dele.

Entrei na sala fechando a porta atrás de mim. Will andou na minha direção, esticou seus braços até abraçar a minha cintura e quando percebi ele havia trancado a porta e em seguida colocou a chave no bolso, tudo isso sem se afastar de mim.

Will é duas vezes mais alto do que eu, portanto a visão que eu tinha era do seu peito definido.

— Não imagina como estava louco para abraçar você – sussurrou no meu ouvido me abraçando — Foi difícil ficar com você em meio a tantas gente e não poder tocar você, a cada minuto que passa a vontade que eu tenho é de gritar para todo mundo que você é minha.

Sem esperar uma resposta minha Will me beijou, não foi um beijo calmo e sem maldade como nas outras vezes, dessa vez ele me beijou de forma profunda, seu beijo tinha o sabor de "Eu te quero aqui e agora".

Eu retribuia o beijo com a mesma intensidade que ele me beijava, suas mãos estavam agora em meu pescoço e as minhas em sua cintura. A aproximação entre nós contribuía para que seu cheiro ficasse impregnado em minhas narinas e consequentemente em minhas roupas.

As mãos dele acariciavam o meu pescoço e sem mentir aquilo estava me deixando excitada, mas quando pensei que ele ia aprofundar mais as coisas , Will deu um selinho em mim, me abraçou e logo se afastou.

— Porque...parou? – meu peito subia e descia freneticamente.

— Porque se eu não parasse eu ia querer você aqui é e agora – tal como eu pensei — Mas eu não faria você perder sua virgindade desse jeito, não numa sala da empresa em que trabalhamos.

Sinceramente, suas palavras me decepcionaram. Eu quero, eu quero que seja aqui, não importa que seja aqui.

— Eu sempre pensei que perderia a minha virgindade de uma forma romântica ou sei lá, mas hoje eu não me importo com o lugar, o importante é que seja você, entendeu? – me aproximei dele colocando minhas mãos em sua cintura novamente — Eu quero Will, quero sentir você.

Eu já perdi muito tempo da minha vida sentindo medo, não vou desperdiçar qualquer oportunidade para ser feliz, e se fazer amor com o Will vai me fazer feliz agora, então eu farei.

— Me beija e me ame – aproximei minha boca na dele e estiquei meus pés para que pudesse alcançar melhor sua boca e o beijei. No início ele ficou estático, talvez sugerindo cada palavra minha, mas eu não parei, continuei pedindo passagem para entrar na sua boca e ele cedeu depois de alguns instantes resistindo.

Will me pegou o colo, andou comigo até a sua mesa e me colocou em cima. Afastou minhas pernas e ficou entre elas. Suas mãos puxaram imediantame o meu vestido para fora do meu corpo, tirei seu paletó e joguei em qualquer lado da sala, Will parou por alguns instantes parecendo admirar o meu corpo só de calcinha e sutiã na sua frente.

— Você é perfeita! – tomou minha boca novamente e dessa vez com mais intensidade, suas mãos passeavam por cada parte do meu corpo até tocar meus seios e aperta-los de leve.

Aquilo me excitou ainda mais. Abri os botões da sua camisa de qualquer jeito, as mãos do Will agora estavam na minha barriga prontas para entrar em minha calcinha, quando alguém do lado de fora da sala tentava abrir a porta.

— Droga! – desci imediantame da mesa procurando meu vestido.

Will também apanhou sua camisa do chão e tentava se arrumar de qualquer jeito.

— Porque tinha que chegar alguém agora? – perguntou visivelmente frustrado. Olhei para ele de relance e sua ereção estava quase saindo das calças.

— William porque sua porta está trancada? – era a voz do Wagner.

Aquilo só me assustou ainda mais.

Droga, mil vezes droga!

— Eu o que faço agora? – perguntei andando de um lado para o outro, procurandi agora os meus sapatos depois de colocar o meu vestido — Ele vai descobrir!

****

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