– Estamos praticamente embaixo da ponte, né? – Laura perguntou, condescendente.
Daniel não estava habituado a ouvir a voz da prima naquele timbre. Com Laura, quase tudo era tão delicado quanto um ataque de rinoceronte. Ela devia estar com medo. Ou achando que ele estava com medo.
O terminal ficava praticamente embaixo de um dos lados da ponte Newton Navarro – cartão postal da capital, atração turística e talvez a obra de infraestrutura mais assombrada da cidade. Ela nem tinha dez anos, mas já era habitué do cidadão natalense chamá-la de ponte do suicídio, dado o número de infelizes que subiam até o ponto mais alto e se jogavam na intenção de abreviar suas desg