Maltrapilho, descuidado, barbudo e empoeirado, entrei numa lanchonete bolorenta e pedi um sanduíche preguiçoso, tão preguiçoso quanto os atendentes. Aguardei numa cadeira de plástico vermelha, cujo contraste com o piso cinza e irregular demonstrava a ausência de cuidado do proprietário. Minutos depois (muitos minutos, na verdade), surgiu o sanduíche solicitado, trazido por uma garota sorridente (enfim alguém sorria). A garota se sentou ao meu lado.
— Eis o seu pedido. Qual o seu nome, senhor? — perguntou-me, ainda mais sorridente (o mais estranho é que o sorriso exalava sinceridade).
— Um dia fui chamado Solomon. Hoje não sei se importa ter um nome. Mas obrigado por perguntar.
— Importa sim, senhor Solomon. Um belo nome, aliá