John’s POV
— Esse relatório está incompleto, Thompson! - Chamei a atenção de um dos advogados do escritório pela milésima vez.
Meu pai deixava os documentos de diversos casos sob minha responsabilidade sempre que ele viajava, o que eu sabia que gerava inúmeros comentários sobre eu ter preferência ou abusar do poder, já que era filho do dono.
Não me importava com isso, afinal, eu era realmente muito bom no que fazia, e, conhecendo o meu pai – que venerava seu trabalho como um bom workaholic* – ele não me deixaria no comando de nada caso soubesse que eu não possuía competência para tal. Eu também tinha consciência de que todos – senão a maioria – das pessoas me denegriram pelas minhas costas por eu repreendê-los. Bom, se você percebe que algo está errado, ou extremamente longe do seu melhor, você toma as devidas providências, não é mesmo? O mais interessante de tudo é que essas mesmas pessoas que me criticam em minha ausência, puxem meu saco quando estou presente. Incoerente? Eu sei. Olhei no meu relógio de pulso e vi que a hora do almoço se aproximava, agradecendo mentalmente por isso, pois sentia leves pontadas na cabeça, indicando que ela começaria a doer a qualquer momento. Peguei meu celular e digitei uma mensagem para Cassie, minha namorada, avisando que a pegaria dali a 30 minutos para almoçarmos juntos, como fora combinado hoje mais cedo. Poucos segundos depois, recebi sua resposta."Desculpa, amor. A redação está uma loucura e eu vou almoçar por aqui mesmo. Remarcado para amanhã?"
Suspirei, já vendo que teria que comer sozinho.
"Tudo bem, princesa. Bom trabalho ;)"
Levantei-me, guardando o celular no bolso do meu terno e pegando minha carteira junto às chaves do carro, saindo para almoçar.
Cassie era filha de um dos amigos do meu pai e havíamos nos conhecido em um dos eventos que sempre ocorrem nesse meio dos negócios. Para mim, eles serviam apenas para exibição e para manter futuros contatos lucrativos, contudo, como funcionava, eu apenas me mantinha neutro. A minha família a adorava, sempre comentando o quão sortudo eu era por ter ao meu lado alguém de tão boa índole e vinda de um meio tão influente. A verdade é que eu estava pouco me fodendo a respeito do renome da sua família – coincidentemente também de advogados –, visto que estava com Cassie porque gostava dela, e só. Eu sabia que o nosso namoro era pertinente para os meus pais, uma vez que eles jogavam variedades indiretas sobre como seria incrível se nós nos casássemos, concedendo uma oportunidade para a expansão do escritório junto a família da minha namorada, iniciando uma poderosa sociedade. Ouvir tudo aquilo me deixava extremamente desconfortável, dando a entender que o meu relacionamento não passava de negócio para eles.Resolvi almoçar em um belo restaurante localizado próximo a minha antiga faculdade, já sentindo falta da refeição maravilhosa da qual eles serviam. Passei com o carro na frente do campus, sendo atingido em cheio pela nostalgia provinda daquele lugar. Percorri os olhos pela rua distraidamente, até que avistei uma figura conhecida. Era Helena, filha da Mary, a mulher que trabalhava como cozinheira lá em casa. Ela conversava descontraída com uma garota que caminhava ao seu lado, rindo vez ou outra, carregando vários livros em seus braços e uma bolsa enorme nos ombros. Imediatamente fiz uma careta ao imaginar como aquilo estaria pesado. Eu não possuía opinião a seu respeito, tão pouco sabia algo sobre a sua vida, porém, ela parecia uma boa garota. Pelo que já pude observar, ela era bem reservada, um tanto quanto desastrada - pra não falar desajeitada –, adorava meu cachorro e eu havia acabado de descobrir que a sua risada despertava uma imensa vontade de rir junto. Ela era normal, comum. Definitivamente existia alguma coisa instigante nela, o seu conjunto certamente a tornava interessante. Franzi o cenho posteriormente a essa constatação, percebendo que a estudaram por tempo demais, ouvindo ao longe o som estranhamente engraçado de sua gargalhada, fazendo-me rir também. Balancei a cabeça e acelerei com o carro em direção ao restaurante, já com o pensamento no processo de um importante caso do qual eu estava acompanhando.Helena’s POVPuta merda, puta merda, puta merda.
Eu corria de um lado para o outro no meu quarto, pegando as primeiras peças de roupa que eu via na frente e vestindo-as desajeitadamente, tentando escovar os dentes ao mesmo tempo em que juntava o material da faculdade. Eu havia passado a noite anterior trabalhando até tarde no meu projeto do TCC e acabei indo dormir altas horas da madrugada, motivando o meu atraso no dia de hoje. Acordei com a minha mãe me chamando para perguntar se eu me sentia bem e se iria à aula, visto que o horário passaria e eu ainda não tinha levantado. Como Sophie possuía carro, ela me buscava em frente ao condomínio – que não era longe de sua casa – e íamos juntas para a faculdade, entretanto, nem as suas ligações conseguiram me acordar.Despertei em um pulo sentindo-me totalmente desatinada e permaneci dessa forma, agora, olhando o meu reflexo no espelho e querendo chorar ao ver o desastre capilar do qual eu me encontrava. Aproveitei o tempo frio e peguei uma touca a fim de disfarçar – ao menos um pouco – aquela situação horrível na minha cabeça e empenhei-me em ignorar a minha cara que se encontrava tão ruim quanto o meu cabelo, jogando a bolsa nos ombros e pegando os livros de qualquer jeito. Praguejei a chuva torrencial que caía, tremendo ao sentir uma forte rajada do vento gélido me atingir em cheio. Disparei porta afora correndo como se a minha vida dependesse disso, ao passo que buscava equilibrar o guarda chuva em minhas mãos também ocupada pelos livros e lutava para não deixar a minha bolsa cair dos meus ombros. Aquela cena deveria ser ridícula por muitos motivos.1 – Eu parecia uma pata correndo.
2 – Eu estava correndo enquanto meus livros desequilibraram-se das minhas mãos.3 – O meu guarda-chuva mais me molhava do que me protegia.4 – A minha aparência se assemelhava com a aparência de alguém que havia acabado de sair da boca de um cachorro. Eu sei que isso não é possível, mas tente imaginar algo parecido. É bem ruim, não é? Sim, é.Essas eram somente algumas das razões, as outras eu perdi no meio do caminho quando percebi que um carro acompanhava a minha corrida ridícula. Torci para quem quer que estivesse dirigindo não inventasse de passar por uma poça d’água, me deixando ainda mais molhada e piorando o que já estava ruim. Tive a sensação de que aquele carro não me era estranho, confirmando a minha constatação ao ver o motorista do mesmo.John Carter.Eu estranhei aquilo e decidi continuar o meu caminho enquanto meio-que-andava-meio-que-corria, não sabendo o que ele queria. Rir da minha situação? Tudo bem, que vá em frente. Ele abaixou os vidros à medida que eu o observava de canto de olho.— Ei! Helena! - ele gritou e eu parei. O encarei com cara de paisagem, tentando enxergá-lo em meio à chuva grossa. “entra!”
Vi que ele destravou a porta do carro e franzi o cenho em total confusão. Desde quando ele me oferecia carona?— O quê? - respondi em um misto de incredulidade e dúvida, aumentando o tom de voz para que John me ouvisse devido ao barulho da chuva. Este, me fitava com o típico semblante que exalava seriedade.
— Entra!- repetiu. Permaneci com a mesma feição confusa já achando que aquele dia estava totalmente do avesso.
— Ahn... Não, está tudo bem. Obrigada. - Respondi sorrindo sem mostrar os dentes e voltei a andar, me encolhendo devido ao frio.— Não parece que está!- ele retrucou com um tom cínico. Respirei fundo e coloquei o sorriso mais convincente que eu tinha no rosto, pronta para dizer-lhe que eu podia me virar, porém, um trovão estrondoso ecoou e me fez pular, fechando os olhos em aflição.Quando os abri, vi que John me observava com uma expressão debochada. Era estranho vê-lo com outra feição que não fosse séria, e, naquele instante, eu decidi que não gostava desse deboche explícito em seu rosto. Mais um trovão ecoou e eu me peguei em um dilema. Ou eu mantinha a minha teimosia em tacto e perdia a prova, ou cedia e aguentaria alguns minutos embaraçosos estando no mesmo carro que John.
Eu não podia perder a prova e já estava atrasada o suficiente.Suspirei derrotada e fechei o guarda-chuva, correndo e entrando no veículo rapidamente.John deu partida e um clima totalmente esquisito tomou conta do local, exatamente como eu previ. Após enrolar o guarda-chuva em sua capinha, coloquei-o dentro da minha bolsa, temendo que eu molhasse o estofado do banco e estragasse alguma coisa muito cara. O carro estava quentinho e eu finalmente senti os meus dedos novamente, quase sorri de alívio, se não fosse... Bem, se não fosse essa situação inusitada e o aroma agradável do perfume de John, que invadiu as minhas narinas. Minha bota encontrava-se encharcada e eu encolhi os ombros, acanhada.— Estou molhando o carpete. -murmurei pesarosa.
— Não tem problema. - respondeu sem mover os olhos da rua. —Você vai pra faculdade, não é?— Sim. - a minha fala deixava transparecer toda a minha introversão mesmo que eu tentasse não soar tão pouco à vontade. John pareceu não ligar, apenas assentiu e continuou dirigindo tranquilamente. Eu desviei meus olhos da paisagem borrada pelo movimento do carro e pela chuva, observando-o de canto de olho. Ele vestia uma blusa social branca, seu terno era preto – perfeitamente alinhado ao seu corpo –, a gravata vinho contrastava com as cores escuras e, por cima, um casaco também da cor preta finalizava o seu visual de maneira esplêndida. Parei de examiná-lo como uma idiota e voltei a minha atenção à rua banhada pelas grossas gotas de chuva. Eu estava imersa em pensamentos até que o seu celular tocou, tirando-me do torpor do qual eu me encontrava. John colocou em seu ouvido um aparelho para atendê-lo, aceitando a ligação em seguida.—Bom dia, amor. - ele saudou a pessoa do outro lado da linha. Obviamente essa pessoa tratava-se de Cassie.
Imediatamente me senti desconfortável, afinal de contas, presenciava um diálogo pessoal. “De novo? Sei... Entendi. Fazer o quê, né? Não, amor. A gente conversa mais tarde, ok? Estou dirigindo. Beijo.” Carter finalizou a ligação e deu um suspiro resignado. Ele parecia incomodado. Eu olhava as minhas unhas como se elas fossem muito importantes e dignas da minha atenção, agradecendo mentalmente no momento em que reconheci o campus da faculdade.John estacionou e destravou a porta do carro, mexendo em seu celular ao mesmo tempo em que aguardava para que eu saísse. Eu desprendi meu cinto, arrumando com pressa a minha bolsa e os livros em meus braços.
— Obrigada. - virei-me para ele e sorri amigavelmente. Ele desviou os olhos do celular e me olhou.
— Por nadaSorri mais uma vez e saí do carro fechando a porta atrás de mim, vendo-o dar partida e sumir do meu campo de visão segundos depois. Corri em direção a minha sala, não sem antes notar um grupo de pessoas me fitando e cochichando. As ignorei e continuei correndo, torcendo para que a professora me deixasse fazer a prova mesmo estando extremamente atrasada.
John’s POVEu elaborava a tese de defesa do meu cliente estudando minuciosamente todos os argumentos que poderiam ser utilizados a fim de conseguir sua absolvição. Este seria o meu primeiro caso com cobertura da mídia, e isso estava me deixando um tanto quanto nervoso, afinal, a acusação leva uma vantagem muito grande, visto que é mais fácil acusar do que defender. Lee Feldmann era empresário e havia sido acusado de assassinar o banqueiro Mason Zummack, mas estava bem nítido que por trás disso havia alguém querendo incriminá-lo por meio de uma falsa acusação, e eu não permitiria que uma condenação injusta levasse um inocente para a cadeia. Eu havia conseguido uma revogação da sua prisão preventiva, porém, ele ficaria em prisão domiciliar até o dia do julgamento. Larguei os papéis sob a mesa por alguns segundos e apoiei os cotovelos nela. Massageei as têmporas e soltei um suspiro cansado, repassando tudo o que me fora dito a respeito do dia do assassinato de Mason.O crime ocorreu em u
— Oi, mãe. - depositei um beijo em seu rosto e sentei-me no sofá a sua frente.— Oi, filho. Chegou agora? - perguntou, me observando por cima do livro.— Agora a pouco. - respondi, jogando a cabeça no encosto do sofá e afrouxando a gravata que parecia querer me sufocar. — e você? Chegou do escritório há muito tempo?—Sim, cheguei há algumas horas.— Não está se esforçando demais, certo? O doutor deu ordens claras para você se cansar o mínimo possível.- a adverti me referindo aos seus desmaios recorrentes. — Eu estou bem, filho. Ficaria pior estando em casa sem fazer nada. Agora me responda... O que você estava falando com a filha da Mary?- levantei a cabeça e a olhei sem entender. Como ela havia visto? Eu não me importava que ela visse, não tinha nada a esconder, porém, chamar a minha atenção por algo tão banal me parecia bem incoerente.— Fui buscar o Bento que estava com ela. - continuei a encarando curioso e meio incerto sobre a sua pergunta repentina.— Hm. Desde quando vocês co
Direcionei-me à minha casa extremamente desanimada e frustrada, amaldiçoando Bryan por ter acabado com o meu bom humor, além de ter criado todo esse drama desnecessário quando tudo o que ele deveria fazer era fingir que eu não existo, tal como já havia feito tantas outras vezes. Joguei a minha bolsa em um canto da sala e pulei no sofá, fechando os olhos e sentindo o meu corpo relaxar, apesar da minha cabeça me torturar com uma dor desagradável. De repente me recordei do dia em que Bryan falara comigo pela primeira vez.FLASHBACKEncarava esgotada a terceira página de exercícios de matemática, sentindo o meu pulso doer de tanto escrever, anotar e apagar. Estava sentada em uma pequena mesinha que eu havia colocado na varanda para que estudar nos dias quentes ficasse mais agradável. Havia passado a tarde toda estudando, o último ano do colégio estava extremamente puxado e eu fazia o máximo para conseguir absorver todas as matérias, haja vista que tudo o que eu desejava era entrar na facu
John’s POVEu me sentia extremamente sem paciência.O que era para ser um dia agradável na companhia dos meus amigos acabou se transformando em um stress que poderia – e deveria – ser evitado, se não fosse Bryan e a sua infantilidade. Falar daquela forma com a Helena foi desprezível, ela havia ficado desestruturada e eu me incomodei com o pesar em suas feições enquanto ouvira as provocações do meu amigo, por isso, decidi intervir, embora tenha sido tarde demais levando em conta o tapa que a garota deu nele. Para ser sincero, fiquei admirado com a sua coragem em falar daquela forma tão confiante.Geralmente eu presenciava as provocações de Bryan direcionadas a ela, que sempre rebatia dignamente, e tudo o que eu fazia era observar o seu posicionamento diante do comportamento imaturo do meu amigo – comportamento este que eu reprovava plenamente – Eu já pensei em repreendê-lo diversas vezes, entretanto, Helena habitualmente tomava as rédeas da situação e se defendia muito bem, era interes
Cassie praticamente fingia que não me conhecia e me ignorava todas as vezes em que eu tentava falar com ela. Era surreal. Ela tinha o direito de ficar brava, eu não podia mudar isso, entretanto, aquela atitude birrenta excedia todos os limites. Estava encostado na sacada de vidro e imaginei que a minha expressão não era das melhores, pois o Paolo vinha me perguntar se estava tudo bem de cinco em cinco minutos, mesmo eu afirmando em todas elas. Avistei Cassie chegando perto de mim e a acompanhei com o olhar conforme ela se aproximava.- Vou embora com a Suzi e dormirei na casa dela – avisou como se não fosse nada demais me lançando um sorriso petulante.Dei uma risada de escárnio e a olhei incrédulo.- Você não está falando sério.- Pode apostar que eu estou – retrucou com o sorriso perdurando em seu rosto.- Mas que caralho, Cassie! Para com essa merda, já deu. Olha só o que você está fazendo – disse, tentando controlar o tom de voz, embora soubesse que a minha expressão esbanjava irr
- Eu sei que não é da minha conta, mas não acho uma boa ideia você voltar para casa dirigindo – ele desviou a atenção da vista à frente e me fitou, fazendo com que o seu olhar encontrasse com o meu, que o encarava. A meia luz iluminava o seu rosto, os seus olhos opacos pareciam querer desvendar os meus através da ausência de som. Por alguns instantes eu me senti desconcertada, a sua análise curiosa e silenciosa fez algo se desorganizar dentro de mim e eu queria muito que, seja lá o que fosse, parasse imediatamente. Como em um lampejo John voltou a se concentrar no horizonte de prédio e luzes, quebrando aquele estranho contato visual. Eu pisquei algumas vezes também voltando à realidade e sentindo o meu rosto esquentar.- Vou pedir um táxi e amanhã venho buscar o carro – respondeu a minha pergunta anterior, tomando o último gole da água que eu havia lhe trazido.Eu assenti silenciosamente e resolvi que era hora de sair dali e procurar pela Sophie, apesar de ter uma noção sobre onde – e
Passei as mãos no rosto e bufei, cansado. Sentei-me em uma das poltronas que ali ficavam e eu acendi um cigarro, tragando-o como se o ato tivesse a capacidade de fazer sumir a tal sensação esquisita.Permaneci mirando o nada por não sei quanto tempo, contudo, despertei ao ver Helena sair com um saco preto em mãos, o deixando dentro do compartimento fixado à parte mais afastada da casa. De longe, enxerguei Bento correr até ela, que se abaixou para brincar com o cão saltitante. O Pastor Alemão ergueu a cabeça e detectou a minha presença mais afastada, iniciando uma onda de latidos enérgicos que obrigou Helena a seguir o som agudo à procura do que o deixava tão agitado, logo me alcançando com o seu olhar. Ao contrário do que lhe era usual, a garota não sorriu ou acenou. Ela simplesmente voltou a prestar atenção no Bento como se nem houvesse me visto, me ignorando prontamente. Tal atitude não era normal, o que me motivou a levantar-me e rumar ao lugar em que Helena e o meu cachorro se en
A noite estava fria, o vento forte fazia com que as folhas das árvores balançam violentamente, indicando que certamente uma chuva intensa começaria a cair a qualquer minuto. Embora a temperatura estivesse baixa, frio era o que eu menos sentia naquele momento, haja vista que eu não parava um minuto sequer, pois me desdobrava entre colocar champagne nas luxuosas taças de cristal e arrumar os quitutes sofisticados na bandeja, a fim de que todos fossem levados dali pelos garçons e garçonetes contratados para aquele típico evento da classe alta. Olhei aquela cozinha abarrotada de pessoas que corriam de um lado para o outro, todas focadas em fazer o seu trabalho da maneira mais impecável possível, levando em conta que aquela era mais uma das tantas exímias festas da brilhante e popular família Carter, conhecida por sua tradição no ramo de advocacia, onde Kyara e Henrico Carter formavam o casal mais prestigiado nesta área.Kyara é a advogada mais influente na área de Direito de Família, on