Alguns até começaram a dançar com seus pares também.— Você fala palavras bonitas, Sr. Landry. — Provoquei enquanto ele me girava mais uma vez. Dessa vez, girou um pouco mais rápido, e quase perdi o equilíbrio. Precisei envolver o pescoço dele com um dos braços para me manter firme, o que fez meu corpo ficar ainda mais próximo do dele.Minha respiração ficou presa na garganta quando acabamos a poucos centímetros um do outro, nossos hálitos se misturando.— Só falo a verdade, Srta. Montague. — Respondeu ele, me inclinando novamente.Quando a música terminou, recebemos alguns aplausos e eu sorri, acenando brevemente para o pequeno público. Walter riu e me conduziu para longe dos outros. Fizemos uma curta caminhada, admirando as estrelas brilhantes e a lua cheia que iluminava o céu.— Noite linda. — Comentei, pensativa.— Sem dúvida. — Ele concordou.Ele passou um braço ao meu redor, me puxando para perto. Dei um sorriso meio sem jeito; agora que não estávamos cercados por outras pessoas
POV de Judy— Ele te beijou?! — Nan gritou do outro lado da linha na tarde seguinte. Tive que afastar o celular do ouvido com o volume da voz dela.— Sim. — Respondi. — Foi inesperado.O motorista do Uber estacionou o carro em frente à mansão do Gavin. Agradeci, entreguei a gorjeta e saí do carro.— Nan, eu preciso ir, acabei de chegar no trabalho. — Falei, tentando encerrar a ligação enquanto subia os degraus que levavam à porta da frente.— Tudo bem, mas você tem que me ligar depois. Eu preciso de todos os detalhes. — Ela exigiu.— Pode deixar. — Garanti, encerrando a chamada.Na real, nem tinha tantos detalhes assim pra contar. O beijo foi aceitável, eu diria. Mas não foi nada que merecesse destaque. Não incendiou meu corpo, nem me deixou sem ar… minhas pernas continuaram firmes, sem sinal de fraqueza. Nada, absolutamente nada. Não foi nada parecido com o beijo que já compartilhei com o Gavin.Minhas bochechas esquentaram só de pensar nisso.Por que o Gavin vivia aparecendo nos meus
A sensação de meu coração se aliviar um pouco foi rápida, mas senti pena dela. Irene não tinha a menor ideia de que tipo de idiota cruel estava noiva dela, mas talvez ela começasse a entender tudo por conta própria. Tentei afastar esse pensamento da minha cabeça; não era meu problema ou preocupação. Eu estava ali para fazer um trabalho, e isso era o que importava. Meu foco principal era meu pai e garantir que sua dívida fosse paga para que ele pudesse voltar para minha mãe, e nós pudéssemos ser uma família feliz novamente.Matt e eu passamos as próximas horas treinando e praticando seus movimentos de defesa. Quando terminamos, estávamos ofegantes e cobertos de suor.— Bom treino. — Eu elogiei, batendo nas costas dele. — Você tem melhorado muito.— Eu tenho uma ótima tutora. — Ele respondeu com um sorriso radiante. — Obrigado por me ajudar, Judy.— Melhor ir lá dentro tomar um banho antes do jantar. Tenho certeza de que as empregadas estão preparando ele nesse exato momento. — Eu falei,
POV de JudyFiquei momentaneamente atônita com as palavras dele. Ele achava mesmo que eu era tão cruel e manipuladora a ponto de machucar alguém de propósito só pra conseguir o que queria? Tudo o que eu queria era trabalhar duro e pagar a dívida do meu pai. Eu não estava atrás de nada, e com certeza não queria ferir ninguém. O Ethan já fazia isso pelos dois.Mas eu não precisava ficar ali parada sendo humilhada. Já estava cansada de ser menosprezada. Puxei meu braço, me soltando do aperto dele, e encarei Gavin com raiva nos olhos.— Eu não quero machucar ninguém. — Disse firme. — Eu sou perfeitamente capaz de sair com sua filha e ser amiga dela sem nenhuma segunda intenção, Alfa Gavin. Se o senhor tem um problema com a nossa amizade, talvez devesse conversar com ela. Afinal, foi ela quem me convidou pra sair.Não esperei por uma resposta. Virei as costas e subi as escadas apressada atrás da Irene. Ainda assim, eu sentia o olhar de Gavin queimando nas minhas costas. Me perguntei o que e
POV de Judy— Não. — Ela me disse, sua voz suavizando. — Honestamente, eu queria passar um tempo com você porque queria conversar. Eu precisava de alguém para falar e preciso me convencer de que tudo isso é só coisa da minha cabeça.— O que está te incomodando? — Perguntei.Ela mordeu o lábio inferior e ficou olhando para as mãos.— Não aqui. — Disse ela finalmente, após um breve silêncio. — Vamos aproveitar a noite primeiro. Podemos conversar quando jantarmos.Fiquei olhando para ela por um momento mais, antes de ceder. Se ela não queria conversar agora, então não íamos conversar. Ela queria se distrair e aliviar seu desconforto.30 minutos depois, chegamos à cidade movimentada. Leroy estacionou o carro em frente a uma das lojas de departamento. Ele não desceu conosco, como eu esperava, mas os seguranças no carro atrás de nós saíram depois de estacionar. Eles estavam vestidos com roupas casuais, mas suas armas estavam claramente escondidas sob as roupas. Também tentavam não fazer com
POV de Judy— Ah, você trouxe sua amiga pegajosa com você? Aqui não é brechó. — A mulher sibilou. — Vou chamar a seguran…Antes que pudesse terminar a frase, o gerente a agarrou pelo braço e a puxou com força para longe de nós. Ela quase caiu no chão com o tranco.Os olhos dela, arregalados, vasculharam o ambiente até pararem no gerente.— S… senhor? — Gaguejou, tentando se recompor.— Você ficou maluca? — Ele rosnou. — Tem ideia de quem é essa?Irene se aproximou de mim; os braços cruzados sobre o peito e os olhos estreitados para os dois. Ela não parecia nem um pouco satisfeita, e por um segundo, quis dar um passo para longe dela, sem conseguir aguentar a intensidade da sua presença, mas permaneci imóvel.— Esta é Irene Landry. — Ele murmurou, forçando um sorriso na direção dela.Os olhos da mulher se arregalaram ao ouvir o nome de Irene. Rapidamente, se virou para ela e inclinou a cabeça em sinal de respeito.— Srta. Landry, me desculpe. Eu não a reconheci. É uma honra conhecê-la. —
— Você está bem? — Ela perguntou.Piscando algumas vezes, ainda confusa com a mudança repentina, respondi:— Acho que sim. — Disse, hesitante. — Mas podemos ir?Ela fez uma careta.— Não até fazermos compras até o coração se contentar. — Disse, me puxando pelo braço. — Vamos mantê-los ocupados.Eu não queria ficar naquele lugar, mas não discuti. Uma hora depois, saímos carregando montes de sacolas. Felizmente, Leroy ainda estava lá fora, então conseguimos deixar as sacolas com ele enquanto continuávamos a comprar. Quando finalmente terminamos, eu estava exausta e faminta.— Vocês dois podem ir pra outro lugar por uma hora enquanto a gente come? — Ouvi Irene perguntar aos guardas.Eles se olharam, trocando olhares incertos.— Temos ordens para ficar com você… — Um deles tentou protestar.— Eu sei as ordens. — Ela disse, com um tom amargo. — Mas podemos fazer o jantar sem audiência. Por favor… eu só preciso de um espaço, e gostaria de comer em paz.— O que devemos fazer, então? — O outro
Ela levantou o olhar e encontrou o meu. Ficou me encarando por um longo tempo, como se tentasse descobrir se eu estava sendo sincera ou não.— Sério? — Ela perguntou, finalmente.— Sério. — Respondi. — Além disso, seu pai me mataria se eu passasse dos limites.Ela sorriu de canto e deu de ombros.— Ele é bem protetor mesmo. — Admitiu. — Só não entendo o que se passa na cabeça do Ethan ultimamente. Ele tá difícil de ler.— Pelo que me lembro, ele sempre foi assim. — Comentei. — Mas não leva pro lado pessoal, Irene. Ele te ama e quer ficar com você. Ele te escolheu.Ela pareceu relaxar, porque finalmente sorriu de verdade e assentiu.A garçonete trouxe nossos pratos, e conversamos coisas aleatórias enquanto comíamos. Apesar do tom leve, me senti meio vazia por dentro. Não gostei de mentir pra ela sobre meu passado com Ethan, nem sobre o fato de ele amá-la. Eu sabia que ele só estava usando Irene, e se ela descobrisse... isso a destruiria.Quando terminamos o jantar, Irene segurou meu bra