— Porque eu também me sinto culpado pela sua morte. — Benício respirou fundo antes de continuar.
— Se eu tivesse sido mais corajoso… se tivesse te contado que foi Orfeu quem subornou sua colega de quarto para te acusar de plágio…
— Se eu tivesse te mostrado as provas que encontrei, que provavam sua inocência…
— Talvez… talvez sua vida tivesse tomado outro rumo.
Minha respiração falhou.
— Mas Orfeu disse que você gostava dele. — A voz de Benício vacilou. — Ele me perguntou se eu teria coragem de te fazer sofrer.
— Eu tive medo… medo de que você não acreditasse em mim.
— Então eu calei a boca.
As palavras saíram entre soluços.
Minha visão ficou embaçada pelas lágrimas.
Toda a minha vida…
Toda a minha dor…
Baseada em uma mentira.
Sem pensar, cerrei os punhos e o acertei no braço.
Ele chorava como uma criança.
— Me bate mais forte… — Soluçou. — A culpa é minha…
Revirei os olhos, afrouxando o cinto de segurança.
E então, o abracei.
Enquanto o socava de leve nas costas, resmunguei:
— Como vo