Outra fatalidade

- Puxa! Que folga!

                     Ele comentou o fato da filha estar deitada com a cabeça do colo de Tatá. Que lhe fazia cafuné.

- É. Hoje sua filha está muito preguiçosa. Não quer nem se levantar.

                    Ele seguia sorrindo sem graça e se alarmou com a docilidade de Pillar. Com certeza viria mais bomba pela frente.

- Oi Papai! Seja bem vindo.

- Obrigado.

- Cadê meu irmão?

- Ficou na sua vó.

- Então , dá licença que eu vou lá ver ele.

- Tá ok.

                 Ela se levantou e saiu correndo. Ele continuava olhando para ela intrigado.

Mas não havia mistério. A filha o tratava bem para tentar recuperar o cavalo , mas o que a invadia quando ele se aproximava , era ódio. Nunca saberia lidar com traição.

“Isso tudo é culpa da minha mãe.”

Não pôde evitar de Pensar.

- Patrick ! Você está cheio de olheiras.

                    Observou Tatá com preocupação. Suspirando cansado , e se aproximando, segurou suas mãos.

- Eu não consigo dormir direito. Meu sono é de 1:00 hora . O resto da noite passo toda em claro.

- Mas por que?

- É o sofrimento de Pillar.

- Ela está bem.

- Sim. Mas até quando? Meu neném é uma bombinha. Pode explodir de uma hora para a outra. E eu agi muito mal com ela. Meu Deus o que eu faço?

- Trás o cavalo de volta. Só você e a vó sabem onde ele está! Patrick se você ama sua filha, não compactua com essa mulher má.

- Tatá!

- Sim?

- Desde que a vi , não consigo mais te tirar dos meus pensamentos. Estou muito apaixonado por você.

- Oh Patrick querido!

                      Ela suspirou acariciando aqueles cabelos macios . Emoções contraditórias a invadindo. Não ficariam juntos enquanto ele não aprendesse a amar Pillar. Tatá já tinha decidido. Por isso , muito sutilmente o afastou.

- Acho que estraguei o fim de semana de vocês.

- Não. Eu acho que não. Vem , vamos para a cozinha. Vou preparar a sobremesa dela.

- E para o pai? Você não vai fazer nada?

- Seu bobo! Claro que sim.

O dia passou tranquilo, e muito rápido. Pillar e Patrick trocavam poucas palavras. Tatá no meio observando,  tentando amenizar e sem poder fazer muita coisa. Quando deu 8 da noite , ela se despediu apressada.

- Ei onde você já vai? Nem pensar em escapar de novo hein!

- Escapar? Que idéia é essa? Claro que não pai.

                    Ela pegou o irmão no colo para despistar.

- Vai sair? Te dou carona.

- Não! Eu só ia ali. Ver Ruizinho.

                   Confessou vermelha.

- Estão namorando?

- Não. Ainda não! Ai Pai! Pára de ser indiscreto.

- Tudo bem, desculpa.

                   Ele beijou a testa dela e pegou o filho dos braços dela. Ela , sem perder mais um minuto,  correu para se encontrar com Rui. O rapaz a esperava já tinha 20 minutos.

- Preparado?

                   Pillar quis saber ansiosa.

- Não.

- Deixa de ser fracote menino! De todo jeito nós vamos.

- Então vamos. Tem certeza de que vai dar certo?

- Tem que dar certo. Minha vida depende disso.

                       Os passos de Pillar eram firmes. Os de Rui , vacilavam. Ele parou no meio do caminho , sendo puxado pela mão. Não tinha outra opção. Pillar estava determinada.

Enquanto isso na casa dos fundos...

- Patrick. Quer café?

                      Tatá ofereceu.

- Não. Obrigado. Não quero nada. A única coisa que quero é me livrar do passado.

- É a melhor coisa que você faz. Pelo bem de Pillar.

- Você me ajuda?

                    Taele sorriu.

- Ajudo.

                    Mas o passado não o deixava em paz.

                     Tinha certeza de que Pillar saiu para aprontar de novo e isso não demorou a se confirmar.

Quando o barulho de galopes rápidos chegaram aos seus ouvidos  ambos correram para varanda a tempo de ver Pillar praticamente voando em cima de Castanha.

Um mal pressentimento fez a espinha de Patrick gelar.

- Pillar! Pare imediatamente!

                       Ele gritou.

- Patrick! Deixa ela!

                       Tatá aconselhou mas ele não ouviu. Corria atrás da  filha enquanto ela atravessava o campo cada vez mais veloz.

- Pillar!

                      O grito de Patrick foi tão grande que o cavalo Se assustou e se inclinou atrás jogando pilar no chão Tatá desesperada correu até ela E verificou o seu estado.

- Patrick chame uma ambulância! Ela está desmaiada. Melhor levá-la ao hospital.

- Não! Vamos no meu carro. Esperar pode ser fatal.

- Então eu dirijo.

                      E 20 anos depois ele fazia o mesmo trajeto. A tragédia se repetiria?  ele perderia a filha assim como perdeu a mãe dela? No hospital, andava de um lado para o outro. Como um leão. Sentava , levantava e voltava a percorrer todo o corredor lotado.

- Aquele cavalo infeliz!

                      Rosnou.

- Patrick ! Isso não é hora! Contenha-se por favor! Se tivesse me ouvido   se não tivesse gritado feito um louco , nada disso teria acontecido.

- Não pude evitar. Vi tudo se repetindo.

- Você está destruindo a vida da sua filha . Ela não tem culpa da morte da mãe e muito menos o coitado do Castanha. Ele não sabe de nada. Mas parece que você não entende. Não quero ser testemunha disso.

                        Quando ela se afastava , ele segurou sua mão.

- Não se afaste de mim. Por favor!

                        Nesse momento, um médico se aproximou.

- Vocês são da família de Pillar?

- Sim. Como ela está? Podemos vê-la?

- A mocinha está muito agitada.

- Ela é muito agitada.

                       Tatá o olhou com repreensão Diante dessa afirmação.

- Aplicamos um sedativo nela. Faz mais de meia hora e ainda não fez efeito. Ela não pára de chamar pela mãe.

- Pela mãe?

                   Patrick estranhou.

- Sim. Tatá!  É você moça?

- Sim! Sou eu!

                  Ela confirmou em prantos , o coração na garganta ainda sem acreditar  no que o medico disse. Pillar a chamou de mãe. Se apoiou em Patrick impactada com tamanha graça. Ele , continuava impressionado com a força do sentimento que as unia. Se Pillar tivesse conhecido Bela, talvez não a amaria tanto.

- Pois vamos! Vou levá-los para vê-la.

                      Quando ela viu o médico , foi logo perguntando, ansiosa:

- Doutor  quando eu vou poder sair daqui?

- Se for uma boa menina, amanhã á noitinha.

                  Ele saiu fechando a porta. Pillar estendeu a mão para Taele sorrindo.

- Como você se sente querida?

                    Tatá se aproximou com cuidado.

- Dói.

                     Resmungou.

- Onde?

- Nas costas e parece que meu corpo todo está quebrado.

- Mas o médico nos disse que você não tem nenhuma fratura.

- Patrick! E o meu cavalo?

- Ele quebrou uma pata.

- Viu o que você fez?

- Perdão. Fui um idiota.

- Como sempre!

- Olha o respeito menina!

                    Exigiu furioso. Ela se encolheu e levantou as mãos como se estivesse pedindo trégua.

- Desculpa. Quero ver meu cavalo.

- Amanhã.

- Ele deve estar sofrendo tanto. Coitadinho. Tatá. Estou com fome.

- Vou buscar um lanche para você.

- Vai , mas volta depressa ok?

- Sim meu amor.

                     Ela e o pai ficaram a sós. Ele estava em pé ao lado da cama , mexia com os dedos dela , tentando uma descontração , mas ambos estavam muito sem graça. Patrick viu que o tranquilizante começava a fazer efeito. Os olhos dela quase se fechavam , mas abriu um sorriso quando Tatá voltou.

- Trouxe um sanduiche delicioso para você. E uma vitamina de abobora.

- Hum deve ser horrível. Mas obrigada.

                         Tatá ajeitou a bandeja no colo de Pillar que acariciava o rosto da moça. Patrick estava estupefato com o que via. A filha nunca fazia isso com ninguém. Era extremamente fria e Tatá era a única que parecia ser capaz de quebrar aquele gelo.

- Filha ! O pai tem uma boa noticia pra você!

- Ai desculpa Patrick! Não acredito mais em boas notícias! Já estou bem crescidinha para acreditar em conto de fadas.

- Baixa essa guarda pelo menos 1 minuto. Pode ser?

- Ok vai lá! O que tem para me dizer?

- Recebi um comunicado do juiz e você foi absolvida. Não vai mais precisar cumprir pena.

- O quê?

                      Ela murmurou em choque.

 - Aconteceu o que tanto queria. Amanhã mesmo poderá fazer suas malas e voltar para a cidade.

- Não mas eu não quero ir embora! Eu quero ficar no haras! Eu não posso deixar a Tatá!

- Você pode visitá-la todos os dias minha filha! E o seu cavalo também. Mas você vai para a casa. Durante quanto tempo só pensava nisso!

- Não!

- Pillar...

                    Patrick tentou continuar. Então, ela se agarrou á Taele , desesperada.

- Diz que eu vou poder ficar com você! Eu não quero ir embora. Quem vai me dar o seu beijo de boa noite? Quem vai me cobrir?

- O papai!

- Não! Não deixa eles me separarem de você mamãe! Eu te amo! Diz que eu vou ficar lá!

                        Patrick e Taele estavam de boca aberta. Tatá engasgada de emoção.

- Também amo você! Ninguém vai te tirar de lá. Se quiser pode ficar.

- Obrigada.

                      Agora ela enxugava as lágrimas mais tranquila.

- E eu pensando que esse calmante estava começando a fazer efeito.

                       Patrick observou fazendo Taele rir.

- E está! Eu estou com muito sono.

- Então vamos dormir?

- Sim , mas tira esse negócio do meu nariz! Está doendo muito papai!

- Infelizmente não pode.

- Mas por quê?

- Você tem que tomar soro para poder se recuperar. Se quiser ir para o haras amanhã e cuidar do seu cavalo , trate de se comportar e dormir de uma vez.

- Combinado então.

                         Ela abaixou a cabeça aborrecida. Ele segurou sua mão e beijou sua testa com cuidado.

Quando ela adormeceu Patrick saiu do quarto e deu de cara com Iolanda no corredor , com um semblante preocupado.

- Como está minha neta?

- Dolorida , a queda foi forte. Mas esta bem. Vai sair amanhã. Dessa vez eu mesmo coloquei a vida da minha filha em risco. Vai ficar no rancho. O juiz a absorveu por bom comportamento, mas acabou que ela não quer voltar para a cidade.

- Já estava imaginando isso. Ai aquela garota. Idêntica á minha Bela.

- Pois eu acho a personalidade dela até mais forte.

                    E a senhora continuava ali, bombardeando-o com uma série de perguntas. Ele olhava para Taele intrigado.

Ela estava calada e muito pensativa a um bom tempo. Patrick estava assustado . Não sentia isso desde Bela. O desejo e a paixão intensa o atordoava. Não via a hora de ficar sozinho com ela.

Muitas horas depois   ele conseguiu se aproximar.

- Está chateada comigo?

                 Tatá virou-se para encará-lo.

- Por que deveria estar?

                   Ele acariciou seu rosto.

- Vai para o haras. Você está esgotada.

- Não! Eu não vou deixar minha menina.

- Não fique assim tão triste. Pillar já está bem.

- Sim. Eu sei.

- Tatá, obrigada por amar minha filha. Você é muito importante pra nós.

- Fico feliz de ter conquistado o carinho de todos vocês.

- Você é uma ótima mãe.

                       Ele a beijou com doçura e longamente , mas apesar da grande emoção , ela se afastou.

- Não é o momento.

- Não vou me desculpar. Por que não se permite algo mais intimo entre a gente?

- Eu temo que a gente se precipite e acabemos por prejudicar seus filhos.

- Mas como isso aconteceria? Eles te amam!

- Patrick você é muito dependente emocionalmente da sua falecida esposa. Não tenho a menor certeza de que isso vá dar certo.

                        Ela sorriu quando ele beijou sua mão.

- Tatá! Me dê uma chance!

- Vamos esperar mais um pouquinho Patrick.

- ok princesa. Como você quiser.

                       No dia seguinte eles ajudavam Pilar caminhar até o quarto na casa de Taele.

- Feliz por voltar ao lar , meu amor?

- Sim mamãe! Desculpe Patrick! Não consigo mais sobreviver sem esse lugar.

- Eu sei querida. Sua mãe adorava todos os minutos que passava aqui. Espero que seja feliz nesse rancho também.

                        Ela olhava para ele sorridente.

- Taele vai cuidar muito bem de mim papai.

- Tenho certeza de que sim.

                         Uma semana se passou e durante todos esses dias , ela recebia a visita de Rui . Isso fez com que se recuperasse mais depressa.

- Você parece triste meu amor.

- Sim mamãe!

- Mas por quê?

- Sinto muita falta do Castanha e estou preocupada com o estado de saude dele.

- Podemos ir até a baia dele.

- Me levaria até lá?

- Claro que sim! Mas para isso, você vai ter que usar a cadeira de rodas que o médico recomendou. Ainda não está de tudo curada.

- Tudo bem. Vamos.

                     Tatá ajudava-a a manejar a cadeira.  Usava quando ela se sentia muito fraca e quando era acometida por fortes dores na perna e na coluna em decorrência daquele tombo. Mas já estava quase se livrando dela.

                         O alívio da jovem era tão grande ao perceber que o seu animal não estava tão mal como ela imaginava que resolveu se empenhar o máximo em sua recuperação para que pudesse em cavalgar juntos mais breve possível. Notou que ele  emagreceu depois do acidente mas , mesmo assim Castanha continuava elegante. Ao consultar o veterinário Aquele dia ela soube que o peso poderia ser recuperado em semanas.

Então no sábado, livre de todas as mazelas provocadas pela inconsequência do pai, Pillar encostou-se na pista , esperando o momento certo de se aproximar do árabe que depois do acidente ficara 3 vezes mais arisco. Principalmente naquele dia.

Uma moça morena, belíssima , de olhos azuis e cabelos na cintura  , de postura orgulhosa , chegou até ela.

- É um belo animal.

- Sim. Estupendo.

- Você vai montá-lo?

- Sim. Vou.

- Esse haras só tem cavalos belíssimos.

- É verdade.

- Quanto acha que deve custar um desses?

- Vó me disse que um desses na idade de 5 anos pode custar até 18.000 , mas isso depende da importância, raça e pelagem.

- Não entendo muito disso. Desculpe. Ele já criou?

- Ainda não .

- Deve ser jovem.

- Vai fazer 25 anos.

- Qual é mesmo seu nome?

- Pillar!

                       Respondeu começando a se irritar com a curiosidade da estranha.

- Meu nome é Natália Becker , Pillar. Muito prazer.

- Igualmente.

                      Natália estendeu sua mão.

- Me falaram tão bem desse lugar! Fiquei tão curiosa que tive que vir conhecer.

- Minha mãe era a Dona! Espero que esteja gostando.

- Estou amando! Pode ter certeza. Agora se me der licença , vou montar um pouco. Tem algum cavalo bem manso que possa me recomendar?

- Hum , não sei! Talvez o escapada. Ele fica no portão número 3.

- Quem sabe o árabe?

                      Pillar negou sentindo uma fisgada no peito.

- Não! Impossível! O castanha não aceita ninguém. Nunca foi montado. Só eu subo nele. Por que não monta em outro cavalo? Aí não corre o risco de se machucar.

- Por que não me leva então , até ele?

- Pode ser. Vamos sim. Mas eu não posso demorar. Não quero deixar o Castanha muito tempo sozinho. Primeiro ele tem que se acalmar.

- Eu cuido dele Pillar!

                   Rui propôs para o alivio dela. Não deixaria que ninguém se aproximasse de Castanha. Ela era muito possessiva em relação ao animal.

O momento que ela tanto esperava finalmente aconteceu. Ela pode desfrutar da sua companhia durante horas, praticamente a tarde inteira e começavam a praticar saltos. Apesar de nunca ter tido aulas de hipismo, por não se interessar, ela não sentia medo. Se Patrick visse , com certeza ia infartar.

Pensou divertida.

- Puxa garotão! Muito cuidado! Você quase me derruba novamente.

                     Quando pensa que não aquela notícia se espalhou rapidamente . Pillar chamou atenção com a sua ausência e o pai a descobriu na pista logo tratou de incomodá-la.

- Pillar! Sua avó me pediu para te avisar de que não deve mais praticar saltos com o seu cavalo.

- E por que?

                      Perguntou  de cabeça erguida.

- Porque ele não é um animal adequado para esse tipo de esportes. é um Árabe selvagem e vocês podem acabar se machucando. Sabe muito bem disso.

                      Pillar suspirou beijando o pescoço do cavalo.

- Será que nunca poderemos nos divertir em paz?

- Podem. Mas sem saltos. Em segurança. Foi para isso que o pediu de presente? Para fazer peripécias perigosas?

- Claro que não! Por sinal foi você que me deu. Não pedi nada pra ninguém.

- Verdade ! Você tem razão. Mas melhor me obedecer , e obedecer sua avó para não perdê-lo novamente. E então, como ficamos?

- Dessa vez vou te escutar Papis! Faço de tudo para não me tirarem meu cavalo.

- Perfeito. O pai já está indo embora. Vem comigo? Vou me despedir do seu anjo da guarda , sua puxa saco.

- Hummmm! Ela é também a mulher da sua vida. Mas acho que não vai ser muito fácil conquistar ela não.

- Pelo amor de Deus ! Não fala isso nem brincando.

                     E Pillar foi abraçada com ele. Riam descontraídos e em paz. Esses momentos raros o deixava muito emocionado.

- Tatá! Meu pai veio se despedir de você.

                 Ela estava na cozinha e largou  as batatas que estava cortando . Levantou-se e esfregou as mãos no avental. Tímida.

Pillar com cuidado ajeitava os cabelos dela.

- Aconteceu alguma coisa? Vocês estão com uma cara!

                Olhava para Pai e filha desconfiada.

- É que eu estou tentando fechar uma parceria com Pillar , mas está difícil! Ela é muito enjoada.

- Ah é ! Que bom saber disso! Agora procura outra pessoa para te ajudar.

- Nem pensar! Você é a pessoa ideal! E depois já passou da hora de me dar uma moral. A um pai não se nega nada.

- Ah está bem. Vou pensar no seu caso. Vou ver se eu te ajudo. Mas você é muito lerdo. Não tenho muita paciência.

                         Tatá ria deles emocionada. Estavam abraçados.

- Meninas. Até o próximo sábado.

- Vai com Deus Patrick.

                          Ele segurou as mãos da loira que tentava desviar o olhar.

- É só isso que você vai me falar?

- Bem....

                          Pillar pôs a mão na boca segurando o riso.

- Vou sentir sua falta.

- Eu também.

- Tchau.

- Tchau!

                       Ela o levou até a porta.

Na semana seguinte Tatá atendeu um pedido especial de sua filha. Foi até a casa deles na cidade.

O calor de 40⁰ graus da cidade grande quase fez com que ela desmaiasse. O impacto foi terrível porque ela viajou 3 horas no ar condicionado e o clima do lugar não lhe fazia bem.

Inexperiente , ela vestiu roupas de lã ao sair. Decidira essa viagem de ultima hora e aquele detalhe acabou lhe passando despercebido.

Ela olhou para os lados  observando aquela quantidade de prédios e lojas. Jamais se adaptaria e o fato de que sua estadia seria de pouco mais de três dias , a deixava mais conformada. Depois, com Pillar do seu lado seria mais fácil passar por aquela novidade.

Por falar em Pillar , elas pararam perto do hotel para descansarem do cansaço causado pelo peso das malas que dividiam. Desceram do taxi e andaram 10 minutos. Patrick as esperaria por ali.

- Ai Pillar ! Meus sapatos estão me matando.

- Pai já vem !

                      Tatá respirava com dificuldade. E isso se agravou quandoニ ela e uma mulher que chegava  correndo rumo á entrada , trombaram.

- Desculpa!

- Não querida! Desculpas peço eu! Te machuquei?

                    A mulher segurou delicadamente em seu braço.

- Não. Está tudo bem.

- Então com licença. Boa tarde para você.

- Boa tarde.

                  Ainda zonza , ela observou a figura elegante desaparecer no interior da hospedaria. Essa observava agora seus movimentos da janela do ultimo andar. Dali não sairia mais.  Pretendia se manter o mais afastada possível do lugar ao qual pertencia no passado. Faria seus contatos por telefone e providenciaria para que seus encontros fossem feitos ali mesmo.

decidida, ajeitou no corpo o longo casaco que usava e guardou o chapéu em uma caixa , colocando-a em cima do guarda-roupas. Agora iria relaxar.

A Semana em que Tatá passou na casa de Pillar , na cidade grande , passou voando. Patrick , durante aqueles dias fez o possível e o impossível para seduzir Taele , mas não foi tão fácil como ele imaginou. O laço entre ela e sua filha se estreitava cada dia mais. Pillar simplesmente se recusava a desgrudar do anjo de candura que ao invés de julgar , abriu os braços para acolhe-la e ajudar a se livrar da rebeldia.

Faziam o café juntas , davam faxina no apartamento e até o lixo , Pillar descia com Tatá quando chegava a hora dela descartar.

Ele suspirava impaciente. Ainda com esses pensamentos na cabeça , foi atender a porta. A campainha tocava e quando abriu , teve uma surpresa.

- Sogra.

- Boa tarde meu querido. Será que posso entrar?

- Por favor...

                      Concordou com hesitação. Ela entrou e se sentou sem cerimônias.

- E meus meninos onde estão?

- Vasco está dormindo. Pillar e Tael desceram agora.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo