- É Taele meu querido. E Nossa ! Você não imagina o quanto minha funcionaria está fazendo falta. Me sinto de braços e pernas quebradas sem ela por lá. O haras está um caos.
- Não creio. Existem peões de grande competência espalhados por todo lugar. Tenho certeza de que dão conta sim. E outra coisa sogra. Se tivesse um caos , não acredito que a senhora estaria aqui.
- Bem meu querido, justamente por isso vim. É que eu tenho uma reunião. Lá não tenho condições e como vinha para esses lados , achei que não haveria problema de me encontrar com essa pessoa aqui. Você se aborrece?
- Não. Posso saber quem é?
- Na hora certa vocês vão se conhecer.
Nathalia Becker bateu na porta do apartamento e foi recebida por Pillar com surpresa.
- Oi mocinha! Você por aqui!
- Eu moro aqui.
Pillar informou rispidamente.
- Oh!
- O que deseja?
Dona Iolanda respondeu por ela.
- Veio encontrar comigo Pillar.
Nathalia sorriu para a senhora com simpatia.
- Olá.
- Boa noite querida, seja bem vinda.
- Obrigada. Vamos falar de negócios? Não quero me demorar por aqui.
- Graças a Deus!
Pillar exclamou espontaneamente , sendo repreendida pela avó.
A Morena , sorrindo , olhou para Pillar que fechou a cara na hora. Não gostou dela.
- Então querida! Aos negócios.
Dona Iolanda incentivou entusiasmada.
- Eu estou interessada em um cavalo e quero comprá-lo não importa o preço. Decidi que ele será meu.
- E que cavalo é esse meu amor?
- É um árabe.
Pillar olhava para a mulher espantada e ao mesmo tempo cheia de ódio, com vontade de tirar o sorriso irônico do rosto dela , com tapas.
- O único árabe que temos no haras é o Castanha.
- É esse!
A moça confirmou num sorriso.
- O castanha é meu! Não pode ser vendido . Eu o ganhei de aniversário.
- Sinto muito mocinha. Mas eu já me decidi. Eu acho que ele ficaria muito melhor comigo. O coitado está muito maltratado.
- Seu nariz! Ele ficou debilitado porque foi levado a força para outro haras . Mas nas minhas mãos já está se recuperando. Eu jamais vou maltratar meu cavalo. Sinto muito queridinha . Esquece. Meu pai e minha avó, já fizeram de tudo para me afastar do meu Castanha e não conseguiram. Você que vai conseguir? Te garanto que não.
Pillar se afastou furiosa e foi para a cozinha deixando Nathalia a resmungar.
- Mas que garotinha!
- Acho melhor você desistir. Nada nem ninguém consegue tirar esse animal dela.
- Bem. E ela vive aqui?
- Não. No haras.
- Ah sim.
- Na casa da minha empregada , que fica nos fundos do complexo. O pai fica aqui e vai visita-la durante o fim de semana.
- Que interessante. Ouvi dizer que é um homem muito bonito. Seria possível eu conhecer?
- Vou te apresentar agora.
Dona Iolanda invadiu a cozinha do apê com a convidada indesejada.
- Quem te chamou para vir aqui?
Pillar disparou ao vê-la.
- Minha filha , o que é isso?
Patrick se assustou.
- Ela não gosta de mim.
Nathalia respondeu por Pillar.
- Mas por que?
- Me interessei pelo Árabe.
- Aquele animal asqueroso? Selvagem? Moça ! Por favor ! Está falando sério?
- O meu cavalo não é asqueroso.
Pillar se indignou.
- Senhor! Sua filha tem razão. Ele é magnifico! Nunca vi beleza igual. Eu o queria muito para mim. Mas... sua vó me convenceu querida. Não vou mais tentar comprar seu cavalo. Mas você tem que me prometer um filhotinho. Um filhote dele eu não vou abrir mão. Me entendeu ?
Pillar desarmou.
- Bem , não sei se ele vai cruzar tão cedo, mas a gente pode ver isso. Mais pra frente .
- Perfeito !
- Moça você não quer se sentar?
Patrick ofereceu sem graça.
- Não ! Não. Estou voltando agora para o interior com dona Iolanda. Na verdade estou doida para ir embora. Estou tão cansada. Eu te agradeço por me receber em sua casa.
- Volte sempre. Foi um prazer.
- Vem Pillar. Vamos comigo e sua vó até a porta.
Ela concordou a contra gosto.
- Até nunca mais.
Foi assim que se despediu.
Quando Nathalia ficou a sós com dona Iolanda , comentou.
- Meu Deus ! Que homem! Estou em êxtase.
- Muita calma querida. Pois te digo que ele não esta livre nem se livrando dessa camponesa da minha empregada. Patrick não está disponível para romance com quem quer que seja.
- Por que diz isso?
- Se não se importa , gostaria de encerrar o assunto. Vamos para o rancho.
- Como a senhora quiser.
De volta ao haras Pillar alimentava castanha. Ruizinho tentava ajudar. A dona tentava contê-lo pois o animal reagia muito mal á presença do rapaz.
- Isso só pode ser ciúmes. Acho que esse bicho te quer só para ele.
- Talvez seja verdade.
A jovem analisava.
- Você monta nesse cavalo sem sela?
- Sim.
Ela confirmou tranquilamente.
- Quer se matar Pillar?
- Não acho que tenha perigo. Eu e o castanha nos entendemos muito bem. Ele me ama. Eu sei.
- Tenho medo que alguma coisa aconteça com você.
- Não vai acontecer nada! Eu conheço meu cavalo. Ele é muito carinhoso e amigo.
- Sinceramente não parece.
O rapaz comentou , vendo o cavalo se empinar e agitar-se.
Pillar resolveu se afastar com medo de ser atingida mesmo que acidentalmente.
- Você queria que ele fosse manso como o juventude. Não tem graça. Eu gosto assim. Quieto Castanha.
Sob a ordem , ele se acalmou.
- Como você conseguiu?
Ruizinho questionou espantado.
- É o amor. Agora vamos dar um passeio. Até mais. Obrigada pela companhia.
E rápida , ela montou e saiu cavalgando.
- Tatá , quem é essa Nathalia?
Patrick questionou vendo a sensual morena indo embora do haras.
- Amiguíssima de dona Iolanda. A mais nova admiradora do cavalo de Pillar. Parece que estão disputando-o.
- Será possível que os problemas nunca acabam?
- Relaxa! Daqui a pouco o interesse dela passa. Conheço bem essas riquinhas mimadas. Já passaram muitas delas por aqui.
Patrick pousou sobre ela um olhar intenso e fixo. Por um momento Taele achou que se beijariam e ela corresponderia. Porque queria aquele homem e seu maior sonho era que ele se curasse do amor que tinha pela morta , para que assim pudessem formar uma família de verdade. Então o celular dele toca, arrancando-o de seus devaneios e deixando seu coração aos saltos. Tatá observava. Era uma voz feminina. Ele não dissera uma palavra durante aquela ligação e desligou se despedindo. Falou que ia embora e voltava depois. Saiu batendo a porta deixando Taele intrigada.
Ela foi ver Pillar.
- Passou o dia todo trancada nesse quarto. Quase não te vi hoje. Senti saudades.
- Hummmm .... eu também. Muita.
A moça a abraçou carinhosa e Tata deu um beijo em sua testa.
- O que essa mocinha está estudando?
- Administração.
Respondeu emocionada . Tatá era realmente um anjo que apareceu na vida deles, seu pai nunca se interessava pelos seus assuntos e isso lhe fazia muita falta.
- E gosta dessa área?
- Sim. Bastante.
Ela ainda era lacônica nas respostas.
- Eu me formei em medicina.
- É verdade? Que legal! Por que não exerce?
- Desde que perdi meu bebê...
- Você perdeu um bebê? - Sim. - Ai meu Deus ! Lamento muito. Pillar a abraçou solidária. - Eu perdi um anjinho. E ganhei outro. Você! Minha filha ! Meu amor. - E eu vou estar com você para sempre. Prometeu. Ambas choravam emocionadas. Pillar pensado em todas as maravilhas que o Haras oferecia . amava aquele lugar apesar de Dona Iolanda fazer de tudo para prejudica- lá suportaria porque tinha a mãe a única que conhecia. Ela era adorável. A defendia da avó do pai contra aquela mente doentia e apegada ao passado como os dois possuíam. Sozinho em casa Patrick se arrependia de ter saído daquele jeito do Haras. Tatá não merecia. Se quisesse mesmo conquistá-la teria que
Mas como bem lhe dissera dona Iolanda , a tarefa não seria assim tão fácil. “ Querido vai ser muito difícil para você seduzir essa da roça. Eu no seu lugar me poupava , porque vai por mim, no final da história, isso não vai dar em nada.” Ela garantiu. E lembrando-se daquela ocasião Patrick então questionou: - Tata , você por acaso tem alguém? - Eu? Ninguém. Quem? - Um admirador, alguém com quem possa estar se relacionando? - Jamais Patrick. De onde tirou essa ideia? Estou sozinha. Eu, Deus e agora sua filha que eu amo de paixão, mas nenhum homem, ninguém que possa me dar amor, nenhum braço para me proteger e me amparar. Ele estendeu os dele fazendo ela rir. - Estou aqui. - Inteiro? Ele se calou. Deu um suspiro e depois questionou , só para despistar. - Minha Filha? Que horas termina o trabalho? - Ne
Pilar cavalgava o dia inteiro com castanha, queria montar em Juventude mas seu cavalo não deixava ela se aproximar de nenhum outro. - Castanha não seja bobo ! Você é meu e eu não vou te deixar. Ela ria divertida enquanto o levava para pista profissional ele precisava de exercícios. Desde que castanha se recuperara , sempre fazia tudo o que o veterinário pedia. - Olá Pillar. A jovem ouviu uma voz desagradável atrás de si. - O que faz aqui? - Esse é um lugar publico , que eu saiba. - Mas não é bem vinda. Patrick assistir a tudo e temia
- Tudo bem com você ? Já faz um tempinho que a gente não se vê. Querendo se livrar de mim? A senhora questionou com certo sentimento. - Querendo me livrar de aborrecimento. - Patrick querido! Lamento tanto sabe, não imagina o meu constrangimento ao pensar que posso estar aborrecendo você, pois eu o estimo muito, não teria como ser diferente com o homem que fez a minha filha a mulher mais feliz do mundo. O amor de vocês é tão lindo! Ela disparou. - Era. A velha pigarreou envergonhada e vermelha diante da declaração
Mas queria Tatá. Queria a paz que ela representava , queria a segurança e o amor que ela entregou á sua filha. Apesar de estar ciente que não conseguiria chegar ao coração da loira sem antes conquistar o da filha e Taele já deixou isso bem claro. Estava nítido para ele. Dona Iolanda acabava de adentrar o hotel. Esperava pôr um fim nos seus problemas. Furiosa ela subiu as escadas , sem se comunicar com o pessoal da recepção e bateu no 404 . Quando a porta se abriu , ela se livrou de sua bolsa e foi logo se sentando na poltrona do quarto . Não perderia tempo. Iria direto ao assunto. - Escuta aqui sua estupida! Até quando você vai deixar o que te pertence nas mãos de estranhos ? - Estranhos? Você conhece a funcionária muito bem e sempre me mantem informada sobre ela. - Não está preocupada? - Não , não! De maneira nenhuma. - Então quer dizer que eu sou a única aqui prestando papel de idiota , lutando para que
Pillar ouviu uma movimentação muito grande quando acordou. - Levaram o castanha. Ela se antecipou. - Como sabe? - Eu sinto isso. Meu coração indomável não se engana. Tenho certeza de que minha avó cumpriu com a palavra dela . Pillar abriu a porta e saiu correndo. - Pillar! Filha espere! Tatá e Patrick a seguiam mas nada a detia. Como ela tinha imaginado, uma caminhonete estava estacionada na entrada do haras, só não contava com o estado dela. Estava toda distorcida e o eixo que ligava a cabine ao veículo soltou-se seu estado e
- Vou estar sempre. Tatá prometeu emocionada ao ver que a menina não a rejeitou com a volta da sua verdadeira mãe. Assim as duas foram embora e Patrick continuou lá parado, estático , mudo e em choque. Uma fúria assustadora tomando conta de si. Tinha medo de sofrer um infarto. As batidas do coração estavam incontroláveis e tão ensurdecedoras que ameaçavam deixa-lo louco. Será que ouviu direito? Será que aquilo não era fruto de sua imaginação? Pillar inventaria um absurdo desses? E se fosse verdade? Como ele encararia Bela? Como ele reagiria diante da mulher que foi o grande amor da sua vida? Cada vez mais descontrolado ele chutou o ar , pois estava na casa de Tatá então não poderia quebrar nada. Teria que conter seus impulsos. Ele não parava de andar para lá e para cá. A revolta a dor e a insegurança queimando seu
Patrick chegou no rancho cabisbaixo. - Bom dia loira? Tem café aí? Tatá estranhou. - Claro que sim. Vai ficar parado aí na porta? - Não! Desculpa. Ele entrou. - Bom dia. Ela estava com o coração disparado. - Minha filha? - Está dormindo. - Daqui a pouco ela tem que começar a trabalhar. - Eu sei. Nós sabemos! Todo dia ela coloca o celular para despertar. Você está bem?