Premonição

Patrick resolveu se afastar do haras. Não cogitava a possiblidade de conviver perto de Bela e ela estava presente demais. Portanto, ele optou por voltar ao rancho só aos sábados como no começo . O dia em que ela se ausentava.

Pela primeira vez na vida ele e Pillar sentaram-se na varanda da casa de Tatá , descontraídos  batiam um papo cabeça e tomavam cerveja. Algo que ele nunca imaginou vivenciar. Constrangido , ele balançou a cabeça , lamentando o tempo perdido. Por outro lado , estava completamente encantado com a filha. Ela era uma garota espetacular. Bela versão dois. Elas tinham tudo e ao mesmo tempo nada a ver e isso o deixava impressionado. Ele roubou dela o ultimo pedacinho de tira-gosto: queijo assado com jiló e pedaços de fígado. A rebelde bateu o pé , pirraçando. Ele gargalhava alto.

- Assim não vale não !

- Perdeu perdeu ! Sua comilona! Achou o quê? Que eu ia deixar tudo isso para você? Comeu muito mais do que eu! Direitos tem que ser iguais.

- Am.... eu sempre tenho que forrar o estômago. Dá muito ruim se eu beber de barriga vazia.

- Bem lembrado. É bom parar ! Já vai para a quarta garrafa hein.

- Mas o senhor está bebendo comigo! Não vai deixar eu me embriagar.

- Não. Não vou mesmo.

               Espontânea , ela sentou-se no colo dele, no começo ele ficou meio sem saber o que fazer. Teria que devorar um manual de como ser pai de uma moça ou pedir consultoria Tatá. Aprender a função a qual abdicara a vida toda por causa de uma mentira da mãe da garota.

              Pillar se expressou , arrancando-o de seus devaneios.

- Casa com Tatá! Eu estou com medo daquela mulher conseguir te roubar.

- Não! Jamais! E depois , Tatá é que não deve querer.

- Por que não? Ela ama você.

- Acho que sente algo , mas não é o suficiente para um relacionamento , entende? Aquele dia levei ela para a cidade, cheio de planos e ela numa frieza que... esfriei também. Eu queria ... te juro. Mas...

- Mas você pediria ela em casamento?

- Pediria. Filha, estou apaixonado. Ajuda o pai ?

- Lógico. Eu vou conversar com ela. Duvido muito que em dois dias ela já não esteja com uma aliança no dedo.

- Essa é minha menina.

               Patrick riu e a abraçou esperançoso.

- Ei! Mas vem cá? Que cara é essa? Já não falei que vou resolver?

- Não! Não tem nada a ver com isso não Pillar!

- Não? Ixa! por que ficou assim estranho então?

- Não sei! Estou preocupado com seu irmão.

- Vasquinho? O que está acontecendo com ele?

- O menino só sabe chorar ! Ele tem tido muitos sonhos a noite , pesadelo! Não quer comer direito  eu pergunto o que está acontecendo   ele não sabe falar , ou não quer.

- Não sabe papai. Ele é muito novinho.

- Puxa vida , o moleque era tão descontraído, agora retraiu. De vez em quando fala sabe o que? Diz que vai pegar a mochila e procurar a mamãezinha dele porque os coleguinhas dizem que crianças tem que ter pai e mãe.

- Papai não continua.

           Pillar Pediu aflita.

- Por que minha filha?

- Eu estou tendo um mal pressentimento.

- Como assim meu Deus?

- Olha! Estou toda arrepiada! Não quero te assustar mas vai vir coisa brava aí pra frente viu! Temos que nos preparar.

- Ah! Besteira! Deve estar preocupada com o Castanha ou com isso que te falei.

- O senhor não acredita em premonições não é?

- Não.

- Ok.

            Pillar suspirou. Visivelmente assustada.

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