297. Eu senti

Magnus

O trajeto de volta ao quarto foi lento e exaustivo. Os enfermeiros não pareciam com pressa de me levar para o quarto, e ser arrastado de um lado para outro naquela cama de hospital, me deixava ainda mais irritado. Cada movimento era um lembrete do que meu corpo havia suportado. Meu braço e minha perna estavam enfaixados, o peso dos ferimentos me mantinha quase imóvel, e a dor no crânio latejava como um tambor constante. Eu estava ali, desperto, consciente, mas ao mesmo tempo vazio.

Minha mente era um abismo. Havia um buraco onde minha vida deveria estar.

Eu tentava agarrar qualquer fragmento de memória que pudesse me ancorar, mas tudo que encontrava eram sombras. Sentia que deveria lembrar, que havia algo perdido em algum canto da minha mente, esperando para ser recuperado. Mas por mais que eu tentasse, o vazio permanecia.

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