— Thomas, você pode levar Bryan hoje? Os trigêmeos vão entrar na escola no segundo período por causa do médico.
— Claro, mãe.
— Eu vou dirigir.
— Nem sobre meu cadáver, maninha.
— Sobre ele ou não, eu vou dirigir. Você dirigiu a semana inteira e o papai prometeu que eu poderia pegar o carro hoje.
— O pai prometeu, não eu.
Liam e Mia trocaram um olhar cansado.
— Tem certeza de que estou seguro com esses dois?
— Olha só. Estão fazendo Bryan se preocupar. – Mia diz. – Filho, deixe sua irmã pegar o carro hoje. Qual o problema? Ela dirige tão bem.
— Vamos então perguntar ao cachorro que ela quase atropelou semana passada se ele confiaria nela como motorista.
— Não seja implicante, Thomas. – Liam pediu.
— Aquilo não foi culpa minha. Ele apareceu do nada na minha frente.
— Que explicaçãozinha meia boca.
— Pai. Pode me levar por favor? Eu não vou aguentar isso aí, não.
— Thomas, pelo amor de Deus, seu irmão de nove anos precisa que você seja um pouco menos implicante. Será possível? Eu preciso acompanhar a sua mãe e os trigêmeos, eu preciso de você, pode fazer um esforço e me ajudar?
O mais jovem suspirou.
— Está bem, a Nat pode dirigir.
— Obrigado.
— Pai?
— Você vai ficar bem, seus irmãos vão se comportar. – Fitou os filhos mais velhos. – Certo?
Ambos confirmaram rapidamente, principalmente porque sabiam que aquilo não era uma frescura de Bryan. Ele tinha problemas com barulho demais, e as implicâncias de vez em quando faz mal a ele. Os pais tinham explicado que ele tinha autismo, TDH e outras coisas mais, então tinham que ser cuidadosos com o irmão do meio. Ele precisava de compreensão e cuidado, e mesmo que ambos adorassem se implicar, eles tentavam se controlar quando Bryan estava em um dos dias de crise.
— Posso usar meus fones?
— É claro, meu amor. – Mia respondeu pelo marido. – Vou pegar seu remédio também. – Trocou um olhar com o marido. – E nós vamos buscá-lo, está bem?
Bryan anuiu antes de se levantar e sair para pegar os fones.
— Hoje ele não está bem. – Liam comentou.
— Está pior que semana passada. – Mia diz com o coração apertado.
— Nós vamos cuidar dele, mãe, não se preocupe. – Natalie diz.
— Nós vamos evitar implicar um com o outro com ele dentro do carro.
— Você é o único implicante.
— Mesmo? Então quando você me trancou dentro do carro ontem não foi implicância?
— Foi vingança, é diferente.
— Eu tenho uma carta na manga, maninha, não se esqueça disso.
Liam fitou um e depois o outro, e perceber que sim, se filho tinha sim uma carta na manga, e que isso devia ser muito importante porque rapidamente Natalie se calou. Ficou extremamente quieta. E ainda desistiu de dirigir, algo que o irmão rapidamente não aceitou. Ele estava implicando com ela sobre ela não saber dirigir direito. E tinha feito a promessa ao pai que a deixaria dirigir naquele dia, mesmo que não tivesse admitido isso a ela.
— Só pense que pode perder seus irmãos a qualquer momento se não dirigir direito. Nem eu ou Bryan temos seguro de vida.
— Você vai reclamar até chegarmos no colégio?
— Eu prometo que não.
— Desisto. Prefiro pegar o carro do papai.
— Não seja chata, Nat, só pega essa chave de uma vez. – Empurrou a bendita que estava em cima da mesa em direção a irmã. – Bryan não está bem, então vou me controlar.
Natalie pensou duas vezes antes de pegar a chave.
— Vocês dois ainda vão enlouquecer a mim e a mãe de vocês.
— Não sei como ainda não tenho cabelos brancos, querido.
Os gêmeos trocaram um olhar divertido.
— O papai tinha um até ontem. Mas eu arranquei.
A família riu ao escutar Maevi.