Naquele momento em diante, ela não conseguiu e não quis parar de bater nela. Os tapas iam e vinham, e nem Olavo nem eu ousávamos separá-las. Ela não conseguia tirar o prazer de liberar toda a sua fúria na causa de todas as suas tristezas. As centenas de pessoas ao redor do mundo que alegaram que a violência não resolvia nada precisavam ver o sorriso satisfeito de Tamires ao olhar para o rosto inchado de sua tia.
— Vamos separá-las? — sussurrei para Olavo.
— Deixe-a desabafar com aquela mulher, é bom para ela. — Inácio respondeu ironicamente.
Ao vê-la em ação, eu sabia de duas coisas: primeiro, que alguém tinha se dado ao trabalho de ensiná-la a desferir golpes precisos e dolorosos e, segundo, que se eu a provocasse, ela acabaria com o rosto tão inchado quanto ou mais inchado que o da tia. Num momento de coragem ou estupidez, sua tia levantou o braço e arranhou o rosto, deixando marcas. Tamires tocou sua bochecha e viu o rastro de sangue nas pontas dos dedos, e ela enlouqueceu. Dessa v