Quando chegou à aldeia, Keenan estranhou o silêncio. Não havia aldeões à vista, algo incomum e inquietante. Ele amarrou a rédea do cavalo no quintal da mãe e saiu, já desconfiado.
Ao passar pela feira, encontrou o local completamente vazio. Um frio percorreu sua espinha. Aquilo não era um bom sinal. Ele acelerou o passo, quase correndo pelos becos estreitos, até ouvir uma voz familiar ecoando próxima.
Era o rei.
Que diabos Esteban estava fazendo ali?
O coração de Keenan disparou. Ele ignorou a dor que ainda queimava nos músculos e correu em direção ao som. Ao chegar ao pátio da aldeia, parou, arfando, diante de uma cena que fez seu sangue gelar.
Esteban estava lá, cercado por guardas e aldeões submissos. Ele segurava um chicote em uma das mãos e, com a outra, ordenava que seus homens amarrassem um garoto a uma pilastra de madeira.
Por tudo que é mais sagrado, aquele menino não tinha nem 13 anos.
— Coloquem esse merdinha aí! — gritou Esteban, sua voz cortando o silêncio como uma lâmina