NARRADORA —Senhor, há rumores de que o Rei Lobo está mais estranho do que nunca, mas parece que seu poder aumentou —o guerreiro falava com um jovem Alfa sentado numa cadeira parecida com um trono. Seu olhar era severo, seus traços afiados e frios. —Muito bem, pode se retirar —disse ele ao homem que hesitava em continuar falando. —Mas... Vera... talvez se pagássemos por ela, não acho que o Alfa gostaria... —Você sabe o que meu pai quer? Está se atrevendo a falar por ele? —Jamais ousaria, senhor Wallace! —o guerreiro começou a suar frio. Ele tinha certeza de que o Alfa ordenaria que trouxessem Vera a qualquer custo, mas seu irmão Wallace era outra história. —Vera procurou esse destino sozinha, eu avisei para não ir ao torneio —respondeu Wallace entre dentes. —Ou você quer trazer a desgraça do Rei Lobo para nossa matilha? O guerreiro jurou que não, mas Wallace o despachou com certo incômodo. Já fazia um tempo, e mesmo assim, eles não se acostumavam com ele. Sempre fa
NARRADORASentada no meio das runas lunares, Lyra olhava para Drakkar com os olhos cheios de surpresa. — Lyra, o que aconteceu? Está tudo bem? — ele perguntou, atravessando o feitiço e se inclinando para abraçá-la. Ele não gostava do desconhecido, dessas coisas estranhas que podiam dar errado e levar sua mulher embora. — Drakkar, encontrei outro fragmento do poder de Khalum, mas as coisas são mais complicadas do que eu pensava- , Lyra transmitiu mentalmente tudo o que o espectro havia revelado para ela.“O Coração... meu Coração...” Aztoria ouviu Khalum murmurar pensativo, tentando se lembrar.Os segredos de Khalum despertavam muita curiosidade. Eles precisavam conseguir esse poder, e rápido; o tempo estava se esgotando para o pai do Beta William. Mas por mais poderosos que fossem, mesmo com o espectro de Laziel, aquela matilha tinha guerreiros demais, bem treinados e armados. Era necessária ajuda interna, e desta vez, muito a sério, o Beta William teria que escolher um lado.***
NARRADORA"Será que alguma delas conseguiu chegar a este lugar usando magia de portais?" Lavinia analisava todas as possibilidades enquanto examinava o feitiço.Não era tão simples quanto pingar algumas gotas de sangue, e quem fez isso selou de forma bem complexa.Mais uma vez, ela ficou impressionada com o poder de Laziel. Mesmo com esforço, ele ainda podia burlar a barreira."Ou talvez tenha sido uma das primeiras De la Croix," a voz baixa de Laziel soou atrás dela."Minha mãe dizia que elas eram muito poderosas. Não acho que as descendentes presas no reino dos elementais tenham desenvolvido sua magia até esse nível."E Lavinia concordava.A magia havia sido proibida entre os elementais; nem mesmo a bruxa que mais falou sobre portais em seu diário, e que foi amante daquele vampiro, conseguiu.Com o passar dos anos, Lavinia descobriu que para abrir uma passagem tão poderosa que conectasse terras paralelas, era necessário sacrifício—muitas almas ou uma enorme quantidade de energia mág
NARRADORAAztoria olhava para seu macho com olhinhos brilhando. Até o peido de Khalum parecia o mais cheiroso da selva para ela."Mmm, tão masculino... acho que no próximo cio vou deixar ele me pegar no modo 'guerra', pra fincar bem o martelão."Lyra sentia vergonha dos pensamentos safados da sua loba."Você não deveria estar ajudando ele a rastrear o terreno?""Pra quê? Se der merda, meu macho devora todos esses guerreirinhos de araque."O peito de Khalum inchou ainda mais ao ouvir aquilo.Aquela lobinha ia ganhar uma bela trepada assim que estivessem seguros.Lyra não acreditava no flerte das suas partes animais em meio a tanto perigo.E Drakkar ainda concordava com os instintos primitivos de Khalum... isso era uma loucura."Vamos entrar por ali. Lyra, se segura, vou pular.""Khalum, não, não, amor, espera, aquilo é o fosso das feras, podem te atacar, a gente nem sabe o que tem ali!"Lyra e Aztoria ficaram nervosas de repente. Ser ousado tudo bem, mas ser doido era outra coisa."Con
LAVINIAEu estava empolgada por ter conseguido. Algo puxava minha magia pra dentro, mas quando dei um passo na soleira, a mão de Laziel segurou meu braço com força.“Cuidado, tem um inimigo nas sombras.” Meu corpo ficou tenso ao ouvir o aviso dele.Meus olhos afiados vasculharam a névoa além da barreira com atenção, sentia muita malícia, mas achei que era só por causa da energia sombria acumulada lá dentro.—Quando eu abri, a porta nunca levava pra esse lugar. Vem, sempre do meu lado —nossas mãos se entrelaçaram e Laziel me guiou.Não importava o que tivesse lá dentro, a gente precisava encarar, porque eu sentia que era a chave pra voltarmos pra casa.Nos mergulhamos em outro corredor tomado pela névoa, onde mal dava pra ver nossas silhuetas, e então ouvi a porta se fechar atrás da gente com um estrondo.Meu coração parou por um segundo. Que diabos estava escondido lá dentro?“Não tenha medo, eu nunca vou deixar ninguém te machucar.”A voz perigosa e ao mesmo tempo protetora ecoou na
LAVINIA«Os lycans começaram a fugir quando Zarek arrancou a cabeça do líder deles, e aquelas feiticeiras também correram.Eu as persegui pelos corredores até os estábulos, como uma sombra espiando suas vidas.—Sal... va... me... —quando chegaram aos cavalos, encontraram um lycan gravemente ferido escondido num canto.—Seu pai, Viktor, morreu. E seu irmão mais velho provavelmente também —disse Drusilla com a voz dura. —Não existe mais território lycan, sua raça está condenada.Electra sempre permanecia em silêncio ao lado dela, com os olhos baixos vagando como se estivesse perdida.—Serei... seu escravo... sou um lycan forte... serei fiel a... você...Os estrondos se ouviam por perto, o chão tremia, os mortos procuravam sobreviventes.Tudo foi feito às pressas, eu as vi partirem nos cavalos e levarem aquele homem, se embrenhando na floresta e fugindo da perseguição.Parecia que não havia lugar seguro da fúria de Zarek nesse mundo arrasado pela destruição de Umbros.Mas as irmãs De la
LAVINIA«Meu mundo girava sem parar, talvez fosse uma ilusão, mas eu sentia tudo na pele, como se fosse real.Caí numa floresta selvagem, ao lado de Drusilla, e perto estava aquele lycan.Eles observavam, lá do alto da colina, o continente selvagem e atrasado, onde os lobisomens mal começavam a despertar sua consciência.Não eram como a civilização que tinham deixado pra trás, eles pareciam mais primitivos, mais próximos dos lobos, ignorantes, como crianças inocentes — e os dois forasteiros se aproveitaram disso.Drusilla e Eryon ensinaram seus conhecimentos, foram idolatrados, se cobriram com um manto de mistério e poder, tomando o controle sobre esse continente.Vi Eryon construir seu palácio e se proclamar Rei Lobo; sua forma lycan intimidava os habitantes desse reino, que ainda nem tinham evoluído pra essa transformação.Só existia a forma básica de mudança de forma.Drusilla se tornou a primeira sacerdotisa, reverenciada por seus conhecimentos, que pareciam milagres para eles.Es
VALERIA— Você está... você está certa, Esther? — pergunto com a voz trêmula.Meu coração b**e apressado, cheio de felicidade.— Muito certa, Luna. Você está grávida.— Por que não consegui sentir o cheiro, nem seu pai? — pergunto preocupada.— É muito recente, talvez por isso, dê mais alguns dias e você deverá perceber suas feromonas.Ela responde e eu aceno com a cabeça, com os olhos turvos de lágrimas.Sou a Luna da matilha “Bosque de Outono”.Há três anos me casei com o homem que amo loucamente, apesar de não sermos pares destinados, meu Alfa Dorian.Fiz de tudo para ser a Luna perfeita, o pilar no qual ele possa se apoiar, no entanto, uma sombra opaca meu casamento e era o tema do herdeiro.Nunca consegui engravidar e admito que não compartilho muito a cama com Dorian, mas sei que suas obrigações como Alfa o mantêm muito ocupado e estressado.— Por favor, não conte a ninguém na matilha. Quero surpreender meu esposo.— Fique tranquila, Luna, não direi nada. Parabéns! — ela sorri pa