Era o dia de feira no areal de Ponte de Lima…
…e as tendas de lona branca que discorriam até ao rio abrigavam-nos do vento gélido vindo dos lados da Galiza. Detenho-me por momentos acocorado na cerca a admirar os alinhados, castanhos e fortes bois com aqueles cornos enormes, relembrando as esqueléticas e beges vacas da Índia e pensando ; que desperdício…
- Hei, boiadeiro, quanto é uma rês?
- 500 reis, Meu senhor.
Vou deambulando ao calhas, inspeccionando e perguntando os preços dos cântaros de barro, das cestas de vime, das couves, grelos e nabos do Inverno, do arroz, trigo e milho armazenado em vasilhas, até da própria lenha pergunto o preço curioso e chegando à conclusão que é bem mais barato a vida aqui em cima que na metropolita Lisbonna à beira Tajus.
Compro umas laranjas, dou uma a um puto cigano inquirindo-o:
- Conheces os Malheiros? – ele encolhe-me os ombros. Miro acima do areal, di