6- Marcela

Chego em casa e tomo um banho colocando um blusão e uma calcinha confortável, desço para comer alguma coisa e preparo o que for mais simples de fazer pois não quero ter trabalho com nada, faço apenas um sanduíche natural e uma vitamina de abacaxi com hortelã. Depois de comer eu subo para o meu quarto e me deito para descansar um pouco, mas fiquei pensando no que aconteceu na praia e minha raiva volta com tudo, brigo sozinha comigo mesma por ter permitido que aquele cretino arrogante me beijasse de novo, e com esses pensamentos que eu acabo adormecendo sem ver o tempo passar.

Termino de me arrumar as 19:40hs e a Lucia combinou de passar aqui para me buscar as 20:00hs, pego a minha bolsa carteira que também é preta e vou pra sala esperar pela Lúcia que chega exatamente no horário marcado, a campainha toca e vou atender, quando abro a porta vejo uma Lúcia deslumbrante, ela está linda e Lucas também está impecável.

— Oi amiga! Nossa você está irresistível. — Comenta Lucia me abraçando.

— Você também está maravilhosa minha amiga. — Retribuo ao seu abraço.

— Boa noite Marcela! Você está mesmo muito linda. — Lucas me cumprimenta com um sorriso gentil.

— Boa noite Lucas, e você também está incrível. — O cumprimento também sorrindo.

— Bom pessoal! Vamos logo porque eu quero aproveitar cada segundo dessa noite. — Diz Lúcia me puxando para fora do meu apartamento.

Tranquei meu apartamento e entramos no elevador, descemos até o térreo e assim que passamos pela portaria saindo do prédio, vejo Victor encostado no seu carro do outro lado da rua. Eu não acredito nisso, o que esse cara pensa que está fazendo aqui?

— Lúcia? O que o seu patrão está fazendo aqui...? Por acaso ele está te seguindo? — Pergunto encarando Victor do outro lado da rua enquanto ele me encara de cima a baixo.

— Desculpa Marcela, foi eu quem chamou ele para vir, eu não pensei que você fosse se importar. — Diz Lucas apreensivo.

— E eu não me importo Lucas, com tanto que eu não tenha que entrar no carro dele por mim tudo bem. — Tento me manter calma e me focar apenas nos meus amigos ao meu lado.

— Fica tranquila, eu vim com o meu carro e você vem com a gente, tudo bem? — Diz Lucas me dando passagem para ir até o seu carro e com isso respiro mais aliviada.

— Tudo bem, então vamos logo por favor. — Digo enquanto vou para carro dele.

Entramos no carro e fomos para boate mais badalada da cidade, eu ainda não tinha vindo nesse lugar. Assim que chegamos vejo uma grande movimentação de pessoas na frente da boate e uma fila quilométrica.

— Meu Deus! A gente não vai conseguir entrar nessa boate hoje, será que vai caber todo mundo aí dentro? Olhem quanta gente tem ai? — Digo espantada com o tamanho da fila.

— Mas é claro que cabe todo mundo, e não se preocupe porque não vamos precisar enfrentar essa fila toda, ok? — Diz Lucas rindo da minha cara de assustada.

— Como assim? Você vai subornar os seguranças? — Questiono não acreditando nisso.

— Claro que não. — Diz gargalhando enquanto entra no espaço do estacionamento. — Temos ingressos vip, vamos poder entrar sem precisar passar por aquela fila. — Lucas me tranquiliza e eu respiro aliviada.

Entramos na boate e os seguranças nos dá as pulseiras da área vip, Lucas nos leva para uma mesa que já estava reservada para nós e desce para buscar as nossas bebidas, depois de algum tempo Lucas volta com Victor, um está com um balde de cerveja nas mãos e o outro com uma garrafa de vinho, e eu adoro vinho então eu e Lucia nos à possamos da garrafa, uns vinte minutos depois eu e Lucia já tínhamos detonado a garrafa de vinho, peço para Lucas pegar mais uma garrafa para nós mas, do nada alguém coloca uma garrafa na mesa e eu fico animada por ver que é o vinho que pedi. Mas o Lucas nem saiu daqui ainda? coloco um sorriso de orelha à orelha mas quando olhei para a pessoa que colocou a garrafa na mesa o meu sorriso se desfez na mesma hora, é ele, Victor, e ele está me encarando com um sorriso lindo nos lábios, aquele sorriso que tanto amo e me deixa de pernas bambas, me recomponho e me lembro que deveria odiá-lo, então o ignoro e chamo Lucia para dançar.

Descemos para pista de dança e está lotada, o Dj alterna entre músicas eletrônica, funk, pagode entre outras. Já na pista de dança eu e Lúcia já tínhamos dançado de quase tudo, mas de repente começa a tocar a música dança sensual então eu e Lúcia começamos a usar a sensualidade na dança, os homens a nossa volta param para nos assistir e percebendo isso eu e Lúcia nos entre olhamos e sorrimos uma para outra, como se uma soubesse o que a outra quer dizer nós nos concentramos na dança e usamos ainda mais a nossa sensualidade dançamos de costas coladas uma na outra, passamos as mãos pelo nosso corpo, fazemos caras e bocas jogando o cabelo para lá e para cá, viramos de frente uma para outra e começamos a passar as mãos pelo corpo uma na outra, e por intuição eu olho em direção a área vip e vejo Lucas e Victor nos olhando surpresos e de boca aberta, então decido investir um pouco mais nos meus gestos. Quando menos esperamos Lucas aparece do nada atrás da Lucia e agarra a sua cintura.

— Caramba mulher! Vocês estão querendo deixar os homens dessa boate de pau duro? — Questiona Lucas beijando o pescoço dela. — Esses caras estão a um passo de atacar vocês duas aqui, aí vocês vão me arrumar um problemão porque serão muitos homens que terei que matar. — Diz ele sorrindo para mim.

— Relaxa Lucas! Não vai acontecer nada. — Sorrio dele e continuo dançando, mas agora sozinha mesmo.

— Amiga a gente vai pegar uma bebida, vamos? — Pergunta Lúcia me puxando pela mão.

— Não amiga, eu vou dançar um pouco mais, depois eu vou. — Me solto dela e eles se afastam pela multidão.

Continuo dançando mas dessa vez normalmente sem toda aquela sensualidade, mas repente sinto mãos me segurar pela cintura e pela eletricidade que passa pelo o meu corpo eu já sei quem é, e mesmo assim continuo dançando, estou meio bêbada então não me importei.

— Você está extremamente gostosa hoje Marcela... Está maravilhosa morena. — Diz Victor com a voz rouca no meu ouvido e eu me arrepio dos pés à cabeça.

Continuo dançando e rebolando com Victor atrás de mim, sinto o quanto ele está excitado pelo seu membro já duro sendo esfregado na minha bunda.

— Porra Marcela... Você está me deixando louco mulher... Assim você acaba comigo garota! — Ele beija o meu pescoço e eu amoleço em seus braços.

Me recomponho do efeito que a sua boca me causou ao toca a minha pele e me viro de frente para ele, entrelaço os meus braços no seu pescoço e me aproximo mais colando os nossos corpos, passo a minha língua pelos seus lábios e depois pelo seu pescoço, em seguida me solto dele e me viro para ir embora mas ele me segura pelo braço.

— Onde você pensa que vai...? Você não vai me deixar assim não é Marcela? Porra você quer me enlouquecer? — Questiona Victor frustrado e ofegante por eu deixá-lo daquele jeito.

— Porque...? Você não gostou Sr. Richardson...? Só estou te dando o troco pelo que você fez comigo hoje na praia. — Rebato com um sorriso cínico nos lábios, me solto dele e saio em direção ao bar.

Quando chego ao bar encontro Lúcia e Lucas conversando, me junto a eles e peço uma bebida ao bartender, depois de um tempo bebendo e conversando com eles decido voltar para pista de dança, danço umas duas músicas sozinha e depois puxo um loirinho lindo para dançar, ele é bem mais alto que eu e tem os olhos bem azuis, dançamos mais algumas músicas e o loirinho que até agora eu não sei o nome, me puxa para mais perto dele, ele diz alguma coisa que não entendo bem pois já estou completamente bêbada, eu apenas sorrio para ele e de repente o mesmo avança a minha boca com um beijo urgente, mas o beijo dele não chega nem perto dos beijos do Victor, "eu não acredito que estou beijando um homem lindo desse enquanto pensando naquele arrogante do Victor!"

De repente sinto o loirinho se soltar de mim abruptamente e quando dou por mim o loirinho já está caído no chão e Victor partindo para cima dele novamente, tento puxar o Victor mas é inútil, ele é muito forte e se eu não sair de perto posso acabar me machucando porque Victor está com tanto ódio que nem está me enxergando perto dele, a música continua tocando tão alto que poucas pessoas percebem a briga, começo a gritar para Victor solta-lo mas ele não me escuta, de repente aparecem dois seguranças enormes e separam os dois, mas o estranho é que quando os seguranças reconhecem Victor eles o perguntam se ele está bem.

— Sr. Richardson o senhor está bem? Se machucou? — Pergunta um dos seguranças.

— Sim Diego eu estou bem, mas eu quero esse bastardo fora da minha boate agora mesmo! E se eu ver esse cara aqui novamente você será demitido, estamos entendidos? — Ordena Victor encarando sério o loirinho que tem o seu rosto sangrando e eu os encaro chocada.

— Sim senhor! Eu garanto que aqui ele não entrará novamente. — Garante o segurança.

"Como assim? Deixa eu ver se entendi bem! O Victor e o dono dessa boate? É isso mesmo produção?"

Victor dá ordens para os seguranças colocarem o cara para fora da boate e depois vem até a mim que estou aqui no meio dessa multidão parada igual a um dois de paus tentando entender o que acabou de acontecer.

— O que você pensa que estava fazendo? Agarrada com aquele sujeito que você nunca viu na vida Marcela? — Questiona me agarrando pelos braços olhando no fundo dos meus olhos.

— Como assim o que eu estava fazendo...? Eu estava me divertindo mas ai você chegou e acabou com a minha diversão! — O encaro séria.

— Diversão? Então você acha divertido sair por aí se agarrando com um estranho...? Você perdeu o juízo Marcela? — Esbraveja Victor visivelmente irritado. — Vamos Marcela? Me responde eu estou esperando? — Diz praticamente gritando e eu o encaro surpresa.

Me solto dele e saio correndo no meio daquela multidão indo em direção a saída, não quero mais ficar ali olhando pra ele, eu só quero ir embora daquele lugar. Já do lado de fora da boate vou em direção a um táxi parado um pouco mais a frente, mas antes de chegar no táxi sinto alguém me puxar pelo braço.

— Onde você pensa que vai sozinha a uma hora dessas? Você não sabe que é perigoso para uma mulher andar sozinha no meio da madrugada? — Pergunta Victor já me arrastando na direção contrária que eu estava indo.

— Me solta seu ogro...! Me deixa em paz! — Me solto dele tentando correr na direção do táxi mas é em vão pois Victor me alcança.

Victor tenta me segurar impedindo que eu corra novamente e eu bato nele para que me solta, mas ele simplesmente me pega no colo e me coloca em seu ombro me levando para o estacionamento. Já no estacionamento Victor destrava o seu carro e me cola dentro do mesmo.

— Me espere aqui! Eu já volto, não vou demorar. — Diz antes de fecha a porta, assim que ele sai de perto eu tento abrir a porta do carro mas está trancada.

— Mais que filho da mãe! Me deixou aqui sozinha trancada... Ah eu vou matar esse cretino quando ele voltar, ah se vou! — Esbravejo sozinha já vendo tudo girar a minha volta.

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