Me despeço de todos e o Sr. Matheus manda que o motorista me leve em casa, eu recusei mas ele insistiu tanto que eu acabei aceitando já que minha perna ainda dói um pouco. Antes do motorista sair com o carro da casa do Sr. Matheus, Lúcia aparece correndo e me entrega um bilhete.
— Marcela! Esse é o meu número, quando quiser conversar ou sair para uma balada me liga está bom? Eu adorei conhecer você e queria muito que fossemos amigas. — Diz me abraçando.
— Com certeza eu te ligarei Lúcia, porque eu também adorei conhecer você... E também quero muito a sua amizade ouviu? — Abraço-a novamente me despedindo mais uma vez dela, e logo em seguida entro no carro.
O motorista logo sai da casa do Sr. Matheus e segue rumo ao meu apartamento que não fica muito longe daqui. Em vinte minutos chegamos na portaria do meu prédio e me despeço do Sr. Carlos, o motorista, assim que entro no prédio cumprimento o Sr. Antônio o porteiro e subo para o meu apartamento, entro no mesmo e subo logo para meu quarto e vou direto para banheiro verificando os curativos enquanto retiro-os. Entro no box para tomar banho e sinto a ardência das férias assim que a água bete neles, é horrível... Termino o meu banho, me seco e faço novamente os curativos na perna e no braço, visto um blusão e uma calcinha e desço para preparar algo pra comer, preparo um sanduíche e um copo de suco de laranja e vou para o meu sofá, ligo a TV e coloco em um filme qualquer para assistir, mas do nada me veio a imagem daquele arrogante na mente e me lembrei daquele seu sorriso cínico, a raiva que sinto dele volta a me consumir e tento me controlar para tirá-lo da minha cabeça, mas tenho que admitir, ele é muito lindo, um arrogante mas ainda assim, muito lindo. Depois de algum tempo ali pensando e repensando eu acabo adormecendo ali mesmo no sofá.
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Tento terminar de almoçar sem dar muita importante para a figura daquela mesa e logo vou ao banheiro escovar os dentes, logo após retoco a maquiagem e saio do banheiro indo em direção a saída, mas antes de chegar na porta alguém esbarra em mim me fazendo parar, quando encaro a pessoa vejo nada mais nada menos que o senhor arrogante parado me encarando com aquele sorriso cínico. Ai que ódio!
— Olá Srta. Esquentadinha! Vejo que continua distraída como sempre. — Diz com um sorriso largo no rosto. Ah que vontade de quebrar os dentes desse infeliz!
— Olá Sr. Arrogante! Para o seu governo eu não estava distraída, foi você quem esbarrou em mim de propósito! — Rebato em um tom de deboche — Até parece que você gosta de esbarrar em mim não é? — Questiono o encarando com um pequeno sorriso e uma sobrancelha erguida.
— Você é muito abusada sabia? A sua sorte é que eu adoro garotas abusadas, elas são mais sexy. — Ele colocando o dedo no meu queixo e sinto o meu corpo tenso apenas com esse simples toque.
— Fala sério? Vê se te enxerga! — Me afasto dele saindo do restaurante o deixando para traz.
— Ei! Espera marrentinha não seja mal educada! — Ele me segue para fora do restaurante e eu bufei já irritada.
— Eu não sou mal educada! Só não uso minha educação com pessoas iguais a você. — Paro me virando o encarando com deboche.
— Como assim pessoas iguais a mim...? Que tipo de pessoa você acha que eu sou? — Pergunta me encarando confuso.
— Pessoas arrogantes iguais a você! E eu acho você um idiota. — Sorrio voltando a andar mas ele continua a me seguir.
— Uau! Então você me acha um idiota, não é mesmo? — Pergunta sorrindo de lado. Nossa que sorriso lindo! Droga!
— Sim! Eu acho você um idiota. — Digo séria evitando o encarar.
— Se você me conhecer melhor vai ver que não sou um cara assim tão ruim, é só me dar a chance de te mostrar isso. — Diz ainda com aquele sorriso lindo no rosto. Aff!
— E quem falou que eu quero conhecer você melhor? Não vou perder o meu tempo com você, garoto! — Pergunto o encarando séria.
— Ah fala sério Marcela? Me deixa mostrar pra você que eu sou um cara legal? — Pede me encarando esperançoso e eu o encaro surpresa.
— Não sei não... — Digo desacreditada.
— Por favor vai? Vamos tentar ser amigos e se você não gostar da minha amizade eu te deixo em paz, pode ser? — Pergunta me estendendo a mão e eu penso por um tempo até me decidir.
— Tá legal! Eu vou te dar só uma chance de sermos amigos, mas se você pisar na bola comigo nunca mais eu olho na sua cara está me ouvindo? — Digo pegando a sua mão, e assim que sinto o seu toque uma vibração forte percorre o meu corpo me deixando mais tensa que o normal, sinceramente eu não sei explicar o que foi isso.
Continuamos andando e conversando por mais um tempo até que dá a minha hora de voltar ao consultório, me despeço de Victor que insisti em me deixa no meu trabalho mas recusei a sua carona. Por incrível que pareça o movimento aqui hoje está tranquilo demais para uma segunda feira, passei a tarde inteira marcando consultas e atendendo aos pacientes que chegavam, a tarde passou tão rápido que nem vejo quando o Dr. Maurício chega perto de mim para avisar que eu já estava liberada. Arrumo a minha mesa para deixá-la organizada e pego a minha bolsa, saio do consultório e vou pra casa só pensando na minha cama louca para descansar um pouco.
Logo chego em casa e me jogo no sofá pra descansar as pernas pois decidi vir andando, me pego pensando na conversa que tive com Victor mais cedo e ele me disse que o pai dele falou muito sobre mim ontem, e que gostaria muito de me ver de novo, eu também gostei muito dele por ser uma pessoa tão simpática, por me tratar com tanto carinho e respeito. Depois de tanto pensar me lembrei que prometi ligar para Lúcia e assim eu faço.
— Alô! — Lúcia atende no terceiro toque.
— Oi Lúcia! Aqui é a Marcela lembra de mim? Eu estive aí na casa do Sr. Matheus ontem. — Digo na esperança dela me reconhecer.
— Ah sim! Oi Marcela tudo bem? Eu estava ansiosa pra você me ligar, eu queria mesmo falar com você. — Diz animada.
— Estou bem sim Obrigada . — Digo também animada por ela se lembrar de mim.
— Eu falei com o Sr. Matheus que você iria me ligar qualquer dia desses, ele me pediu para te dar um recado quando você ligasse, ele falou que adorou conhecer você apesar das circunstâncias e disse que quer muito te ver de novo. — Relata empolgada mas eu não me surpreendo, Victor já havia me falado sobre o pai dele querer me ver de novo.
— Eu também adorei conhece-lo e também a você e a Maria, eu ficarei muito feliz se puder continuar com a amizade de vocês, eu não tenho amigos e eu gostei muito de todos vocês. — Falo esperançosa.
— Já nos considero grandes amigas Marcela, pode contar com a minha amizade. — Diz toda feliz e eu sorrio satisfeita.
— Eu concordo com você, seremos grandes amigas Lúcia! — Afirmo confiante.
— Marcela! Amanhã vai ter um jantar aqui na casa do Sr. Matheus e ele quer que você venha, ele só não fez o convite pessoalmente porque não tinha o seu contato, você vai vir não é? — Pergunta esperançosa esperando a minha resposta.
— Não sei Lúcia, vou ficar sem graça de chegar aí sozinha. — Falo receosa.
— Deixa de besteira Marcela, o Sr. Matheus vai adorar te ver aqui... Por favor diz que vem? — Pede esperançosa e eu respiro fundo.
— Eu vou pensar no assunto e qualquer coisa te ligo está bom?
—Digo pensativa.— Tudo bem então, mas vou torcer para você vir, agora preciso desligar a Maria está me chamando... Um beijo Marcela, Tchau! — Se despede e desliga em seguida.
São 19:30 e eu subo para o meu quarto já tirando a minha roupa para tomar banho, preciso relaxar o corpo um pouco depois de um dia de trabalho. Depois de um tempo no banho saio do banheiro me secando e coloco uma camisola para dormir, estou exausta mas preciso descer e comer alguma coisa, mas estou tão cansada que faço apenas uma vitamina para beber, subo de volta para o meu quarto e me jogo na cama, não demora muito e pego no sono.
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— Alô? — Atendo esperando a pessoa responder.
— Oi marrentinha! Tudo bem? — Diz uma voz risonha do outro lado da linha mas no primeiro momento não reconheço essa voz.
— Quem está falando? — Pergunto ainda confusa.
— Ah! Vai me dizer que não reconhece a minha voz...? Quem mais além de mim te chama de marrentinha? — Diz Victor sorrindo, mas como ele conseguiu o meu número?
— Victor! Como você conseguiu o meu número eu posso saber? — Pergunto desacreditada ainda confusa.
— Ah não fica brava marrentinha, eu peguei o seu número com a Lúcia hoje de manhã, ela comentou que falou com você então eu praticamente a obriguei a me dar o seu número, mas acho que não tem problema já que somos amigos, não é mesmo? — Fala tranquilamente e eu suspiro fundo antes de responder.
— Está tudo bem, mas para de me chamar de marrentinha porque eu não sou! Mas diz para quê você me ligou? — Pergunto curiosa esperando ele se pronunciar.
— Tudo bem me desculpa, eu queria te chamar para almoçar comigo pode ser...? Eu tenho um convite pra te fazer. — Diz em um tom um pouco mais sério me deixando ainda mais curiosa.
— Está bem eu vou sair daqui a 20 minutos, te espero no mesmo restaurante de ontem ok? — Me dou por vencida e aceito almoçar com ele.
— Tudo bem! Me fala onde você trabalha que eu passo aí pra te buscar! — Diz ele me surpreendendo mais uma vez.
— Não precisa, eu acho melhor a gente se encontra direto lá no restaurante ok? Tenho que desligar, Tchau! — Aviso já me despedindo e desligo sem esperar a sua resposta.
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Quando olhei os ferimentos na sua perna e no braço fique preocupado mas Maria já tinha cuidado dela, então fiquei mais aliviado, mas o que me chamou atenção nela foi aquele seu jeito atrevido de me enfrentar, mulher nenhuma me enfrenta assim, todas se jogam encima de mim e fazem tudo que eu quero, na hora que eu quero, mas essa Marcela é diferente ela me enfrenta e me desafia, ela teve a petulância de me chamar de arrogante e ontem no restaurante além de me chamar de arrogante ela também me chamou de idiota na minha cara, vê se pode uma coisa dessas? Mas eu vou mostrar para essa garota quem é o idiota, ah se vou! Quanto mais ela me desafia mais eu sinto vontade de domar essa mulher, eu preciso ter essa mulher, eu quero dar um trato especial nela só para ela deixar de ser atrevida, mas do jeito que ela é marrenta eu vou ter que ir devagar e com muita calma, ou eu perco a minha chance de domar essa fera.
Ontem depois que cheguei em casa na hora do jantar eu fiquei sabendo pela Lúcia, empregada lá de casa que Marcela havia ligado, as duas trocaram telefone e pelo que percebi já se tornaram amigas, pelo que parece meu pai também se encantou por ela porque ele não para de falar dessa garota, ele fala sobre como ela é doce, meiga, carinhosa e gentil, meu pai não poupou elogios sobre ela, parecia até que eles já se conheciam a anos.
Hoje de manhã antes de sair de casa eu pedi o número do celular de Marcela para Lúcia, no início ela relutou em me dar o número dela mas eu fui tão insistente que ela acabou me dando o número da marrentinha, meu pai vai fazer um jantar aqui em casa amanhã para os sócios da nossa empresa onde eu sou o presidente, meu pai começou com um pequeno escritório de arquitetura e hoje temos algumas empresas espalhadas pelo país, eu sou formado em administração e arquitetura por isso hoje eu administro a matriz da nossa empresa.