Eles engolem em seco, se preparando mentalmente para seu Alfa furioso.
Ao entrarem na sala espaçosa, dão de cara com Damon sentado numa poltrona de couro bebendo conhaque.
Lua sente o coração saltar diante da presença imponente e dominante.
Damon estava com um blusão branco aberto que deixava ver parte de seu abdômen definido.
-Aonde estavam?
A voz ríspida os faz se encolherem nervosos.
Siros da um passo a frente fazendo uma reverência.
-A gente levou Lua para um passeio rápido.
-Eu os mandei ficarem em casa e em segurança.
Lembra Damon friamente.
-Foi preciso Alfa. A bruxa Lua é totalmente inocente para o nosso mundo. O que seria extremamente perigoso para ela se um dia ficasse sozinha.
Sério, Collin faz uma reverência se pronunciando.
-A ideia foi minha Alfa, por favor castigue apenas a mim.
Lua os encara surpresa.
Eles estão tomando esporro por minha causa.
Lua considera a situação com surpresa.
Ninguém nunca a defendeu assim antes.
Sem contar que Lua sempre abaixou a cabeça para todos até que ela resolveu fugir.
Damon a observa indiferente o que faz o sangue dela ferver.
- O que é? Tem algo a dizer bruxinha?
Damon destila deboche fazendo ela não aguentar mais.
Ela já havia aguentado muito em sua vila, ela não iria permitir que ninguém a tratasse mal novamente.
Com coragem nunca sentida, Lua o fuzila com o olhar.
-Se quer culpar alguém que seja eu, seu lobo ranzinza. Foi por minha causa que saímos. E por minha causa que encontramos a minha mãe. No entanto, estamos todos bem e de volta. Então não há necessidade de punições.
Todos a encaram surpresos, menos Damon que sorri satisfeito pensando.
Então ela tem fibra.
Siros responde estoico.
-Não é culpa da senhorita. Eu sou o seu Beta e eu aceitei que fossemos para lá.
Damon rosna baixo.
-Já para seu quarto Lua! E vocês sumam da minha frente imediatamente!
Eles iam retrucar seu alfa, mas foram silenciados com um rosnado de aviso.
Mesmo assim, Siros opta interceder por Lua mentalmente.
Ela é crua e inocente, meu alfa e não devemos protege-la de tudo.
Saímos com ela pois percebemos o quão inocente e inofensiva ela é.
Perdoe-me pelo que direi agora, mas... Acredito que o senhor deveria repensar trata-la com tamanha grosseria.
Sei que tem seus motivos, mas ela parece que realmente precisa de um guia.
Se nós não a tivéssemos encontrado, teria sido perigoso para ela.
Todos observam Damon e Siros se encarando por um momento quando Collin fecha os olhos fazendo uma reverencia respeitosa.
-Sim Alfa.
Ao mesmo tempo Siros amostra mentalmente todo o momento que esteve fora com Lua e Collin.
Toda a situação feliz e também angustiante dela com a mãe.
E assim que ele termina de entregar seu relatório Siros faz uma reverência.
-Como desejar Alfa, mas antes de sairmos...
Siros fica em silêncio ordenando mentalmente a Collin.
Collin transmita mentalmente seu relatório ao alfa.
Ainda furioso, o alfa apenas os ouviu em silêncio, enquanto visualizava cada detalhe de seus momentos com a linda bruxa ruiva que povoava seus pensamentos e a deixava em claro na noite anterior.
Lua os observava em silêncio, já que como telepata sabia que eles estavam se comunicando.
Ela já os vira se comunicar assim antes então só aguardou em silêncio.
Lua acreditava que o silêncio em sua cabeça se dava a presença dominante do alfa Damon.
Pois sempre que estava com ele, sua mente era completamente só sua, principalmente quando ele a tocava.
Siros havia explicado ao caminho da lanchonete que por ser Alfa, Damon tinha uma ligação especial com seus companheiros.
Que podia até mesmo transmitir suas ordens mentalmente a quem deseja-se.
E que isso só se estenderia a sua fêmea companheira, a Luna do bando que seria escolhida pela Deusa da lua.
Sem demora Siros e Collin se despedem e se retiram, os deixando a sós.
Damon se serve novamente de conhaque comentando friamente.
-A mandei ir para seu quarto.
Irada, Lua cruza os braços, o que faz os seios saltarem levemente pelo decote cavado em V.
-Não lhe devo obediência. Devo lembra-lo, de que estou apenas aceitando a sua ajuda e hospitalidade.
Ela definitivamente me fascina.
Damon pensa fascinado pela bela bruxa geniosa e inocente.
-Eles não fizeram nada de errado Damon.
Com um suspiro, ele se senta novamente.
Não podia ter raiva dela e nem de seus homens.
Eles estavam certos, ela precisava sair e conhecer um pouco do lugar ou acabaria morta em algum lugar.
Damon gira o liquido âmbar no copo.
-Você gostou do passeio?
Lua sorri feliz o coração em êxtase.
-Eu adorei. Era tudo tão gostoso...
Ela respira deliciada.
- Nunca comi coisas tão deliciosas, como as que como desde que cheguei aqui.
Ela passa as mãos nos braços angustiada.
-Mas a cidade é muito barulhenta para mim, o que torna bem difícil de apreciar algumas coisas.
-Barulhenta?
Ela cora e resolve contar.
-Eu sou uma empata telepata. Consigo ouvir pensamentos e sentir sentimentos.
Damon a observa com atenção.
Eles tinham razão... Ela não conhece absolutamente nada.
E ainda tem esses poderes dela...
Ela não deve ficar sozinha.
Damon pensa a observando calmamente.
Me faz desejar ensina-la tudo e protege-la, eu mesmo.
Ele sente seu pau endurecer e o ignora.
-Está roupa lhe cai bem.
Ele a elogia mudando de assunto e ela alisa o vestido preto, curto, com timidez.
-O... Obrigada.
E você tá tão sexy agora que parece até um castigo.
Ela não conseguiu deixar de pensar.
-Obrigado.
Ele sorri malicioso respondendo, olhando para o copo enquanto a agradece pelo elogio.
-Espera, o que?
Eu disse isso em voz alta?
Ela o encara confusa e ele responde erguendo o olhar para olha-la.
-Você me elogiou e eu agradeci, algum problema?
-Eu juro que eu não disse nada Damon, tem certeza que eu falei algo?
Ele pensa por uns segundos em silêncio, repassando o que aconteceu em sua mente.
-O que foi?
-Só um momento, estou analisando o que me perguntou a pouco.
Ela concorda e o observa em silêncio.
O olhar dele se arregala em um choque.
É verdade ela não mexeu os lábios.
Mas isso deveria ser impossível.
Ela é a telepata, não eu.
A não ser que ela seja...
A minha provável Luna.
Ele considerou um pouco.
Podia sentir seu lobo louco para marcá-la como sua.
Se ela souber...
Me ver como sou...
Ela nunca me aceitaria.
O que a Deusa da lua está planejando?
Lua é uma bruxa, não uma Lican.
O bando pode rejeitá-la.
Mesmo que meus Beta e ômega estejam encantados por ela, ela ainda é uma mera humana.
Pode não ser tão fácil com o bando.
Fora que ainda vivo como um músico, não sei se ela conseguiria aguentar tudo isso.
-E então?
Ela o questiona curiosa, pois ela mesma se sentia sem jeito por ele ter ouvido tais palavras dela.
-Você pronunciou, sem querer.
Mentiu ele.
Ele precisava de mais provas antes de revelar algo já que ela já fugiu de sua vila por ser forçada a algo indesejado.
-Ai que vergonha...
Ela leva as mãos ao rosto, sentindo-o esquentar.
Ela pisca confusa com o rosto corado e ele a percebe em pé enquanto ele está sentado, e oferece.
- Você já tomou algo alcoólico além da cerveja da outra noite?
Ele se lembra que ela mal tocou a cerveja, fazendo uma careta na ocasião.
-Na aldeia bebíamos vinho artesanal e cachaça de arroz.
Ele se levanta e serve um BloodMary para ela, se sentando e erguendo o copo para ela, inclinando a cabeça para o sofá a seu lado, a convidando a se juntar a ele.
Timidamente ela se senta bebericando seu drink ficando chocada com o sabor.
Que delícia.
-Percebi que não gostou da cerveja. Mas beba devagar. Bebidas assim costumam embriagar facilmente.
-Eu disse isso em voz alta também?
Ela arregala os olhos confusa e ele a observa em silêncio.
Ele acabou de ouvi-la mentalmente, novamente.
Não pode ser, primeiro meu lobo me instiga a ajudá-la, depois corre para querer sacia-la.
E agora eu a ouvi sem ela ter pronunciado sequer uma palavra.
A deusa deve estar brincando comigo, só pode.
É castigo por eu não ter nenhuma companheira de verdade até hoje?
Afinal, uma Luna é uma Luna.