Capítulo 3

                                     Capítulo 3

   A semana custou a passar. Ela lavou, passou, limpou, cozinhou, brigou várias vezes com Vitor, mas estava satisfeita. Ele estava cumprindo com a tarefa de pegar as irmãs na escola no horário combinado. Já era alguma coisa. O traste de seu ex aparecera e deixara uma grana que a ajudou a manter a casa até ali. Agora, no ônibus a caminho do seu primeiro dia de trabalho, sentia o nervosismo e o coração alterado. Precisava fazer tudo certo. Olhou através da janela. A imagem do rosto de Marcos veio a sua mente, mas era uma imagem borrada. Uma semana que o vira, por alguns momentos. Lembrava do cheiro, mas seu rosto já estava sumindo, e sua presença cada vez mais viva dentro dela.

   Olhou-se mais uma vez, usava uma blusa verde escura justa com decote profundo e uma saia preta na altura dos joelhos. Suas roupas estavam gastas e tão cedo não teria grana para esse luxo. Chegou quinze minutos adiantada. Dona Fabíola já a esperava, ansiosa, pois sairia uma semana em viagem para o interior visitar sua filha. Explicou as tarefas, os horários, e procurou passar todos os detalhes e tirar todas as dúvidas dela quanto ao trabalho.

    ─Comece sempre pelo quarto do patrão.

Solene sorriu feliz. Seria a melhor parte do dia, tocar nas coisas dele.

     ─Não se preocupe com as roupas do doutor. Dona Vanda a passadeira cuida de tudo. Caso precise guardar algo, aqui estão... - e ela foi mostrando cada lugar no imenso closet e ao chegar num espaço reservado, o sorriso de Solene morreu nos lábios. ─Aqui tem algumas peças de dona Manoela, a namorada dele. Você vai encontrá-la por aqui muitas vezes.

“Sua idiota! Você achava que um homem como ele fosse solteiro? Livre, leve e solto? Acorda sua louca! Acha que ele estava esperando a donzela desprotegida chamada Solene com seu pacote bônus, três filhos?” pensou ela furiosa.

─E não se assuste com ela. Adora m****r e desm****r nas empregadas e nas coisas dele.

      ─Por mim tudo bem. Com o salário que vou ganhar não tenho o que reclamar.

      ─Você quer muito este trabalho, não é?

      ─Sim! Tenho muitas dívidas a pagar e promessas feitas aos meus filhos que preciso cumprir. Não sou mulher de fugir dos meus compromissos.

      ─Então faça tudo direito, e ature o mau humor do doutor Marcos e os desmandos de dona Manoela, que ficará aqui por muito tempo. Mas lembre-se, não mude nada de lugar. É demissão na certa!

Ao ficar sozinha; Solene partiu para suas obrigações. Fez uma geral no banheiro dele com tanta vontade que chegou a machucar a ponta dos dedos. Aquele perfume de homem, a deixava nervosa, quase em estado de histeria.

     Depois que terminou seus afazeres, correu para a cozinha. No balcão da pia, parou de frente, se apoiou no tampo e encostou a testa na porta fria de armário de cima. Isso a acalmava. Como seria a tal Manoela? As finas lingeries, e as roupas, a avisavam que ela deveria ser uma mulher linda. Aquele homem tinha bom gosto em tudo.

     Cozinhar antes de pirar! E ela se dedicou ao fogão. Frango de forno, quatro tipos de saladas. A comida dele era leve. Ela girava de um lado a outro, tentando organizar tudo antes dele chegar para o almoço. Primeiro dia e essa novidade, ele viria almoçar em casa. Não era hábito. Por que viria justo no seu primeiro dia de trabalho?

     Quando faltavam dez minutos para o meio-dia, ela se virou para a porta e levou um susto tão grande, que acabou deixando o prato de vidro que segurava nas mãos cair no chão espatifando em mil pedaços. O próprio parado a porta. Solene tinha um grito preso na garganta e um olhar de horror.

   ─Desculpe. Não era minha intenção assustar você, Sol.

Ela teve a impressão de ter gemido com o seu apelido nos lábios dele. Olhava dele para o chão. E uma campanhia soou em sua cabeça.

    ─O frango...

Quando ela abriu o forno, viu o estrago. Frango queimado, torrado, ou seria tostado?

Ela colocou a forma na pia e encostou a testa na porta do armário novamente. Queria sumir, evaporar, morrer! E ela deu um salto ao ouvir aquela voz bem pertinho do seu ouvido.

    ─Você está bem?

    ─Não... eu...eu estraguei o seu almoço...Meu Deus! Eu sinto muito...

    ─Calma. Está tudo bem. Não se preocupe, peço comida. Sem problemas.

    ─Não! - ela quase gritou. ─Eu posso ajeitar algo agora mesmo e...

    ─Sol, pare! É uma ordem!

Ela respirou fundo, trêmula com os olhos vermelhos.

     ─S-sim senhor... desculpe...

     ─Você não me parece o tipo de mulher que chora por qualquer coisa.

     ─Não sou, não senhor.

     ─Isso. Foi o que pensei. - ele quase sorriu ao vê-la limpar o rosto e fazer uma careta. Aquela franja maravilhosa a deixava com uma expressão ainda mais doce e sensual. ─Vou pedir o almoço para nós dois.

     ─Não é preciso para mim, doutor...

     ─Não costumo deixar meus funcionários com fome Sol, e a propósito, tudo bem com você? - ele riu divertido.

     ─Depois desse desastre... acho que vou ficar bem. E o senhor?

     ─Numa boa fase. - e ele saiu com aquele ar de mistério a deixando ali, tentando entender o que ele quis dizer com aquela frase.

Num instante ela ajeitou a mesa, e não demorou muito para o entregador chegar com o pedido. Comida japonesa. Soube por Fabíola que era a preferida dele. Assim como sua bebida, vinho tinto seco. Ela foi até o escritório e o avisou com uma batidinha na porta.

      ─O almoço está servido.

      ─Estou indo. Só preciso fazer um telefonema.

Solene limpava a bagunça na cozinha quando ele entrou.

      ─Tem apenas um prato na mesa. Cadê o seu?

      ─Eu como qualquer coisa e...

      ─Coloque mais um prato na mesa e sente-se comigo.

      ─Eu... acho melhor não, doutor...

      ─Sol? É uma ordem. - e ele saiu da cozinha.

Ela pegou o prato e os talheres e saiu lentamente com o coração retumbando. Estava confusa entre a alegria e o pânico. Marcos a tratava como igual. Mas ela era sua empregada. Ele a estava esperando. Ainda não havia se servido.

      ─Sente-se.

Ela obedeceu e sem jeito se acomodou.

      ─Sol... você é uma amiga que começou a cuidar da minha casa e das minhas coisas. Tenho fama de mau, e às vezes até sou, mas só um pouquinho.

Eles riram.

       ─Sirva-se.

       ─Eu não sei comer com esses pauzinhos. - ela riu ao ouvir o som do riso dele. ─Para ser sincera eu nunca provei comida japonesa.

        ─Então prove, e pode usar os talheres. - piscou travesso.

Ela se serviu, provou e gostou. Conforme ela movimentava a boca, ele a olhava cada vez mais encantado com aqueles movimentos tão perfeitos.

         ─E então?

         ─É bom... muito bom!

Ele assentiu satisfeito. Ficaram em silêncio por algum tempo, se saboreando, se absorvendo, e se observando. Havia um clima de erotismo tão grande naquele ambiente, que era difícil pensar em outra coisa.

         ─Dificuldades com a casa?

         ─Oh não! Dona Fabíola me passou tudo e sinto como se já trabalhasse aqui desde o princípio dos tempos. Tirando a tragédia na cozinha... - ela murmurou ouvindo a risada dele.

Era um som maravilhoso! Será que ele costumava rir assim sempre? ela se perguntou curiosa.

Não, Marcos era muito sério. E com ela tinha muita facilidade em se soltar e relaxar. Só faltava gozar! Ele riu ainda mais de sua reflexão.

          ─Qualquer dúvida ligue para minha secretária.

          ─Sim, senhor.

          ─Pare de me chamar de senhor.

          ─Como? Não, o senhor é meu patrão e não seria correto...

          ─Você falando assim, parece até que estamos cometendo um crime. Trate-me como um amigo. Se achar estranho na frente dos outros, seja formal. Combinado?

           ─Se você prefere assim, Marcos.

           ─Bem melhor!

Ela levantou e tirou seu prato.

          ─Já? Você mal tocou na comida.

          ─Eu sei... ando com pouco apetite. - De comida por que de homens, ou melhor de um homem como você... ando faminta!”

          ─O que há, Solene?

  Ela abriu a boca para falar, mas fechou-a. Sorriu, lindamente!

          ─Não há nada, está tudo certo. - e foi para cozinha.

Ele seguiu seu instinto. Não sabia o motivo, mas queria descobrir. Foi atrás dela.

          ─Você está com problemas e eu gostaria de saber.

Ela lavava a louça com extrema agilidade e começava a tremer de ansiedade. Seria difícil ficar assim com aquele homem e não cometer uma bobagem.

          ─Não tem problema algum e...

          ─Não minta para mim, posso ver em seus olhos e sentir na sua voz. Há uma insatisfação em você, uma tristeza, um brilho de preocupação no seu olhar, e não gosto de ver meus funcionários alienados por alguma razão que talvez eu possa ajudar, entende?

     Quer saber? Queria ter muito dinheiro, fazer tudo que eu quero, dar tudo o que meus filhos desejam, e transar com você até a exaustão seu gostosão! ela gritou em pensamento e ficou vermelha como um tomate.

           ─Estou esperando, Sol.

Ela bufou, secou as mãos e se virou para olhá-lo.

           ─Minha filha menor tem uma apresentação na sexta que vem e preciso comprar uma fantasia de abelhinha para ela. Prometi e não gosto de falhar. E estou sem dinheiro até...

Ele saiu da cozinha e voltou com um talão de cheques. Preencheu rapidamente e passou para ela.

            ─Isso dá até o seu pagamento?

Ela arregalou os olhos.

            ─É mais do que meu salário! Não vou poder pagar...

            ─Desconto aos poucos. Precisa de mais?

            ─Não... - ela o olhou, atônita. ─Mal comecei a trabalhar e...

            ─E pode ter certeza de que vai trabalhar muito!

─Sim... vou sim! Mas e se quiser me m****r embora, como irei pagar?

            ─Não pretendo mandá-la embora. A não ser que roube, mate, e assim mesmo vou tentar ver por todos os lados antes de julgá-la.

Ambos sorriram. Era maravilhoso fazer aquela mulher sorrir. Ele sentia um bem danado em ajudá-la.

             ─Preciso ir. Não venho jantar. Assim que acabar seu horário estará livre. Se quiser pode sair mais cedo para comprar a fantasia de abelhinha de sua menina. Como ela se chama?

              ─Michele. - ela disse com orgulho. ─Não tenho nada, casa, estudo, dinheiro, mas tenho um tesouro inestimável, meus três filhos.

Ele sorriu assentindo. O homem era lindo demais! O coração dela estava na boca.

               ─Percebi. Sei que faz tudo por eles. – ele foi até a porta da cozinha, e se virou novamente para ela. ─Eles têm muita sorte de tê-la como mãe.

         ─Eu tenho muita sorte de ter encontrado você. – ela disse para o espaço vazio quando se viu sozinha, feliz demais, com aquele elogio vindo de um homem como ele.

                                       ≠≠♥≠♥≠≠

        ─Será que vai virar hábito o senhor, ou melhor, você me assustar desse jeito? - ela estava pronta para ir embora com várias sacolas nas mãos.

Marcos fitou o rosto lavado e os cabelos úmidos. Simplesmente linda! Ela tomara banho ali, no seu apartamento, e seu perfume estava em todo o lugar. Perguntava-se por que viera para casa a tempo de vê-la. Sabia a resposta, mas não ousaria dar a si mesmo nem sob tortura.

       ─Não pretendo, se você parar de esquecer que tem um morador aqui. - eles riram. ─Vejo que sua tarde foi muito proveitosa.

       ─E maravilhosa! Mais uma vez, obrigada!

Ele assentiu. Tão pouco, ele pensou, podia fazer alguém mudar a fisionomia para melhor. A tal da felicidade.

     ─Preciso ir. Meu ônibus tem horário.

     ─Eu a levo. Ficou tarde e com essas sacolas...

     ─Não, imagina! - ela o fitou de novo. ─Perda de tempo eu dar contra, não é?

     ─Aprendeu a primeira regra básica para conviver comigo. - ele riu.

     ─E o seu compromisso?

     ─Tenho tempo. Vamos.

No carro, depois de guardar as sacolas no porta-malas constatando no peso e rindo satisfeito, ele sentiu-se muito bem. Era bom poder ajudar alguém. Ela estava felicíssima!

Como era maravilhoso aquele gesto de preocupação em levá-la para casa. Não se lembrava de alguém fazer algo assim por ela em seus trinta e dois anos.

Assim que partiram, ele perguntou.

      ─Precisa de mais algum dinheiro?

      ─Não! Imagina! Com esse dinheiro paguei minhas contas, comprei alguns mimos para as crianças e ainda sobrou para alguns dias.

      ─Se precisar, não ouse ficar calada. Não quero alguém trabalhando com preocupações se posso ajudar a resolver.

  Preciso de algo sim, mas você não pode me ajudar. Quero sexo com você! ela riu de seu pensamento.

    ─Qual o motivo do riso?

    ─Jamais imaginei que teria um chefe assim como você... --disse rapidamente num tom disfarçado.

    ─Assim como? O que eu tenho de diferente?

Aquele perfume dela...

    ─Tudo! - Ops!

    ─Defina esse tudo. - ele riu divertido.

    ─Você é bom, generoso e muito sensível. Apesar de me dizerem que às vezes pode ser um tirano, só consigo vê-lo como um anjo.

     ─Isso é bom. Não sou um anjo, já fiz coisas que até Deus duvida! Quem não tem um grande segredo, atire a primeira pedra. E confesso que esperava mais desta confissão...

     ─Se você prefere...

     ─Prefiro.

     ─A verdade?

     ─Sempre a verdade! - ele parou no semáforo vermelho e a olhou.

     ─Como se não bastassem todas essas qualidades, você também é bonito, e tem uma masculinidade que embriaga capaz de deixar qualquer mulher, totalmente bêbada.

Ele soltou uma risada envolvente.

    ─Um bom vinho, então?

Ela baixou os olhos sem graça, mas agora, iria até fim.

    ─Da melhor safra. Aquela que nunca provei... - ela sussurrou vermelha com sua ousadia.

Ele a encarou desconcertado.

     ─Gosto da sua sinceridade genuína.

     ─Acredite! Ela me traz problemas, como agora, falei demais...

     ─Falou o que pensa. Fico lisonjeado em ser visto assim por uma mulher bonita, com tamanha sensualidade como você. Extremamente feminina, dos gestos ao tom de voz, e principalmente nas atitudes e na maneira como encara a vida.

O coração dela batia acelerado. Jamais disseram nada assim para ela. Queria chorar de alegria! Ela olhava além do vidro pára-brisa escuro. Estava com medo de se jogar nos braços dele. Ouviram os buzinaços atrás do carro.

      ─O semáforo...

Marcos olhava para a boca tentadora. A única coisa que queria era beijá-la.

      ─O que tem?

      ─Está verde, Marcos.

Ele sacudiu a cabeça. Deve ter gemido baixo, pois ela o olhou com atenção. Colocou a marcha e acelerou. Precisava deixá-la em casa antes que cometesse uma asneira bem grande.

  Na frente da casa dela, sem saber o que dizer, ela saiu e esperou as sacolas.

       ─Quer entrar?

       ─Não, obrigado. Estou atrasado. - olhou para o relógio e sorriu. ─Bem atrasado.

       ─Desculpe Marcos.

       ─Pelo que? Por me atrasar e me fazer sentir bem? Desculpe, mas não posso desculpar por algo que não me acontece todos os dias. Durma bem, Sol. Até amanhã.

Ele entrou no carro rapidamente. Não estava atrasado, mas não podia ficar mais tempo perto dela ou aí sim, faria algo de muito bizarro como, raptá-la e levá-la para qualquer lugar onde pudesse cometer todas as loucuras que povoaram sua mente naqueles últimos minutos.

       ─Dormir como, com você na minha cabeça? - ela murmurou olhando o carro partir.

                                     ≠≠♥≠♥≠≠

   Solene precisou segurar o choro ao ver a alegria de Michele com sua fantasia de abelhinha e uma mochila de uma boneca que ela queria há muito tempo. As lágrimas de alegria de Bianca com seu skate novo, e o brilho de satisfação no olhar de Vitor com o par de tênis da moda.

   ─Como conseguiu tudo isso? Seu primeiro dia de trabalho e volta para casa como se fosse o papai Noel em pessoa!

    ─Você não vai estragar o meu bom humor com sua ironia, moleque! Mas já que está louco para saber, consegui um adiantamento. Estou a fim de comer uma pizza com meus três filhos preferidos. Que tal?

As meninas concordaram rapidamente, o garoto fez charme. Michele pegou a mão dele.

    ─Não se faça de difícil Vitor... Vamos!

    ─Ok, vamos. Faz tempo que não comemos algo diferente do trivial.

Solene fingiu que não ouviu. Na pizzaria a conversa generalizou entre risos e brigas.

    ─Você é muito novinha para pensar em garotos. - Vitor disse a Bianca, depois que ela contou sobre um menino da escola.

    ─Você não tem nada com isso. Não enche o saco, Vitor! - ela se voltou para a mãe. ─Então, ele quer me levar numa festinha sexta à noite na casa de um amigo. Posso?

   Solene acordou do seu devaneio, pois pensava em Marcos. Olhou a filha com atenção.

    ─Que conversa é essa? Não! Negativo! Você é muito novinha para sair com garotos.

    ─Ufa! - exclamou Vitor tenso. ─Concordamos em alguma coisa! Essa tonta não sabe do que um cara é capaz de fazer com uma menininha idiota como você.

     ─Não seja ridículo, Vitor! Não sou louca de sair com garotos maus como os amigos que você anda. E sei muito bem o que acontece entre homens e mulheres.

     ─Ah é? - ele estava indignado. ─E aprendeu como?

     ─Chega os dois!

     ─Mãe! Por favor, me deixa ir. O que minhas amigas vão pensar? Que sou uma boboca governada pela mãe e pelo irmão babaca!

     ─Sinto muito, Bianca. Mas que suas amigas pensem o que quiserem. Se você for viver sua vida com medo do que os outros pensam, se aprisione e jogue a chave fora. Você é muito jovem para esse tipo de festa. E você Vitor, desmanche a expressão de vitória do rosto. Quem manda aqui, sou eu.

Bianca estava furiosa. Ele aliviado, e Michele olhava para os três com um olhar divertido e inocente.

     ─Quando eu crescer quero ser igual a você, mamãe

     ─É mesmo? E como eu sou?

     ─Alegre, divertida, bonita e com solução pra tudo. - fitou os irmãos com ar de reprovação. ─E com essa santa paciência pra aturar estas duas malas sem alças! Como você consegue?

Caíram na gargalhada. A caçulinha era a alegria deles. E Solene estava radiante, mais um elogio para sua coleção naquele dia tão feliz em que vários milagres aconteceram.

   “Obrigada meu Deus!”

  

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