Depois que Byron saiu, fiquei sozinha no chão.
Fraca.
Sem esperança.
Humilhada.
As evidências dos nossos três anos juntos me cercavam.
Nossas fotos na parede, as joias que ele me deu sobre a mesa, os livros que lemos juntos na estante.
Tudo zombava da minha estupidez.
Lutei para me levantar, usando toda minha força para chegar até a parede.
— Vá para o inferno.
Agarrei um vaso e o arremessei contra nossa primeira foto juntos.
O som de vidro se estilhaçando ecoou pela sala.
Minha raiva tomou conta. Foi um borrão de vidro se estilhaçando e madeira se partindo. Despedacei a sala, reduzindo cada símbolo de suas mentiras a destroços. A caixa de joias, as decorações caras — tudo, lixo.
— Morra! — Gritei. — Tudo isso, simplesmente morra!
Esmaguei seus colares sob meu calcanhar, rasguei suas cartas em confete e pisei em cada linda memória até que não fosse nada além de pó.
Continuei até não ter mais força para ficar de pé.
Desabei entre os destroços, ofegante. Sem minha loba, eu era mais fraca que uma humana.
Duas horas depois, Byron estava na porta novamente, seus olhos observando os destroços.
— Sandra — sua voz estava grossa de dor. — Por que você faria isso com nossas memórias?
Me ergui do chão, meu olhar como gelo.
— Memórias? — Ri, um som amargo e quebrado. — Que memórias? Aquelas em que você mentiu na minha cara?
Ele caminhou em minha direção, cada passo cheio da graça de um Alfa.
— Fiz isso para proteger você — disse, sua voz baixa. — Para impedi-la de fazer algo imprudente. Olhe o estado em que está...
— Me proteger? — Interrompi-o. — Arrancando minha loba de mim?
Mas as palavras morreram em minha garganta.
Um cheiro familiar me atingiu.
Mesmo com meus sentidos embotados, ainda podia sentir.
O cheiro de Ariana estava envolvido nele, grudado nele como uma segunda pele.
Meus olhos lentamente desceram para seu peito.
Espiando do bolso da camisa estava a borda lisa e prateada de algo que eu conhecia muito bem.
A Pedra Lunar.
Havia sido passada pela minha família por gerações, uma relíquia destinada a acalmar a poderosa loba dentro de uma Luna.
Minha mãe me deu na minha cerimônia de maioridade, dizendo que apenas meu companheiro predestinado poderia segurá-la para mim.
No dia em que nos acasalamos, dei-a a Byron para guardar.
Deveria ser minha.
E agora, minha pedra estava encharcada com o cheiro avassalador de Ariana.
Ele tinha apenas... havia usado para acalmar outra fêmea.
— Você estava com ela — minha voz era um vento baixo e ártico.
A mão de Byron instintivamente voou para o bolso, uma entrega total.
— Não sei do que você está falando.
— A Pedra Lunar — apontei, minha voz tremendo com uma raiva tão profunda que queimava. — Você pegou minha Pedra Lunar... e usou nela. Quando eu mais precisava — depois de perder nosso filhote, depois que você roubou meu poder — você a deu para o monstro que matou nosso filho!
A cor drenou do rosto dele. Seus olhos eram uma tempestade caótica de dor inexplicável e conflito.
— Sandra, não foi assim, eu estava apenas...
— Apenas o quê? — Cortei. — Decidiu que eu não era mais digna dela? Que porque parei de ser sua Lunazinha obediente, você poderia simplesmente dar meu direito de nascença para sua nova favorita?
— Não! — ele rosnou, seus olhos injetados de sangue. Mas não ofereceu outra explicação.
Ri.
O som era agudo e maníaco.
— Sabe de uma coisa? — Disse devagar, a realização me atingindo como um golpe físico. — Finalmente entendi. Você não é um Alfa. Você é um covarde que precisa quebrar sua companheira para se sentir seguro.
Uma luz perigosa brilhou em seus olhos.
— O que você disse?
— Disse que você é um covarde — repeti, cada palavra um dardo envenenado. — Uma criatura patética que não consegue lidar com uma fêmea forte. Então você teve que arrancar meu poder para me tornar tão fraca quanto você.
— Cale a boca.
— Um Alfa de verdade não precisa esmagar sua companheira — continuei. — Mas você não é um Alfa de verdade. Você é apenas um monstro vestindo...
Seus olhos ficaram vidrados.
Outra conexão mental.
Ariana novamente.
Alguns segundos depois, ele estava de volta, seu rosto uma máscara de pura exaustão.
Ele cerrou os punhos, um lampejo de alarme cruzando seu rosto como se algo terrível estivesse acontecendo do outro lado.
— Chega — disse, virando-se para a porta. — Não tenho tempo para esse absurdo.
— Corra — chamei atrás dele. — Corra de volta para sua amantezinha. Leve minhas coisas com você e vá acalmar seu orgulho ferido.
Seus passos vacilaram. Seus ombros tremeram com o impacto das minhas palavras.
— Sandra, se você continuar assim, vai destruir o pouco que nos resta — sua voz era um arranhão cansado e cru.
— O que nos resta? — Gritei, o som fraco mas cheio de veneno. — A única coisa que lamento é ter amado um monstro como você!
O corpo inteiro de Byron ficou rígido, como se uma lâmina invisível tivesse acabado de atravessá-lo.
Então ele saiu da sala sem olhar para trás.
Observei-o partir, o ódio dentro de mim queimando mais forte do que nunca.
Tinha que sair.
Tinha que encontrar os homens do meu pai.
Arrastei meu corpo fraco em direção à porta, mas no segundo em que pisei do lado de fora, várias figuras saltaram das sombras.
Lobos solitários.
Seus olhos brilhavam com sede de sangue.
— Byron! — Gritei em desespero. — Byron!
Mas a noite estava silenciosa.
Ele se foi, como se nunca tivesse estado lá.