Capítulo 3

Enquanto Bernardo estava caminhando por aquela rodovia deserta tarde da noite, ele olhou para o céu e viu que era noite de lua cheia. E a lua estava linda, grande e o seu brilho parecia estar mais vivo, e a sua cor um pouco azulada, parecendo um filme.

Olhar para o céu fazia Bernardo se lembrar do tempo em que ele era apenas um menino de nove anos. De quando ele ia para a casa de seus avós e de quando ele se encontrava com os seus dois primos Ramón e Renan, os quais tinham sete e oito anos, respectivamente. Essas viagens que ele fazia para a casa dos seus parentes nas férias de janeiro e de julho, ficaram marcadas profundamente em sua memória, pois em todas as noites de lua cheia quando os três meninos estavam juntos e de férias, eles ficavam acordados até tarde admirando a lua e as estrelas. Então eles pegavam um colchonete e alguns travesseiros, e quando iam até o deck que ficava ao lado da piscina, eles deitavam e ficavam observando a claridade que a lua emitia em seu quintal. Além disso, eles também admiravam o brilho das estrelas e faziam pedidos quando viam algo passando, dando a entender que seria uma estrela cadente, para a qual, segundo as tradições, eles deveriam fazer um pedido. Nesse momento, quando eles viam uma “estrela cadente”, cada um deles fechava bem os olhos e pedia algo que queria muito. Os primos de Bernardo, tanto Ramón quanto Renan, costumavam pedir para que eles sempre tivessem bolo de chocolate e sorvete na geladeira de casa. Já Bernardo queria apenas poder passar muitos momentos de sua vida olhando a lua e as estrelas, pois quando a noite caía, a melhor sensação que ele poderia ter era a paz que o céu noturno proporcionava a ele.

Mas enquanto Bernardo estava parado no canto da rodovia próximo a floresta e se lembrando com emoção dos seus tempos de menino, um barulho alto e assustador o tirou de seus devaneios, fazendo com que ele levasse um susto. Então ele olhou para a frente, e a única claridade que ele tinha naquele momento era a luz proporcionada pela lua cheia, pois naquela área não tinham postes de luz, pois era uma área uma rodovia que não estava tão próxima do perímetro urbano. Então ele ficou parado prestando atenção se ele conseguiria ouvir novamente aquele barulho, a fim de distinguir o que era e fugir dali. Então cerca de cinco minutos depois, ele ouviu um uivo, que parecia ser de um cão muito grande e muito bravo, mas Bernardo percebeu que dessa vez o barulho estava mais alto e mais próximo. Então ele começou a acelerar os passos a fim de sair rapidamente daquela região que, por mais que ele não acreditasse, mas naquela noite excepcionalmente, ela estava perigosa. Então conforme ele andava mais depressa, ele percebia que o som estava sendo emitido mais e mais vezes, e de forma mais alta e mais próxima, até que ele começou a correr, e como não estava mais passando carros  naquele horário por já ser mais de vinte e duas horas, ele olhou para os lados e se viu completamente sozinho. Por isso, ele decidiu que o melhor seria correr o mais rápido que ele pudesse. E assim ele fez, mas quando ele chegou mais adiante, um grande lobo com os olhos amarelos e com os caninos muito brilhantes e pontiagudos correu em sua direção e saltou em cima de Bernardo, de modo que ele não conseguiu gritar. O grande lobo o arrastou para o interior daquela floresta densa e escura e depois disso só eram possíveis ouvir os gritos de Bernardo, indicando que ele estava sendo atacado por aquele lobo.

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