Capítulo 1

   Acordo assustada com socos na porta do meu quarto.

   ㅡ Acorda, Ana! ㅡ ouço minha irmã gritar e dar mais alguns socos. 

   Me reviro na cama e encaro o teto, forçando meus olhos cansados a permanecerem abertos. Devo estar atrasada para a reunião, e Vanora já está querendo me matar. Mais um dia normal aqui em casa.

   ㅡ ANA! ㅡ ela continua berrando.

Puxo o travesseiro e tento abafar meus ouvidos do barulho insistente do seu punho contra a madeira. A risada de Zephan chega até mim, já acostumado com a rotina maluca que tem nossa pequena e amável família.

   ㅡ Querida, com toda a certeza sua irmã já deve estar acordada, ela só está te ignorando. ㅡ ouço a voz calma do meu cunhado. 

Eu amo esse homem!

   ㅡ Ela vai se atrasar, Zephan, e vai me atrasar! ㅡ mais socos na porta, desta vez com mais força ㅡ ANA, LEVANTA AGORA!

   Me levanto bufando da cama e vou arrastando os pés até a porta. Abro de uma vez e minha irmã para, com o punho no ar, me encarando. Vanora está linda, como sempre, em seu vestido preto de corte reto, o cabelo castanho preso em um coque, batom vermelho e olhos marcados… eu adoro esses olhos! Mas, neste momento, eles estão me fulminando. Se ela possuísse algum poder, eu já teria virado pó alguns segundos atrás.

   ㅡ Eu pedi para você não se atrasar nesta reunião, Alhana! ㅡ ela diz meu nome com dentes trincados, de propósito, deixando um sinal claro para mim de que sua paciência chegou ao limite.

   ㅡ Eu sei. ㅡ digo e dou de ombros, fingindo indiferença.

   ㅡ Essa reunião é importante para a loja, e você sabe! ㅡ ela continua seu sermão ㅡ Está planejada há semanas, SEMANAS, Alhana! Eu dependo de você pra isso! Pode, por favor, ser mais responsável com seus compromissos? 

   ㅡ Você só está me deixando cada vez mais atrasada com seu discurso matinal. ㅡ digo e bocejo, bem diante de seu rosto furioso, com a mais pura intenção de provocar.

   ㅡ Ok, ok, já chega dessa discussão. ㅡ Zephan se intromete ㅡ Ana, vá já se arrumar. Vanora, vamos indo, ela vai cumprir com o compromisso dela. Não é, pequena?

   Meu cunhado me dá um sorriso de lado e vai arrastando minha irmã pela cintura. Eles são casados há 7 anos, mas estão juntos há 13. Eu cresci vendo esses dois juntos, e não há ninguém nesse mundo capaz de dobrar minha irmã a não ser esse homem. Ele é como um pai para mim, sempre me protegendo de tudo e de todos, e sempre me apoiando em minhas decisões.

   Vou tomar meu banho e tento fazer tudo o mais rápido possível. O que minha irmã não sabe é que me atrasei por causa dos pesadelos, que mais uma vez atormentaram minha noite de sono. Eles acham que os pesadelos pararam há alguns anos, desde que parei de acordar gritando e explodindo coisas aleatórias. Mas, na verdade, eu só aprendi a conviver com a energia constante que pulsa nas pontas dos meus dedos, e agora, quando tenho pesadelos, consigo controlar meus impulsos e não fazer escândalos. Não quebro mais objetos, eu apenas me estilhaço por dentro. 

Me olho no espelho, enquanto escovo os dentes. Hoje escolhi usar algo simples, usando um vestido azul marinho rendado, com corte quadrado, meu cabelo ruivo está solto e não passo batom, deixando o foco ficar no delineado em meus olhos cor de amêndoas. Meu rosto magro e queixo fino combinam com meu cabelo partido ao meio, e capricho no corretivo para esconder as enormes olheiras de uma noite mal dormida.

   Vou dirigindo até o local da reunião e chego apenas 20 minutos atrasada. Os representantes da empresa não se incomodam, já que estavam planejando o fim de semana de golf dos rapazes, e tudo ocorre bem até fecharmos o contrato.

  Está vendo, irmã? Consegui fechar o negócio para você! Danço internamente enquanto assinamos todos os documentos da compra.

  Vou para a Boutique da minha irmã com a sensação de dever cumprido. Vanora sempre me manda para fechar negócios em seu lugar, por causa da minha capacidade de intimidar as pessoas com o olhar. Não sei como faço, apenas acontece. Eu só olho nos olhos deles, dou meu melhor sorriso de lado, e pronto. Negócio fechado. Zephan costuma dizer que é minha incrível simpatia e meu olhar de menina boazinha que convence qualquer um a fazer o que eu quiser, mas não concordo. Tenho a sensação de que tem a ver com o fato de eu conseguir fazer coisas que pessoas normais não podem fazer.

   Chego a Siopa Van e, ainda do lado de fora, vejo minha irmã e cunhado trocando carinho atrás do balcão. Sorrio com a cena, eles são tão lindos juntos, iguais àqueles casais de comercial de TV. Entro de uma vez e o olhar de Vanora pende diretamente sobre mim. Apenas nos encaramos, e então ela vai abrindo seu melhor sorriso de gato enquanto vem correndo me abraçar.

   ㅡ Você sempre consegue, sua safada! ㅡ ela grita e ri ao mesmo tempo.

   ㅡ Eu sou maravilhosa, eu sei, eu sei... Apenas me ame mais. ㅡ brinco de volta e sorrio para o meu cunhado por cima do ombro de Vanora. 

   ㅡ Me conta tudo! ㅡ me pede, com os olhos brilhando ㅡ Eles aceitaram mesmo o pedido da remessa com 23% de desconto? 

   ㅡ Não. ㅡ ela levanta a sobrancelha com minha resposta ㅡ Eu consegui 35% de desconto!

   Há apenas um segundo de silêncio enquanto seu cérebro processa a informação, então ela começa a gritar enquanto meu cunhado solta um "O QUÊ?" de trás do balcão, com um semblante totalmente chocado.

   Vanora me abraça e começa a pular, demonstrando sua plena felicidade. Depois que a Boutique foi assaltada, na semana passada, ela precisava mesmo desse desconto, as finanças do mês ficaram comprometidas e ficamos no vermelho. Agora tudo vai melhorar com um desconto tão grande.

   ㅡ Você salvou as finanças deste mês, irmã! ㅡ ela ri e chora ao mesmo tempo ㅡ Desculpa ter gritado com você de manhã.

   ㅡ Se você não grita, eu não acordo, então... está tudo bem. ㅡ sorrio e pisco para ela.

   O resto do dia passa rápido. Fico enfiada no pequeno escritório nos fundos da loja e, quando vejo, já está na hora de fechar. Vamos andando para casa, e Zephan dá a ideia de pedirmos uma pizza para um jantar de comemoração, o que me livra de ter que preparar o jantar, já que é o meu dia de comandar a cozinha em nossa escala semanal de afazeres domésticos.

   Fico no meu quarto lendo enquanto não chega a comida. Livros sempre foram meu refúgio. Viver outras vidas para esquecer da minha... É libertador. Uma liberdade temporária, que termina assim que fecho as páginas e olho ao meu redor. A minha prisão particular. Eu tenho uma vida boa, não posso negar. Negócio de família, faculdade concluída, uma irmã e cunhado que são como pais para mim e sempre me deram tudo que quis e precisei. Mas sempre terá esse vazio aqui, um vazio que, por mais que eu tente, nunca deixará de existir.

   Mamãe morreu quando eu tinha 9 anos, mas ela sempre me disse que eu não deveria confiar em ninguém. Que eu tinha que esconder meus dons de todos, pois as pessoas não costumam ser gentis com alguém que solta faíscas dos dedos quando sente raiva. E ela me ensinou a controlá-los enquanto viveu. Nos deixou de uma forma tão brutal e inesperada, que ficou esse vazio dentro de mim. Um incêndio que nos tirou o lar, nos tirou nossa mãe. O nosso porto seguro.

   Vanora e eu não caímos em depressão graças ao anjo chamado Zephan. Uma semana após o incêndio, descobrimos que ele era vizinho do nosso novo apartamento, quando em meio a uma crise de choro descontrolada minha, que fez alguns vidros e janelas quebrarem, ele apareceu em nossa porta com filmes do Rei Leão, chocolates e pipoca doce, oferecendo ajuda. Nosso anjo particular. Desde o primeiro momento ele foi nosso protetor, e nunca mais desgrudou de nós. 

   ㅡ Ei, doce criança... ㅡ Zephan me chama da porta ㅡ A pizza chegou.

   ㅡ Já vou. ㅡ digo, mas não saio do lugar.

   ㅡ O que houve? ㅡ ele pergunta e senta na ponta da minha cama.

   ㅡ Nada... ㅡ guardo meu livro e me levanto ㅡ Estava lembrando do dia em que te conhecemos, apenas isso. 

   ㅡ Ah... ㅡ ele sorri e seu olhar fica nostálgico ㅡ O dia em que você quase deixou a vizinhança surda com seu grito supersônico? Ainda me lembro dos vidros da minha janela se partindo... Eu nunca vou esquecer esse dia.

  ㅡ Pois é, muito menos eu. ㅡ sorrio de volta ㅡ Obrigada por se juntar a Van na loucura de criar uma criança de apenas 9 anos. Uma criança nada normal, devo lembrar.

   ㅡ Foi uma honra, majestade. ㅡ ele diz e faz uma reverência, rindo ㅡ Devo te lembrar que é muito chato ser normal, digo por experiência própria. Agora vamos comer, senão vai esfriar e Vanora irá nos culpar por uma semana inteira. 

   Jantamos assistindo TV, então quase não falamos. Termino o mais rápido possível, pois sei que Vanora irá tocar no assunto "aniversário". Todo ano é a mesma coisa: ela tenta me animar, eu não quero fazer nada, e o dia termina com nós duas abraçadas e chorando juntas, vendo as fotos da mamãe. Sim, ela morreu no dia do meu aniversário de 9 anos. Desde então, eu nunca mais comemorei. A vida nunca mais teve sentido ou cor depois que a perdi. Não há motivos para comemorar um dia tão triste assim.

   ㅡ Já vou indo, pode deixar a louça que eu lavo depois. ㅡ digo quando saio da cozinha ㅡ Boa noite para vocês!

   ㅡ Ana! ㅡ Van chama e me segue quando eu não paro, e vou a passos largos para o meu quarto ㅡ Ana, espera!

   ㅡ Não. ㅡ eu digo, virando bruscamente e a encarando ㅡ Eu não quero fazer nada amanhã, você sabe disso.

   ㅡ Tem certeza? ㅡ pergunta, meio triste ㅡ É seu aniversário de 22 anos, querida... podemos passear pela Grafton Street, fazermos algumas comprinhas.

   ㅡ Não. ㅡ respondo.

   ㅡ Quer ir ao Castelo de Dublin? É tão pertinho e nunca fomos lá...

   ㅡ Van. ㅡ a interrompo, minha voz saindo mais dura do que eu pretendia ㅡ Eu não quero. E tudo bem, eu só... não quero, está bem?

   ㅡ Okay. ㅡ ela diz e olha para o chão ㅡ Só vou pedir ao Zephan para sair, como todos os anos, e a gente come besteira escondida dele o dia todo, pode ser? 

   ㅡ Perfeito. ㅡ sorrio, tentando lhe passar confiança ㅡ Boa noite, irmã.

   ㅡ Boa noite, irmã. ㅡ ela me abraça e sai do quarto, fechando a porta.

   É sempre doloroso amanhecer no dia do meu aniversário e não ter a mamãe cantando parabéns ao meu lado na cama. Não ter o café da manhã especial, somente com coisas que eu amo comer, em uma bandeja, bem aos meus pés. É claro que Vanora tentou manter a tradição por alguns anos, mas nós duas chegamos ao acordo de que nunca seria igual ao da mamãe. Então criamos nossa própria tradição: comer doces gordurosos e comidas não saudáveis o dia inteiro, enquanto assistimos séries odiadas pela crítica. E, no final do dia, abrimos a caixa com as poucas fotos que nos sobrou da mamãe, choramos e sorrimos lembrando de nossos momentos juntas, para então tirarmos nossa foto anual com os olhos inchados.

   Durmo cedo e tenho um sono agitado, como todas as noites desde que me lembro... acordo suada e ofegante, sonhei que estava correndo por uma floresta. Correndo não, fugindo. Ou seria o contrário? Estava atrás de alguém, bem atrás dele... Nunca foi tão real assim, nunca estive tão perto de enxergar aquele rosto embaçado que entra em minha mente todas as noites, e que me atormenta há muitos anos. Algumas vezes ouço sua voz chamando meu nome, apenas um sussurro, mas que sempre me causa arrepios na nuca. Mas, na grande maioria das vezes, ele só fica lá, parado no escuro, e nunca sei se estou correndo atrás dele, ou correndo dele.

Olho a hora e vejo que ainda são 00h35. Okay, já é meu aniversário. Parabéns para mim. Ou não, já que estou ficando mais velha. Tanto faz.

   Vou me arrastando até a cozinha para beber água, meu corpo reclamando das pouquíssimas horas de descanso, e quando estou voltando para meu quarto alguém toca a campainha. Meu corpo inteiro congela. Isso é muito estranho. 

Paraliso no lugar quando a porta do quarto de minha irmã se abre e Zephan sai correndo de lá, mas estaca ao me ver no meio do caminho. A campainha toca novamente e nenhum de nós dois saímos do lugar. Ele me olha... apavorado? Sim, é pavor que vejo estampado em seu olhar.

   ㅡ Vá para o seu quarto. ㅡ ele sussurra, a voz urgente e com olhos arregalados.

   ㅡ O quê? Não! Não vou te deixar aqui sozinho! E se for um bandido? ㅡ sussurro de volta ㅡ Eu luto karatê, esqueceu? Posso te ajudar!

   ㅡ Alhana. ㅡ ele diz ainda mais sério ㅡ Vá para o seu quarto. Agora! 

   A campainha toca novamente, seguida de socos pesados. Zephan nunca me chama pelo nome, isso só confirma para mim que ele está com muito medo. Finjo que vou para o quarto e, assim que ele caminha lentamente em direção a porta, eu corro para a cozinha, pego uma faca enorme e vou silenciosamente em direção a sala, mas paro assim que ouço as vozes conversando aos sussurros.

   ㅡ Você não deveria estar aqui. ㅡ ouço a voz trêmula de Zephan ㅡ Ainda não contei a ela.

   ㅡ O problema é seu, Kail, já deveria ter contado. ㅡ ele chamou meu cunhado de quê? O que está acontecendo aqui? 

   ㅡ Por favor, volte quando amanhecer. ㅡ Zephan diz ㅡ Me dê um tempo de...

   ㅡ Não! ㅡ o homem interrompe bruscamente, dessa vez bem alto ㅡ Você já teve o seu tempo. Tempo demais.

   ㅡ Farall, por fav...

   ㅡ O Portal está aberto. ㅡ ambos ficam em silêncio e posso ouvir a respiração do meu cunhado se alterando ㅡ Tem mais gente atrás dela, Kail. Estão todos em perigo enquanto ela permanecer aqui.

   ㅡ Mas como? ㅡ Zephan parece desesperado, até esqueceu de sussurrar ㅡ O Portal... Ele só abre quando completa a roda lunar… E ainda não… 

   ㅡ Como? Eu não sei. ㅡ o homen diz, cortando um Zephan aparentemente desnorteado ㅡ O que eu sei é que tem outros aqui atrás dela, e você sabe quem são. 

   ㅡ Meu Deus... ㅡ Zephan exclama e posso ouvir o medo em sua voz.

   Vou saindo aos poucos da cozinha e ninguém percebe que estou parada na penumbra entre a sala e o corredor. Abro a boca para interromper os homens na porta no exato momento em que o estranho diz:

   ㅡ Já está bem familiarizado com esse povo, não é? Até usa suas gírias e deuses em sua fala, Kail. ㅡ o homem ri com deboche e então me vê, sua expressão congelando no lugar.

   ㅡ Do que você o chamou? ㅡ pergunto num fiapo de voz e Zephan vira horrorizado pra mim. 

   ㅡ Alhana... ㅡ ele suplica com a voz, e dá um passo à frente, com uma mão estendida no ar em minha direção.

   ㅡ Do que ele te chamou, Zephan? ㅡ pergunto com a voz embargada, sentindo o mundo ruir sob meus pés.

   ㅡ Kail. ㅡ responde o homem, com um tom de fascínio na voz que me causa arrepios ㅡ O sobrenome dele. O verdadeiro sobrenome. 

   Faz-se um silêncio na sala enquanto meu cérebro tenta processar o que acabei de ouvir de um completo estranho. Não posso acreditar nisso, não posso acreditar nele.

   ㅡ É verdade? ㅡ minha irmã pergunta, surgindo atrás de mim ㅡ Esse é seu sobrenome verdadeiro? O que é isso, Zephan? Você… mentiu? 

   ㅡ Amor, não é isso. ㅡ ele diz, aflito, vindo em nossa direção ㅡ Eu posso explicar.

   ㅡ Então é verdade? ㅡ eu pergunto ㅡ Porque, que eu me lembre, está escrito "Ronan" na certidão de casamento de vocês dois. Está escrito "Ronan" na assinatura de casada de minha irmã! 

   O silêncio é ensurdecedor. Ouço minha irmã sufocar um soluço e chegar perto de mim, amarrando seu robe com tamanha força que seus dedos ficam pálidos. 

   ㅡ Quem é esse homem? ㅡ ela quase grita ㅡ Me diga! Você é um foragido, é isso, Zephan? Nos usou para se esconder por todos esses anos?

   ㅡ Não, eu... 

   ㅡ Conta logo a verdade, Kail. ㅡ o homem o interrompe, mas seus olhos permanecem o tempo todo em mim ㅡ O tempo está passando. 

   ㅡ Eu... ㅡ Zephan parece perdido e apenas olha de um lado pro outro.

   ㅡ Se você não conta, eu conto. ㅡ o homem diz, e então entra em nossa casa.

   Ele vem andando em minha direção, com um gingado suave e másculo, e, no momento em que se aproxima demais, minha irmã me puxa para trás de si e fica frente a frente com o homem. Ele apenas sorri de lado pra ela e me encara atrás de seus ombros.

  ㅡ Não tenha medo de mim. Estou aqui para ajudar, assim como os outros. ㅡ seus olhos, de um cinza intenso e riscado, me prendem por longos segundos, é um homem de uma beleza viril que não é comum em meu círculo social ㅡ Se eu apresentasse perigo Zephan já teria me derrubado e cortado minha garganta com a navalha escondida por baixo de seu casaco. Não é, meu amigo?

Zephan apenas olha para Vanora, mas posso ver a navalha caindo de sua mão e pousando em nosso tapete felpudo. O homem à nossa frente sorri, como uma criança entrando em uma fábrica de chocolates pela primeira vez, seus olhos brilham como dois cristais ao me olhar. 

   ㅡ Eu vim buscar a Princesa Alhana Davan, prometida às Bruxas Ullas, a Luz das Fadas e salvadora da longa noite. ㅡ faz-se um silêncio e só consigo sentir meu coração batendo loucamente, então o homem se ajoelha e abaixa a cabeça ㅡ Eu vim buscar minha Rainha.

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