Ao ver o sorriso radiante de Diego, Mariana sentiu o coração amolecer.Ela não queria se enganar. No fundo, sabia que decidir ficar com Lucas tinha muito a ver com Diego.Mas, antes de tudo, havia um sentimento real ali.Se não houvesse Didi, talvez, mesmo gostando de Lucas, ela nunca teria escolhido reatar. Havia tantas coisas no passado que poderiam a ter impedido...Mas agora, com um filho, tudo precisava ser pensado de forma diferente.Ela não era apenas Mariana, era mãe.O crescimento de Diego não pode prescindir da figura paterna.Por mais longa que seja a estrada, sempre tem um fim.E esta, afinal, era tão curta...Para Lucas, parecia que, num piscar de olhos, já tinham chegado.Por que os momentos felizes sempre passam tão rápido?Do lado de fora da mansão da Família Marques, Mariana olhou para Lucas e perguntou: — Amanhã você consegue buscar Didi?Afinal, ele tinha se gabado para os outros.Lucas ainda disse que iria o buscar todos os dias.Se não cumprisse, a criança perderia
Mariana não tinha paciência para as bobagens que Camila vinha falando.O problema não era se Lucas "dava conta" ou não.A questão era... se ela dava.Mariana suspeitava que talvez estivesse com a libido no chão.Sem desejo, sem expectativa alguma pelo sexo.Será que devia perguntar a Lucas? Se os dois realmente acabassem juntos... ele toparia um casamento sem sexo?Ela sabia bem: Lucas sempre foi daquele tipo, intenso, cheio de fogo, desejo à flor da pele...Pelo que ela lembrava... ele jamais teve qualquer problema nesse quesito.Mariana se revirava na cama, inquieta. O sono simplesmente não vinha.Tinha que admitir: Camila tinha colocado uma bela questão na cabeça dela.Por sorte, nos dias seguintes, Lucas não a chamou pra sair sozinhos. Limitou-se a aparecer pontualmente na saída da escola, todo fim de tarde, pra buscar Diego.Dessa vez, Bruno acreditou de verdade — o pai de Diego vinha mesmo todos os dias.Morrendo de inveja, soltou no caminho pra casa: — Também queria que meu pai
Até tinha visto a mãe de Diego, uma mulher impossível de ignorar, chamava atenção por onde passava.E quando apareceu o pai, foi pior ainda.Que raiva. Os dois eram obscenamente atraentes, e isso só aumentava a antipatia de Helena. Até então, entre todas as mães da escola, ninguém chamava mais atenção do que ela. Era a mais jovem, a mais bonita, o centro das atenções.Mas desde que Mariana apareceu, qualquer homem que passava na hora da saída não tirava os olhos dela."Puta safada!", pensou Helena.Naquela mesma tarde, a Profa. Priscila recebeu uma ligação de um dos pais do comitê assim que as aulas terminaram.Explicou com paciência, detalhando o que havia acontecido, mas essa pessoa não estava nem um pouco interessada em ouvir.Sem saída, a Profa. Priscila acabou cedendo.No dia seguinte, já na escola, ela resolveu tocar no assunto com a turma.Ser professora numa escola dessas era, na verdade, uma tarefa cheia de pressão. Os alunos vinham todos de famílias influentes, autoridades,
Claro que, pra chamar alguém pra sair, o ideal é avisar com antecedência. Mas Lucas não esperava que alguém fosse mais rápido que ele.Renato normalmente era muito ocupado e raramente descansava nos fins de semana.Mas neste fim de semana, ele disse que toda a família iria para um resort de águas termais.Da última vez que foram ao resort, até tinha fonte termal por lá, mas ninguém conseguiu aproveitar. Afinal, foi o dia em que Ana e Mariana finalmente se reconheceram, ninguém teve cabeça pra relaxar na água quente.Agora, com o clima ainda frio, às vezes batendo temperaturas abaixo de zero, um banho quente parecia o plano ideal.Assim que ele sugeriu, a família inteira topou na hora.Seria a primeira atividade em família desde que Mariana voltou pra casa.Mariana, claro, não podia faltar.Na verdade, Ana ainda queria ter feito uma festa de boas-vindas.A filha da Família Marques finalmente tinha sido encontrada, a vontade dela era sair anunciando isso pro mundo inteiro.Mas Mariana se
Ao ouvir a pergunta, Lucas suspirou. — Você não tem outra coisa pra fazer? Para de vigiar minha vida amorosa. E você? Como está com Luísa?— Luísa aceitou namorar comigo! Ontem a gente saiu pra um encontro. Lucas: ...Parecia que ele só ligou para se gabar...— Não precisa dar detalhes... Parabéns.Jaime disse: — Quem disse que ia te dar detalhes? Só quero te dar um toque: se esforça! Vai que eu me caso e você ainda tá aí empacado.Lucas disse: — Casar? Cê tá indo rápido demais, né? Acabou de começar a namorar e já tá falando em casamento?Jaime disse: — Meus pais tão pressionando, e Luísa disse que os dela também. A gente conversou e combinou: vamos namorar por alguns meses e, se tudo der certo, a gente casa.Lucas: ...Um acesso de inveja surpreendente o atravessou.Ele disse: — Como seu relacionamento pode ser tão fácil?Jaime respondeu todo cheio de si:— Talvez porque eu leve a sério e sou dedicado no amor, né?— Tá insinuando algo? — Lucas já tava se coçando pra dar uns tapas. —
Na manhã de fim de semana, Renato dirigiu pessoalmente um carro com versão alongada, levando toda a família para um passeio.Quem mais estava feliz era Ana.Nos últimos anos, por mais que sua família tentasse a fazer sorrir, ela sempre parecia desanimada, com um olhar distante.Não era que ela não quisesse se preocupar com os sentimentos dos filhos, mas ela não conseguia esquecer a filha mais nova que se perdeu.Depois, seu terceiro filho também morreu.A filha era uma dor eterna no coração de Ana. Perder o filho foi como um golpe mortal. Naquela época, ela quase não conseguiu suportar.Mas Ana sabia que o terceiro filho morreu como herói, lutando pela pátria, pelo povo. Depois da dor, ela conseguiu aceitar.A filha, porém, era diferente.Foi um acidente, uma tragédia, uma lacuna que nunca deveria ter existido.Agora, com o retorno da filha perdida, o coração de Ana, que havia se tornado cada vez mais frio e silencioso com a ausência dos dois filhos, parecia ter renascido.Por tantos a
No pronto-socorro do Hospital São João.Após várias cirurgias, Mariana estava exausta e preparava-se para sair do trabalho. Enquanto trocava de roupa para ir embora, a porta se abriu repentinamente. Lucas apareceu na frente dela, vestido com um terno caro feito sob medida.O homem exibia uma postura nobre, seu rosto era austero e imponente, com sobrancelhas e olhos sérios. Seu nariz alto e lábios finos, com um queixo firme e bem delineado. Sem dúvida, ele tinha uma boa aparência.Porém, naquele momento, ele carregava nos braços uma garota pequena e delicada. Por trás de sua expressão fria, era impossível esconder o nervosismo. — Ela está ferida, dê uma olhada nela. — Lucas pediu.O olhar de Mariana pousou sobre o rosto da garota. Ela tinha uma aparência doce, com um olhar inocente. Mariana sabia que esse era exatamente o tipo de mulher que Lucas gostava. Mesmo depois de tantos anos, o gosto dele não mudou nem um pouco.— Onde você está machucada? — Mariana perguntou.— Torci o tornoz
O homem tinha uma aura fria e nobre, típica de alguém acostumado a altas posições, mas carregava uma simples sacola plástica preta. Sem dúvida, dentro dela estavam os produtos de higiene íntima que Joana precisava no momento.Mariana desviou o olhar e perguntou a ele: — O avô quer que jantemos na mansão esta noite. Você pode ir?Mas Lucas não olhou para ela. Seus olhos se fixaram em Joana: — Ainda sente dor na barriga? Você já tomou os medicamentos?Após dizer isso, ele estendeu a mão e passou a sacola. Joana sorriu timidamente ao o receber e lançou um olhar rápido para Mariana antes de responder: — Estou bem melhor agora, obrigada.— Pode ir, vou esperar você aqui. — Disse Lucas, olhando para ela com ternura nos olhos, e acrescentou: — Depois eu a levo para casa.Joana lançou mais um olhar cauteloso para Mariana e depois se virou e foi embora.— Então você me seguiu até aqui? — Lucas finalmente olhou para Mariana: — Valeu a pena?Mariana não se defendeu, apenas perguntou: — Senhor