Três meses antes.
Uruguai.
Javier
O fogo está alto, muito alto mas eu não posso temer, aliás eu fui forjado a não temer nada e nem ninguém, me aproximo apesar das chamas estarem enormes e entro na casa, tenho que chegar até o segundo andar, a minha mãe está no quarto e pela sua condição física não conseguirá sair sozinha.
Eu corro pelas escadas que tem os corrimões a sua volta em brasa, o calor já está insuportável chego a porta do quarto, coloco a mão na maçaneta, sinto que a minha pele fica agarrada no metal, retiro as mãos feridas e chuto, a porta cai e o fogo que havia no interior salta na minha direção.
Volto, pego uma tapeçaria que está no corredor, envolvo o meu corpo, adentro o quarto e consigo chegar a cama da minha mãe e a coloco nos meus braços, após enrolá-la na tapeçaria, sinto a sua respiração fraca, tenho pouco tempo, sei que os seus pulmões devem estar muito prejudicados pelo calor do fogo e pela fumaça inalada.
Começo o meu caminho de volta, as chamas queimam a minha