Apenas fiquei em silêncio, sentindo minha alma, sentindo uma linha me ligando à sanidade, fina, difícil de perceber. Será que devo continuar me perguntando se acaso deixei escapar essa linha?
A mulher olhou bem nos olhos maliciosos do homem ao seu lado. Fez um muxoxo com a boca e voltou a encarar o copo de cerveja à sua frente, no balcão.
- Você é muito confiante, mas eu te digo para ter cuidado – falou o homem.
- Pois sei que você está me ameaçando, e isso não me afeta em nada.
- Ameaçando? Eu? Que jeito mais rude de falar. Por que você é tão cruel?
- Cruel eu, é? Não é você que está dizendo que vai me comer?
- Se continuar a insistir que quer uma prova, vou sim. Agora, me diga, por que não deixa isso de lado? Vá com seu marido e esqueça essas estórias.
- Eu não posso. Eu preciso ver, eu preciso ver, só isso!
- Confie em mim. Sem rabo...
- Sem rabo, é? Impossível! - falo