(Ponto de Vista de Bill)Apoiei-me na beirada da cama do hospital, sentindo a mão firme da enfermeira segurar meu braço enquanto ela me ajudava a me levantar.As pernas mal me sustentavam, trêmulas como gelatina, enquanto cada músculo gritava em dor. Me agarrei ao andador como se minha vida dependesse disso, tentando sufocar os tremores que ameaçavam me derrubar.— Devagar e com calma, Bill. — Disse a enfermeira, com sua voz suave e encorajadora. — Você está indo muito bem. Apenas dê um passo de cada vez.Assenti, concentrando-me nos pequenos passos à minha frente. O chão parecia distante, e meus pés se arrastavam a cada movimento.— Lembre-se de respirar. — Ela me lembrou. Respirei fundo, lutando para controlar os nervos e encontrar algum ritmo dentro desse novo - e estranho - normal.Cada passo parecia uma luta, mas eu não iria desistir.— Isso mesmo, Bill. Só continue movendo. — Disse a enfermeira.Dei um passo, depois outro. No início, minhas pernas pareciam feitas de chumbo - pesa
(Ponto de Vista de Serena)No momento em que entrei, soube que aquele lugar não estava para brincadeiras.O ar estava carregado com o cheiro de metal e polido, quase como se eu tivesse acabado de entrar em uma oficina no centro de uma cidade. Ao longo das paredes, enormes fotos de joias incríveis estavam expostas - peças que pareciam valer milhões de reais.Senti os nervos borbulharem dentro de mim. Mas, sinceramente? Eu preferia aquilo à imensa sensação de vazio que vinha carregando nos últimos tempos.Pelo menos ali, eu tinha algo para me concentrar, algo que fazia meu coração acelerar por uma boa razão.À frente, vi a mesa preta e elegante onde uma mulher estava fazendo o registro das pessoas. Sua joia era sutil, mas claramente cara.— Nome? — Ela perguntou, mal levantando os olhos do computador.— Serena Nixon. — Respondi.Ela digitou meu nome no computador, e o som suave das teclas fez meu coração bater mais rápido.Depois de um momento, ela olhou para cima e assentiu.— Estúdio 3
(Ponto de Vista de Serena)No momento em que Madame Amélie terminou de falar, eu me levantei rapidamente, indo direto para a minha bancada de trabalho.Minha mente já estava a mil, cheia de ideias, e senti aquele fogo familiar percorrendo minhas veias.Uma fênix. A imagem me atingiu como um raio: renascida das cinzas, orgulhosa e indomável. Era exatamente assim que eu me sentia, depois de tudo o que passei.Mas não seria apenas uma peça… Eu criaria uma coleção inteira: incendiária e sem arrependimentos - ousada como a fênixPeguei meu caderno de esboços e comecei a desenhar rapidamente.— Uma fênix. — Murmurei para mim mesma, com o lápis se movendo quase sozinho. — As asas abertas, as chamas em plena flor. Um colar, brincos e uma pulseira.Colette olhou por cima, com curiosidade nos olhos.— Está indo com tudo, certo?— Por que não? — Respondi, com um sorriso se formando nos meus lábios. — Se for para fazer isso, vou dar o meu melhor.Terminei o esboço rústico e o deixei de lado. Meus
(Ponto de Vista de Bill)Finalmente estava fora daquele maldito hospital, mas ainda longe de me sentir como eu mesmo.Cada passo era um lembrete de que não estava 100% recuperado ainda.Minhas pernas estavam fracas, e os pontos na lateral do meu corpo doíam a cada movimento, embora o ferimento de bala, ao menos, estivesse cicatrizado.Cerrei os dentes e passei pela dor, porque, neste momento, nada importava mais do que encontrar Serena.O sol parecia forte demais quando pisei na calçada, e o mundo ao meu redor parecia se mover rápido demais. No entanto, tentei me estabilizar.Eu tinha um destino em mente: a joalheria de Serena. Se alguém soubesse onde ela poderia estar, seria Stevie.Quando cheguei à loja, tudo estava assustadoramente silencioso. A campainha acima da porta soou quando entrei, e o cheiro familiar de madeira polida e metal me atingiu.Era estranho estar ali sem ela. O lugar parecia vazio, como se estivesse faltando seu coração.Antes que eu pudesse dar outro passo, Stevi
(Ponto de Vista de Bill)Tudo ao meu redor pareceu congelar no instante em que as palavras saíram da boca de Stevie."Collin não sobreviveu…"Senti como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de mim. Meu coração batia com força no peito, a cada batida mais forte e dolorosa que a anterior. Fiquei ali parado, entorpecido, enquanto o mundo ao meu redor parecia girar, me deixando tonto e perdido.Como isso aconteceu? Como eu deixei isso acontecer?— Mas o médico disse... Eles disseram que a Serena e o Collin estavam bem. — Gaguejei, com minha voz trêmula enquanto tentava, de qualquer forma, entender o que estava acontecendo. — Eu não entendo…Stevie balançou a cabeça, com as lágrimas ainda escorrendo por seu rosto.— Eu não sei, Bill. Às vezes, as coisas simplesmente... Não saem como deveriam. Os médicos fizeram tudo o que podiam, mas já era tarde demais. — Respondeu ela, com a voz tremendo enquanto lutava para se manter firme. — Sinto muito.Meu peito se apertou, e o ar parecia não vir.
(Ponto de Vista de Serena)O dia no campo de treinamento foi intenso, e, ao final, minha mente estava girando de tanto trabalho minucioso que fizemos.A tarefa de hoje foi um verdadeiro desafio. Fomos convidados a desenhar um anel de noivado personalizado para um cliente com um conjunto único de requisitos. O anel precisava ser moderno, mas incorporar elementos vintage, usar uma mistura de metais e apresentar uma pedra preciosa que não fosse diamante. Ah, e o design tinha que ser original, algo que o mundo nunca tivesse visto antes. Sem pressão, certo?Quando finalmente terminamos, eu estava mentalmente exausta, mas havia uma sensação de realização que vinha com o fato de ter sobrevivido ao dia.Colette sugeriu que fôssemos tomar um café, e eu estava mais do que feliz em escapar do estúdio por um tempo.Acabamos indo para uma cafeteria charmosa, escondida em uma rua tranquila, o tipo de lugar que parecia ter saído de um filme antigo. Assim que entramos, o cheiro rico de café e de crois
(Ponto de Vista de Bill)Estacionei em frente ao escritório, e a tensão já pesava no meu peito. Bastou eu sair do carro para sentir que havia algo fora do lugar.Entrei, e logo percebi as conversas sussurradas enquanto passava pelos corredores. Não era o típico bate-papo de escritório. Havia um clima de desconforto no ar.À medida que andava pelos corredores, vi alguns funcionários com os olhos vermelhos, alguns até enxugando as lágrimas. Outros carregavam caixas, com suas coisas empilhadas dentro, olhando para o chão enquanto passavam por mim.Meu estômago embrulhou. Alguém estava mandando pessoas embora. E, com certeza, não fui eu quem havia dado a ordem.Quem diabos estava tomando essa decisão sem a minha aprovação?Fechei os punhos. O que quer que estivesse acontecendo, eu logo descobriria.Vi Sarah parada no corredor, com as sobrancelhas franzidas, claramente perdida em pensamentos. Algo estava errado. A tensão no ar era palpável enquanto as pessoas passavam apressadas, sussurrand
(Ponto de Vista de Bill)— Seu filho da. — Comecei a dizer, mas Calvin levantou a mão, me interrompendo.— Calma, Bill. — Ele disse, com um tom irônico e tranquilo. — Eu sei que isso é difícil de engolir. Mas agora sou eu o CEO da RGE. A empresa do seu pai.O sangue ferveu nas minhas veias, e tudo ao redor começou a desaparecer - só restava ele, aquele desgraçado, sentado como se mandasse em tudo.Dei mais um passo em sua direção, com os punhos cerrados ao lado do corpo, mas Calvin não se moveu. Ele estava adorando isso. Cada segundo.— Seu pai ficaria orgulhoso das mudanças que eu vou fazer. — Continuou Calvin, com um sorriso presunçoso. — A RGE precisava de uma nova perspectiva, de alguém com visão. E, francamente, você não estava dando conta.— Você não sabe porra nenhuma sobre o meu pai. — Retruquei, com a voz tremendo de raiva. — Acha que sentar nessa cadeira te faz ele? Te faz digno dessa empresa?Calvin levantou uma sobrancelha, completamente impassível.— Acho que sentar nesta