Derick Carter Eu estava prestes a entrar no elevador quando vi Isabella cambaleando no corredor do hotel. Seu vestido preto estava ligeiramente amassado, os saltos pareciam instáveis sob seus pés, e seus olhos estavam desfocados. Ela quase caiu ao meu lado, e eu a segurei antes que seu corpo atingisse o chão. — Isabella, está tudo bem? Ela levantou os olhos para mim, piscando como se tentasse me reconhecer. — Me me ajuda… — disse com a voz arrastada. O cheiro de álcool era evidente. Ela não estava apenas tonta; estava completamente fora de si. — O que você fez? — perguntei, segurando-a firme para que não caísse. Ela tentou se afastar, mas tropeçou novamente, me fazendo segurá-la pela cintura. Foi quando percebi que ela segurava uma chave de um dos quartos. — Vou te levar até o seu quarto! Precisa descansar. Ela murmurou algo ininteligível, encostando o rosto no meu ombro. — Você é cheiroso… Tem um sabor tão doce… — Sua voz estava pastosa, como se estive
Dimitri Carter O gosto do vinho ainda queimava na minha garganta. A garrafa estava vazia sobre a mesa, e a cabeça pesava como se meu próprio corpo estivesse afundando em um nevoeiro denso. Eu havia esperado tempo demais. Horas, para ser exato. Isabella não voltou ao quarto. Levantei-me do sofá, senti um leve desequilíbrio ao caminhar, saí do quarto e fui até o elevador. Os corredores do hotel estavam silenciosos, com apenas algumas luzes de emergência iluminando o carpete escuro. Apertei o botão e encostei-me na parede, sentindo a frustração crescer. Ela me deixou esperando. O elevador chegou ao térreo, e eu me dirigi até a recepção, determinado a chamar um táxi. Mas, antes que eu pudesse pedir, um dos funcionários se aproximou com um olhar hesitante. — Senhor Dimitri? Aconteceu algo? A senhorita Isabella o encontrou? Minhas sobrancelhas franziram. — Não. Ela não voltou ao quarto. Vou para casa. O homem piscou, confuso. — Mas… senhor, ela foi para o quarto ao lado do
Isabella Duarte Ricci O som dos meus saltos ecoava pelo corredor do hotel enquanto eu caminhava com passos rápidos e decididos. Meus dedos apertavam o cartão magnético, e minha mente estava fervendo com pensamentos caóticos. Quando parei diante da porta 269, minha respiração estava descompassada. Passei o cartão e empurrei a porta, já me preparando para encontrar minha irmã. Mas o que vi não foi o que esperava. Dimitri estava ali, sem camisa, deitado na cama, dormindo profundamente. A luz amarelada do abajur desenhava as sombras definidas de seus músculos. E ao lado dele, minha irmã, Aurora. O sangue sumiu do meu rosto.Fiquei pálida! Não. Isso não pode estar acontecendo. Ela estava ali,deitada,de calcinha, coberta apenas pelo lençol. Senti um nó na garganta, e meu coração martelava no peito. Meu corpo congelou por alguns segundos,mas então a fúria explodiu dentro de mim. Saí do quarto e peguei o celular. — Luara, venha para o quarto 269 agora, no hotel. Ela não
Aurora Duarte Ricci Minha cabeça latejava como se um martelo estivesse batendo dentro do meu crânio. A boca seca e o gosto amargo na língua me fizeram soltar um gemido baixo enquanto me remexia no colchão. Pisquei algumas vezes, tentando me situar no ambiente. O teto branco. O abajur com luz amarelada. O ar-condicionado fazendo um leve zumbido. Esse não era meu quarto. A confusão me atingiu em cheio, e eu me sentei rapidamente, o coração disparando no peito. Foi então que vi Luara, deitada no sofá próximo à cama, mexendo no celular. Ela estava tão distraída que nem percebeu que eu havia acordado. — Luara? — Minha voz saiu rouca, e minha garganta arranhou ao falar. Ela ergueu os olhos para mim e sorriu de leve. — Finalmente, bela adormecida resolveu acordar. Como está se sentindo? Passei a mão no rosto, massageando a minha testa. — Minha cabeça está explodindo. Onde estamos? O que aconteceu? Luara se sentou e cruzou as pernas sobre o sofá. — Estamos no ho
Isabella Duarte RicciAurora me abraçou e eu senti um peso enorme, ela não sabia o que havia acontecido na noite anterior, enquanto eu sabia mais do que eu queria, ou desejava.—Feliz aniversário Aurora—disse e logo olhei para minha mãe.Jason poderia se considerar um homem morto, eu não sabia até que ponto ele estava envolvido nisso, e por qual motivo, mas só pelo fato de ter deixado a minha irmã ficar bêbada e também naquele mesmo hotel, algo me dizia que ele tinha feito tudo com a certeza do que queria, mas eu não era pura e não tinha inocência, o que fez ele ser idiota o suficiente para achar que eu não o culparia, mas eu cuidaria dele no dia seguinte, hoje eu não estava desejando sequer vê-lo na minha frente.A minha mãe me conhecia só com o olhar, ela então veio até mim e sabia que eu precisava conversar com ela. O silêncio do corredor me envolvia enquanto caminhava ao lado da minha mãe. A cada passo, meu coração batia mais forte, como se soubesse que aquela conversa definiria
Isabella Duarte Ricci Após alguns minutos ainda com meus pensamentos voltados para a noite anterior, decidi tomar um banho, assim que entrei no chuveiro, como a água que descia e percorria meu corpo, minhas lágrimas desciam pela minha face, eu quis gritar, quis até não ter conhecido o Dimitri, para eu não ter que escolher mentir e esconder a verdade para a Aurora, mas eu não podia mudar o passado, e eu tinha que enfrentar o presente e o que o futuro me reservaria. Assim que sai do banho, me vesti e deitei na cama, eu apenas deitei e fechei os olhos, me forçando a dormir e logo meus pensamentos voltaram para a noite passada e cada toque e beijo do Dimitri, todo o prazer que ele me fez sentir. Acordei, era perto das três da tarde, desci para almoçar e em seguida a Luara me informou que o Jason estava no escritório, me esperando, para conversar comigo. —O que ele quer? —Parece que tem a ver com o presente que você pediu que ele preparasse para Aurora.—Disse Luara.O escritóri
Isabella Duarte Ricci Assim que cheguei em casa, me preparei psicologicamente, emocionalmente e fisicamente para o jantar, após estar totalmente pronta, ao menos fisicamente. Entrei no meu carro e comecei a dirigir, à noite, a Itália sempre me trazia uma sensação de liberdade. As ruas iluminadas, o brilho dos faróis refletindo no asfalto e o vento batendo no meu rosto enquanto eu acelerava. Mas, desta vez, minha mente estava longe. A conversa que tive com minha mãe ainda ecoava dentro de mim. Suas palavras eram um alerta silencioso, um aviso de que qualquer escolha que eu fizesse teria consequências que poderiam me perseguir para sempre. Escolher a verdade e perder Dimitri. Ou escolher Dimitri e esconder a verdade, apesar de saber o que eu realmente queria, ainda parecia estar em dúvida. Apertei os dedos contra o volante, sentindo minha respiração pesar. Eu sabia o que deveria fazer, mas quando se tratava dele, do que eu sentia, do que queria, minha racionalidade se dissolvia
Isabella Duarte Ricci A noite estava quente, e meu corpo também. A cada quilômetro percorrido até a mansão de Dimitri, minha respiração se tornava mais pesada, e minha pele ardia de expectativa. Eu sabia o que me esperava e o desejo pulsava em cada fibra do meu ser. Ao chegar, um dos seguranças me recebeu sem dizer uma palavra, apenas acenando com a cabeça antes de me conduzir até o quarto dele. O silêncio do corredor era quebrado apenas pelo eco dos meus saltos no chão de mármore. Quando paramos diante da porta imponente, o segurança me olhou rapidamente antes de se afastar, me deixando sozinha. Engoli em seco e, sem hesitar, girei a maçaneta. A cena que me recebeu fez meu coração parar por um segundo. Dimitri estava deitado na cama imensa, nu, seu corpo esculpido à perfeição coberto apenas por uma fina camada de chantilly. O contraste do creme branco contra sua pele quente e bronzeada era um convite ao pecado. Ele estava apoiado sobre um dos cotovelos, me observando com aqu