12 de maio de 1985
Em um mundo diferente chamado Dohers, habita o rei Raymond, meu marido, meu filho, Carl e eu, a rainha Elis.
No nosso mundo há famílias que vivem e trabalham aqui, e posso afirmar que a harmonia e o amor reinam aqui, mas há uma família, que vive em Howers, um mundo vizinho ao nosso, e que é rancorosa e detesta a minha família por motivos que eu mesma não sei quais são.
No nosso mundo, apenas nós, a família real, temos poderes. Digamos que temos certas habilidades que passam de geração em geração.
Todo ser poderoso sempre tem um ponto fraco e o nosso infelizmente é uma pedra azul, chamada Ohmiris, esta pedra para outros seres é normal, mas para nós ela nos afeta nos deixando sem ar, sem contar que queima nossa pele onde toca e se ficarmos muito tempo expostos a ela nos desintegramos, essa é a única maneira de nos matar.
Certo dia, ouvimos boatos de que a família Honody, a família que não suporta a minha, fez um pacto com uma bruxa. Pelo que sabemos, a bruxa transmitiu poder somente para o filho e o poder que habita nele agora se parece com o nosso. Ele ficou mais forte, rápido, voa, dentre outras coisas.
Nosso filho, Carl, só tinha três anos quando a guerra começou. Calleb Honody, filho de Jenny e Marcus estava em uma caçada para nos exterminar.
Não vendo alternativa, decidi embalar meu filho cuidadosamente em um cobertor, colocá-lo em uma pequena nave e enviá-lo para a Terra, mesmo não querendo.
A Terra foi o primeiro lugar em que Raymond e eu havíamos pensado para mandá-lo, sabíamos que era um lugar habitável, que alguém certamente cuidaria do nosso amado menino e que ele estaria protegido da fúria dos Honody.
— Meu filho, eu te amo muito... A mamãe te ama demais, lembre-se disso e tudo vai ficar bem... Confie em nós. Um dia vamos nos reencontrar e poderemos viver juntos novamente — digo baixinho dando um beijo no rosto do meu filho amado.
Carl começa a chorar, mas dou uma mamadeira para ele que bebe contente.
Raymond beija a testa do garoto e coloca no painel da nave as coordenadas do trajeto a ser feito. Olhamos uma última vez para a nave com os olhos lacrimejados e assim que ela parte, Raymond diz:
— Tudo vai ficar bem, minha querida, Elis.