Liam Black

Com o problema da carga resolvido e a confiança inicial de Fernando Oliveira conquistada, o passo seguinte era solidificar minha posição. Fernando, aliviado, propôs um almoço no restaurante mais próximo do porto, um lugar simples, com cheiro de peixe frito e tempero forte. Magnólia nos acompanhava, ainda com aquele ar desajeitado, mas com os olhos curiosos fixos em mim. Era a oportunidade perfeita para refinar a imagem de Liam Black, o sobrevivente culto e de bom caráter.

Durante a refeição, enquanto manuseava o garfo e a faca com uma destreza que, ironicamente, aprendi no treinamento de combate do IRA – um toque de sofisticação forjada na brutalidade – Fernando falava sobre o porto, os negócios, o café. Eu o ouvia com atenção, esperando o momento certo para soltar a isca.

"É fascinante ver a vitalidade do comércio aqui, Sr. Oliveira," comecei, minha voz modulada para soar respeitosa e um pouco melancólica. "Na Irlanda... bem, as coisas eram diferentes. Minha família tinha u