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Capítulo 17 - Limerência

A LÍNGUA QUENTE DE LUCRETIA PERCORRE A MINHA BOCA, DEBRUÇADA por cima de mim, ela me beija com volúpia. Minha cabeça está apoiada em seu colo, minhas pernas por cima de Lennon, enquanto ele lê um livro com a capa preta e dourada. Estamos os três em um dos bancos de ferro e madeira do jardim, rodeados pelas estátuas sinistras que Lucretia comprou. Esse parece ser o seu pedaço favorito da casa agora e sei que ela está plantando roseiras para compor a decoração.

Não gosto muito dessas estátuas, elas parecem nos olhar fixamente. São monstruosas, como as quimeras que costumavam existir em Notre Dame, com caretas de horror, bocas abertas, dentes grandes e corcundas.

Uma brisa fresca congela minhas bochechas e me faz tremer de frio, eu devia mandar buscar um cobertor.

— Ele está escondendo alguma coisa de mim. — Interrompo o beijo,

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