Letícia lembrou-se daquele verão escaldante em que ela entregou uma bala e um curativo para Pablo.
— Então, nós já nos conhecíamos há muito tempo. — Disse Letícia.
— Exatamente. — Confirmou Pablo com um leve aceno de cabeça. — Nós já nos conhecíamos. Só que eu não tive sorte. Apenas uma vez que perdi você, quase perdi para sempre.
— O que você quer dizer com isso? — Letícia perguntou, com lágrimas rolando pelo rosto sem parar. Ela achava que seu coração estava morto, mas, de repente, ele havia começado a bater novamente.
— Um dia eu te explico tudo com calma. Ei, por que você está chorando de novo? Não chore, porque, toda vez que você chora, minha ferida dói.
Pablo estendeu a mão para enxugar as lágrimas de Letícia.
Letícia afastou a mão dele com um tapa leve:
— Você está com a bomba de analgesia ligada, tá doendo o quê? Não me engana, Pablo.
— Tá doendo, sim. Meu coração dói.
— Ah, tá bom! Vai querer água?
— Quando você vai se casar comigo?
— Eu perguntei se você quer água!
— Quero. S