Ao encarar a imponente porta fechada, Amanda respirou fundo e girou a maçaneta.
Diante de seus olhos estava uma ampla e luxuosa mesa de trabalho. Atrás dela, um homem estava encostado na cadeira, apoiado na mesa.
- Sr. Theo! - Disse Amanda ao parar.
- Você chegou? - A voz de Theo era tranquila, sem revelar emoções.
Isso só deixou Amanda ainda mais nervosa.
- Não fique nervosa, por favor, sente-se! - Disse Theo, girando na cadeira. Seus traços distintos finalmente se voltaram para Amanda.
Especialmente aqueles olhos penetrantes, como se pudessem enxergar a alma das pessoas.
- Não, obrigada! - Amanda colocou diretamente o plano de negócios que tinha em mãos na mesa. - Este é o plano do Grupo Camargo, dê uma olhada.
- Não há pressa! - Theo nem sequer olhou para o documento, contornou a mesa e caminhou em direção a Amanda.
Ele era alto, emanando uma forte presença. Cada passo que dava representava uma grande ameaça para Amanda, que não pôde deixar de dar um passo para trás:
- Você parece que não dormiu bem na noite passada.
- Ah? - Amanda não sabia o que ele queria dizer com isso neste momento.
- Gustavo não tem sido bom com você, não é? - Disse ele.
- Sr. Theo, o que você quer dizer afinal? O tratamento que Gustavo me dá tem algo a ver com você? Tem algo a ver com o plano de hoje?
- É claro que tem a ver! - Inesperadamente, Theo disse com uma expressão impassível. - Se não fosse por você, o Grupo Camargo nem teria a oportunidade de apresentar o plano.
Ao final da frase, Amanda já estava encurralada junto à parede, sem mais espaço para recuar. Mais uma vez, foi pressionada contra a parede por um homem e o aroma feminino peculiar emanava entre eles.
Era esse cheiro que a deixava irresistível.
Percebendo claramente o desejo evidente do homem ao seu lado, Amanda rapidamente colocou a mão em seu peito:
- Sr. Theo, eu já disse ontem à noite, estamos quites. Se você me tocar novamente, não serei educada!
Ao ouvir isso, Theo soltou uma risada suave:
- Você tem medo de mim?
- Ninguém deixaria de temer uma pessoa com más intenções!
Ao ouvir isso, Theo a soltou.
Sentando novamente no sofá, ele olhou para a mulher diante dele:
- Você sabe, você ainda se atreve a vir aqui?
- Eu vim por causa do projeto! - Disse Amanda, pegando novamente o plano e o empurrando para a frente de Theo.
Theo ainda não havia olhado para o documento:
- Acaso não fui claro o suficiente? Este plano pode ser feito por qualquer outra empresa, com resultados melhores. Por que eu escolheria o Grupo Camargo? Me dê uma razão.
- Nós... - Amanda cerrou os dentes. - O que mais você precisa para olhar o plano?
- Seja minha mulher! - Disse Theo sem reservas.
- Isso é impossível! - Amanda se levantou de repente. - Eu já sou casada, sou a esposa do Gustavo.
- Oh! - Theo não demonstrou surpresa. - E daí? Você não veio até mim, de forma voluntária e no silêncio da noite? Somos todos adultos, buscando o que desejamos. Acredito que você entenda...
“Buscando o que desejamos?” pensou ela.
Amanda empalideceu:
- Como você ousa me tratar assim?
Theo arqueou a sobrancelha:
- Uma mulher casada que sai à noite em busca de um homem. Por que eu não teria coragem de agir assim com você?
- Você não tem vergonha! - Amanda ficou com as bochechas vermelhas de raiva. - Aquela noite foi apenas um acidente! Sr. Theo, se você não quer discutir o plano, então acredito que não temos mais nada a dizer um ao outro.
- Ok! - Theo cruzou as pernas e olhou preguiçosamente para a jovem irritada à sua frente. - Se você me rejeita hoje, seus dias na família Camargo não serão fáceis!
- Não da sua conta! - Com essas palavras, Amanda saiu apressadamente pela porta.