Helena é uma mulher caseira que dedica a maior parte de seu tempo ao trabalho, mas se vê em um grande impasse quando sua vida pacata se torna conturbada ao receber um convite inesperado para ser madrinha do casamento de sua prima de primeiro grau. Sabendo que não pode recusar o convite de sua quase irmã, é obrigada a aceitar por mais que seus pensamentos e coração grite para recusar. O grande problema é que Helena tem apenas três meses para arrumar um padrinho digno de ser apresentado a sua família como namorado, já que o último, além de aproveitar da fragilidade de seu coração pela morte do seu noivo, a traiu descaradamente. O que ela não esperava era conhecer um CEO mal-educado, arrogante e mesquinho que torna os dias de sua vida completamente conturbados e caóticos.
Ler maisA vida não é tão simples quanto parece.
As coisas não saem como planejamos e o desespero faz parte do seu dia te enlouquecendo a cada tic tac do relógio assim que você coloca os pés no chão para iniciar mais uma manhã.
Sim, para os que pensou que a vida adulta fosse fácil... Se enganou meu caro. Abra os olhos e aceite os fatos, pois quando você acha que está tudo bem é aí que você se engana.
Minha semana estava ótima e a vida parecia florir como nunca antes, já estava pronta para o trabalho e até mesmo organizei minha agenda para que nada desse errado no meio do caminho, mas de repente o universo resolve te pregar peças engraçadas.
Sim, quando a vida quer te sacanear meu querido, ela faz isso com honra.
Concluo meus pensamentos observando a linda caixa de madeira branca em minhas mãos com pequenos detalhes de pedrarias, enquanto analiso com cuidado o casal sentado no sofá de casa bem à minha frente.
-Isso é sério? -Pergunto com um grande sorriso no rosto, mas mentalmente estou me debulhando em lágrimas.
-Sim. -A empolgação na voz da minha prima só acrescenta mais uma grama de desespero em meu interior. -Você tem que ser minha madrinha Lena. -Seus lindos olhos caramelizados brilham em pura felicidade e empolgação.
Engulo meu orgulho e desespero sorrindo abertamente, mostrando a felicidade que realmente existia em mim por ter a honra de ser uma de suas madrinhas, entretanto o medo domina cada parte do meu corpo, por saber que não tinha alguém para me acompanhar.
-Eu nem tenho um namorado. -Dou uma risadinha constrangida. –Como serei sua madrinha sem um par?
-Faltam três meses você com certeza vai arrumar alguém até lá. -Ela ri confiante.
E aquela confiança só acrescenta uma pontada de vergonha e constrangimento em mim, pois não tinha tanta certa assim, afinal se não arrumei ninguém até hoje como arrumaria em três meses?
-Claro que irei. -Dou uma risadinha sem graça.
-Você precisa se desprende do passado Lena. –Diz meu apelido e faço uma careta com o rumo daquela conversa. -Não pode viver enclausurada nesta casa para o resto da sua vida, foi trágico o que aconteceu com o Rafael e com André, mas você precisa se libertar. –Katia apoia a mão sobre a minha enquanto Evandro seu futuro marido permanece calado ao seu lado concordando em alguns momentos.
Apesar de Evandro optar pelo silêncio sei que ele pensava a mesma coisa, afinal era amigo íntimo de Rafael e costumávamos sair todos os finais de semanas em encontros de casais, mas depois da sua morte as coisas já não eram mais as mesmas e os nossos grupos de amigos se desfez ou melhor dizendo os meus.
-É verdade. -Afirmo, pois sabia que ela tinha razão, mas não era tão simples quanto todos diziam se desprender do passado.
Até tentei com André, mas não consegui, sem contar que ele foi um verdadeiro canalha ao me trair e me culpar e outra, será que é tão errado assim optar por permanecer solteira? Eu acho que não.
Cada um tem uma escolha e a minha é não arrumar ninguém.
Talvez por medo do que aconteceu com Rafael, pode até ser, mas prefiro preservar os restinhos dos meus sentimentos, afinal ainda não encontrei ninguém que balance os muros construídos envolta do meu coração e quem sabe algum dia esse alguém chegue.
Não digo que nunca tentei outros relacionamentos depois da morte de Rafael, sim tentei e me decepcionei em todos eles.
As vezes estar sozinha é melhor do que mal acompanhada.
Já diziam os antigos e com toda razão do mundo, por isso sempre dei ouvidos aos meus pais e avôs, experiência é tudo e ouve quem tem juízo.
-Você vai ser minha madrinha né? -Pergunta com olhos suplicante.
-Sim. -Respondo automaticamente e sinto o lado esquerdo do meu rosto formigar devido o sorriso forçado.
-Vai dar tudo certo Helena, para de pensar tanto. Você vai arrumar um homem lindo. -Fala empolgada.
-É claro. -Acabo rindo, mais o meu interior era puro desespero.
Arrumar um homem em três meses será a coisa mais fácil, tento me convencer, mas para uma pessoa não sociável como eu seria o maior sacrilégio da história.
-Precisamos ir Lena, temos muitos convites para entregar. –Katia levanta empolgada.
-Claro, vocês precisam aproveitar os momentos de folga. -Sorrio a abraçando.
Os acompanho até o portão e para finalizar e explodir com meu completo desespero minha linda prima se vira e diz.
-Você também irá participar da dança dos noivos.... -Quase saltita com a empolgação
-Não, de maneira alguma, dançar não é para mim, sou péssima.
-Você precisa. -Ela insiste chorosa.
-Mais eu nem mesmo tenho tempo para ensaiar. -Sorrio com a minha tática perfeita.
-A é verdade. -Abaixa a cabeça entristecida.
Suspiro aliviada e sinto um peso sair dos meus ombros ao me livrar daquela carga explosiva.
-Mas não tem problema, vamos ensaiar aos domingos ou eu te envio os vídeos. Está decidido. -Me abraça apertado.
Antes que eu possa recusar -o que não adiantaria em nada- ela entra no carro que já estava a sua espera.
-Te vejo depois e trate de sair mais para arrumar um padrinho belíssimos e esfregar ele na cara do imbecil do André. -Acena em despedido.
-Pode deixar. -Balbucio sem um pingo de animação acenando de volta.
Fico minutos encarando a rua completamente estática e paralisada sem saber o que fazer.
Meu coração bombardeia meu peito e a insegurança predomina todos os poros do meu corpo.
Eu jamais vou conseguir um namorado em três meses.
Isso é impossível. Concluo em pensamento certa de que nada daquilo iria dar certo.
- Com certeza irei enlouquecer. -Falo comigo mesma lembrando que estou atrasada para audiência de divórcio do senhor Luan Ribeiros.
O toque suave da mão de Jonathan em minha coxa me faz voltar a atenção para ele, seu olhar preocupado pousa em mim e sorrio em conforto envolvendo meus dedos nos seus.— Te amo... — Sussurro e alivio atinge sua face, ele sentia minha inquietude e preocupação.— Vamos cortar o bolo. — Simone levanta juntando as mãos e surpresa atinge o rosto de John.— Não, vocês prometeram que não ia ter bolo. — Faz uma careta me fazendo rir.— Mas é claro que teria bolo, aniversario sem bolo, nem é aniversario. — Brenda comenta rindo e Kátia e Eric concorda.— Eric, você me paga. — Jonathan semicerra os olhos e o irmão gargalha levando todos a rir.— Pare de ser tímido filho. — Meu pai se aproximou de Jonathan puxando-o para um abraço e o rosto do homem que eu amo se ilumina.
Semanas depoisJonathanNunca imaginei que esse dia chegaria, não depois de toda a carga emocional dos últimos anos. Ver minha família reunida, sorrindo, brincando e com uma expressão de felicidade estampada no rosto é algo que não vejo há muito tempo, para ser mais exato, desde que meu pai faleceu.Não imaginei que chegaria o dia em que estaria preocupado em agradar o meu futuro sogro e sogra. Muito menos que tentaria impressioná-los em um jantar de família no dia do meu aniversário. No passado todo esse clima leve e feliz não pertencia ao meu mundo, mas agora, reunir as pessoas importantes para nós, passou a se tornar um habito. Era uma festa simples, para os mais próximos que costumavam estar ao nosso lado, mas para mim era muito especial.Confesso que às vezes me sinto ansioso, receoso e um pouco assu
-Porque ele foi até minha casa? Cadê a noiva dele?- Ele desistiu do casamento, disse não ao padre e saiu correndo para te encontrar. Nunca vi meu irmão tão mal como o vi nesses dois dias. Jonathan estava com medo de não cumprir a promessa que fez para o nosso pai, mas estava com mais medo de te perder. Ele estava desolado e completamente perdido Helena e só abriu os olhos depois que viu o cheque com o pequeno anel de papel. Eu coloquei o cheque no bolso do terno dele e disse que era os votos de matrimonio, quando ele finalmente pegou e viu o que era desistiu no mesmo instante. Vou enviar o vídeo no seu celular, as palavras dele para Thalissa me surpreenderam, você vai gostar de assistir.-Achei que tinha perdido ele para sempre, que a essa altura ele já era um homem casado. -Sinto meus olhos transbordar e enxugo as lágrimas com as costas das mãos, mas Eric me oferece um lenço e eu
Helena-É hoje Brenda. -Encho a última colherada de sorvete de chocolate enfiando na boca.- Você fez sua parte amiga entregou o cheque para Eric, se ele quisesse teria vindo. - Diz apoiando o rosto na mão chateada.-Eu ainda tinha esperanças. -Digo com a boca cheia e a vontade de chorar retorna.-Quer invadir aquela merda de igreja? Eu juro que vou com você e obrigo aquele careca de merda abrir a porcaria dos olhos.- Não, eu só quero mais sorvete e vinho. -Reclamo vendo a garrafa ao meu lado quase vazia.-Eu vou no mercado comprar mais. - Ela solta o ar com força.-Eu te amo. -Choramingo entre o choro limpando minha boca com as costas das mãos enquanto tento raspar o pote de sorvete até a última gota.-Vai furar o pote Helena. - Ela nega com a cabeça.- Estou chateada. -Digo por fim. -E a ansiedade não colab
JonathanObservo o homem refletido no espelho com desprezo. Me sinto um completo imbecil seguindo esse plano ridículo sendo que com algumas palavras poderia acabar com essa maluquice, mas do que adiantaria desistir agora? Helena não vai me perdoar e eu nem sei como implorar seu perdão.Solto o ar com força dando o nó na gravata e nem a maquiadora que Eric arrumou em cima da hora para arrumar minha cara estragada da ressaca e as olheiras profundas deu conta de cobrir todo o estrago que fiz comigo mesmo.Se me arrependo, muito pelo contrário, foi é difícil me convencer soltar a garrafa de Bourbon que tinha em mãos assim que consegui me levantar daquela maldita cama, mas obviamente Dona Simone tem um ótimo poder de persuasão.Passo a mão na cabeça e tento alinhar minha gravata com a camisa branca, mas logo vejo minha mãe se aproximar indo direta
Jontahan.Chego no meu apartamento jogando meu celular e as chaves do carro sobre o aparador ao lado da porta.Jogo o terno e a gravata em minhas mãos na poltrona e vejo eles caírem ao chão, sem animo para cata-los apenas deixo ali, a única coisa que quero é beber, então caminho até o bar deixando meus sapatos no meio do caminho.Pego a primeira garrafa que encontro na frente e viro a vodka no primeiro copo que encontro. Tomo puro, um bom gole para afogar minhas magoas enquanto me martirizo por ser o filha da puta que sou.A dor que sentir é tão sufocante que nem a bebeda alivia. Abro alguns botos da camisa e deixo a garrafa deVodkado lado para abraçar meuUísque.Não estou me importando com nada, nem com o fato de que em poucas horas Thalissa estaria desembarcando no Brasil é isso pouco me importa, nã
Último capítulo