CLAIRE
Fui trabalhar animada, mas bastou um e-mail do meu chefe para acabar com minha alegria. Chefe: "Traga os arquivos 124, 564 e 331 para meu escritório imediatamente." Eu marchei até o escritório dele com os arquivos. Ele estava curvado sobre sua papelada, sobrancelhas franzidas enquanto ele estudava alguns papéis. O barulho dos meus saltos o alertou e sua concentração voltou-se para mim. Com a garganta seca, entreguei-lhe os arquivos e ele os colocou ao seu lado. — Senta. Sua oferta, ou melhor, seu pedido, me pegou desprevenida. — O que o senhor disse? — perguntei em choque, pois não esperava que ele me oferecesse um assento ou melhor, me mandasse sentar em um. Uma carranca apareceu em seu rosto. — Eu acredito que você não tem nenhuma deficiência auditiva, ou tem? Reprimi um revirar de olhos e me sentei em frente a ele. Ele empurrou uma folha de papel em branco para mim. — Copie os endereços nos arquivos aqui. — Ele bateu os dedos no papel e olhou para mim. Copiei os endereços enquanto ele se ocupava com outra coisa. De vez em quando, eu parava o meu trabalho e lançava olhares rápidos para ele. Ele parecia estar perdido em pensamentos, eu podia ver isso pelas suas sobrancelhas franzidas. — Terminei com isso. — Empurrei o papel de volta para ele, que me olhou através de seus olhos azuis-marinhos. — Toda vez que você se dirigir a mim, me chame de Senhor, está claro? Olhei para ele com o cenho franzido. Nós nos encaramos até que minha raiva se acalmou. Desviei o olhar dele quando percebi que estava encarando demais. Ele mexeu os ombros e bagunçou o cabelo antes de guardar o papel em sua pasta. — Tenho uma reunião para comparecer em breve e você vem comigo. Eu assenti e olhei para meus dedos que estavam pousados no meu colo. Depois de alguns minutos se mexendo como uma criança, o Senhor Evan empurrou sua cadeira executiva para trás e pegou sua pasta, fazendo sinal para que eu o seguisse e eu o fiz. Ele liderou o caminho para seu outro carro, um Land Cruiser, abriu a porta e pulou no banco do motorista. Eu deslizei para o banco do passageiro ao lado dele. Então ele pode dirigir, hein? Me preparei para um acidente a qualquer momento enquanto ele saía do estacionamento em direção ao local da reunião. — Por que você está agindo como se tivesse sofrido um derrame? — Meu chefe questionou, me lançando um olhar estranho. Estou me preparando para um acidente, ele não está vendo isso? — Hum... desculpe. — Me ajeitei rapidamente no meu assento e ele franziu a testa para mim antes de se virar para olhar a estrada. Chegamos a um prédio enorme e ele estacionou o carro no local designado. O senhor Evan saiu do carro primeiro e eu o observei, seu terno perfeitamente cortado estava amassado em algumas áreas. Pulei do carro e bati a porta. Ele apertou o botão de trava da chave do carro e se virou para mim. — Você registrará todas as declarações feitas lá, não deixe de fora nenhum detalhe e não estrague as coisas para mim. — Ele instruiu com sua voz grossa. — Sim, senhor. Tenho dito essa frase tantas vezes. Me chefe empurrou seu portfólio em minhas mãos e seguiu em direção à entrada do prédio. O portfólio era bem pesado, mas eu o segui em silêncio. — Bom dia, senhor, o senhor Adam está esperando por você, os outros executivos também estão esperando — uma mulher da minha idade cumprimentou flertando. Suas roupas mal cobriam suas partes femininas e eram bem apertadas, eu duvidava que ela conseguisse respirar naquela prisão que ela chamava de roupas. — Esta é minha assistente pessoal, Claire Bennett, Claire, Marsha. Belo nome.