Capitulo 9

Chegamos em uma casa no fundo da fazenda, era como uma casinha pequena com quarto e cozinha americana. Apesar de já ter vindo na fazenda, nunca havia vindo aqui.

- Eu não conhecia essa casinha, é tão linda.

- Quase ninguém conhece, construí quando tinha 19 anos. Gostava de vir pra cá pensar. Depois me mudei pra Boston e não vim mais.

- Entendo, como foi a viagem? Você ainda vai voltar? – Aquela pergunta me causava certo medo, mesmo não querendo admitir para mim mesma, eu não queria de forma alguma que ele voltasse.

- Não volto mais, não por agora. Fiz tudo o mais rápido que o previsto para voltar logo. – Sebastian volta para perto de mim e nossos olhares se encontram, minha mão sobe para seu rosto, meu dedo indicador passa por todo seu rosto. Sebastian fecha os olhos aceitando o carinho.

- Você é bem bonito. – Me arrependo de dizer assim que as palavras saem da minha boca, eu as vezes penso alto e acabo falando sem querer. Seus olhos abrem risonhos e ele solta um sorrisinho de lado. E aquilo era extremamente sexy.

- Acredite, você é bem mais Selena. – Ele me puxa ainda mais para si e me encara durante alguns segundos antes de me beijar. Seu beijo é calmo, matando toda a saudade entre nós, minha mão sobe novamente para seu cabelo, descobri ser minha parte favorita nele. O beijo calmo começa a ganhar força e o ar começa a faltar entre nós.

Solto um gritinho quando Sebastian me pega no colo, mesmo com a quantidade de pano do vestido ele consegue. Me leva para o quarto que fica mais a fundo na casa. O quarto é quente e tem uma cama grande. São as únicas coisas que noto antes de seus lábios caírem sobre os meus novamente.

Sinto as mãos de Sebastian na parte de trás do meu vestido, e quando sinto o vestido ficar solto não consigo deixa-lo cair, seguro sua parte frontal e encaro os olhos escuros de desejo em minha frente. Sebastian era um homem lindo e meu corpo não tinha nada demais.

- O que foi?

- Sebastian... Eu não sei o que espera, mas... – Abaixo a cabeça sem conseguir encara-lo mais. – Selena, olhe para mim. – Diz erguendo meu queixo.

- Você é linda, de todas as formas possíveis. Não tenha vergonha, você não precisa, acredite em mim. Mas se quiser parar, não irei reclamar, seu corpo, suas regras. – Fico alguns segundos olhando em seus olhos, e antes mesmo de dizer algo deixo meu vestido cair.

Seus olhos descem sobre meu corpo, ele encara milímetro por milimetro. Quando seus olhos voltam para meu rosto, eu devo estar azul de vergonha. Mesmo o quarto estando a meia luz, é possível ver nossos rostos nitidamente.

- Eu falei que você não tinha do que se envergonhar. – Diz antes de me puxar para um beijo. Minhas mãos mesmo tremulas o ajudam a tirar sua blusa, elas criam vida própria e passeiam por suas costas. As suas me apertam a cintura. O ar começa a ficar mais quente que o normal, nossas línguas tem uma sincronia rápida e forte. Sebastian desce uma de suas mãos para minha perna, e tudo que ocorreu naquela tarde me volta a mente, tento esquecer e lembrar que estou com Sebastian. Mas o pânico me domina, achava que havia superado aquele dia, mas estava enganada. Ainda consigo sentir suas mãos em mim e sem conseguir me conter um soluço sai da minha boca. Sebastian me olha preocupado. – Ei, o que está acontecendo?

- Desculpa Sebastian, não consigo. – Meus soluços são fortes e ele me abraça, talvez entendendo o porquê da minha reação.

- Selena, olhe para mim. – Se afasta apenas o suficiente para me olhar. – Não tem porque pedir desculpas, não precisamos fazer isso agora. Se ficarmos aqui apenas abraçados tudo bem para você? – Apenas balanço minha cabeça sem conseguir falar com o nó gigantesco que se forma em minha garganta.

Nos deitamos com ele me abraçando forte, ergo minha cabeça para olha-lo e ele passa a mão pelo meu rosto. – Obrigada Sebastian, por isso e por ter me salvado aquele dia.

- Eu o mataria Selena, aquele dia e ainda mais nesse momento. Eu consigo sentir a dor através dos seus olhos e uma pessoa como você não merecia isso. Sinto tanto. – As lagrimas começam a descer sem permissão pelo meu rosto e ele me puxa de novo para seu peito. Eu choro baixinho enquanto suas mãos fazem carinho em minhas costas. Quando consigo controlar meu choro, talvez minutos ou horas depois eu olho pra Sebastian, e ele me olha atentamente, seus olhos me investigam. – Está se sentindo melhor?

-Sim, desculpe Sebastian. Eu só...Só não conseguia.

- Ei, não peça desculpas. Você não tem culpa Selena, e não se preocupe, chances não vão faltar. – Minha gargalhada é inevitável, sinto meu rosto ficar completamente vermelho e ele me puxa para cima de si, cheirando meu pescoço, me fazendo arrepiar, aproveito para enfiar as mãos em seus cabelos como tanto gosto. Ele me beija levemente os lábios, antes de nos afastarmos. – Se importa se dormirmos aqui hoje? Todos iram ficar lá na casa, amanhã cedo a gente vai para lá.

- Pode ser, gostei daqui.

- Que bom, pretendo traze-la aqui mais vezes do que imagina. – Não deveria, mas isso me causa um arrepio dos pés a cabeça, eu entendo as intenções de suas palavras e é inevitável não soltar um sorriso.

- Boa noite Sebastian.

- Boa noite Selena. – Responde me puxando ainda mais para perto de si. Pego no sono sentindo as mãos de Sebastian em minha cintura e isso de certa forma era bom. Me sentia protegida por ele.

Sebastian

Eu sabia que estava com saudade, mas quando a vi entrando no salão com seu vestido vermelho e toda tímida eu tive a certeza que estava apaixonado por Selena. Tentei de todas as formas e jeitos negar isso durante essas semanas que fiquei longe. Beija-la depois de tanto tempo era como me sentir inteiro novamente. Não tinha mas como negar, ela já estava dentro de mim. Selena não imagina o quanto é bonita e chama atenção, seu jeito tímido deixa a maioria dos homens curiosos e não gosto disso. Quando entra no salão sem me notar, eu percebo a quantidade de homens que a olham. Queria que apenas eu fosse capaz de ver sua beleza, sua timidez, que a torna ainda mais linda.

Quando Selena se mostrou machucada demais, eu me culpei por não ter chegado antes, a vontade de matar o canalha que fez isso com ela era enorme. Seus olhos mostravam a dor e o medo que sentia. Mas de certa forma eu ficava feliz por ela confiar em mim, aceitar ficar aqui mesmo com todo o medo que sentiu.

Ela ressona enquanto se mantem abraçada a mim, passo a mão pelo seu rosto tirando os cabelos que se espalharam. Ela se meche e se gruda mais a mim, aperto meus braços ao seu redor e continuo olhando seu rosto. Ela fez isso inúmeras vezes durante a noite, talvez por medo ou por gostar. Sem conseguir me conter passo meus dedos pelos traços do seu rosto, e ela começa a despertar. Primeiro meche a ponta do nariz, antes mesmo de abrir os olhos seus lábios se curvam em um sorriso tímido e eu nunca tinha visto nada igual. – Bom dia. – Me diz sorrindo quando abre os olhos.

- Bom dia. – A puxo para cima de mim, e beijo seus lábios. Ela não tenta negar, apenas se entrega como das outras vezes, não está nem aí por não termos escovado os dentes ou qualquer outra coisa. Apenas se entrega. – ótimo jeito de começar o dia. – Ela esconde o rosto na curva do meu pescoço sorrindo.

- Eu estou com fome Sebastian. – Solto uma gargalhada.

- Vamos nos trocar e voltar lá para cima.

Ela assente e se levanta, quando olho para seu corpo ela está só de lingerie, e quando segue meu olhar percebe isso, vejo seu rosto ficar totalmente vermelho e correr para o banheiro. Alguns minutos depois ela sai de roupão e eu entro. Quando termino o banho e saio do banheiro ela está sentada na cama.

- Que foi?

- O vestido não quer fechar o zíper. – diz fazendo bico.

- Coloca minha blusa, serve em você. Depois a gente manda consertar o zíper de vestido.

- Eu não vou chegar lá em cima com a sua blusa. E você podia colocar uma blusa ne? Isso aí faz a gente perder um pouco a concentração. – Diz apontando para meu abdômen. Sorrio e a puxa para mim a beijando.

- Coloca minha camisa, ainda é cedo. Todos vão estar dormindo. – Ela parece pensar por um momento e depois assente.

Minutos depois deixamos a casa de mãos dadas, quando chegamos no casarão, todos ainda dormem. Selena tenta soltar minha mão para subir as escadas, mas prendo nossas mãos ainda mais. Ela me olha com as sobrancelhas juntas sem entender. – Você vai subir assim?

- Porquê? Preciso colocar outra roupa?

- Não digo pela roupa. Não vai me dar nem um beijo? – Pergunto com a maior cara de pau, sei que não somos namorados, nem nada. Mas não sei quando nos vamos ficar a sós novamente. Ela sorri tímida e vem em minha direção. Encosta seus lábios nos meus e quando dá a intenção de se afastar, eu prendo meus braços em sua cintura, aprofundando o beijo.

- Sebastian, alguém pode ver. – Diz quando nos afastamos.

- Não teria problemas ver, agora você pode subir. – Ela me sorri e sobe as escadas somente com minha camisa, a deixava mais linda que o normal. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo para agir daquela forma. Mas uma coisa eu não podia negar, eu estava gostando de tudo isso.

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