Helena volta feliz para a fazenda, já tem a pessoa certa para ajudar o irmão teimoso, a moça vai começar amanhã, deixou tudo nas mãos de Penélope.
No posto de saúde, Penélope chega para trabalhar e vai até Naomi.
— Boa tarde, Naomi.
— Boa tarde.
— Tem um tempinho?
— Sim, claro, vamos até minha sala.
Entram na sala e ficam a vontade para conversarem.
— Você é ótima no que faz. E como temos outro fisioterapeuta, escolhi você para trabalhar com a família Silva.
— Não estou entendendo.
— Helena Silva precisa de uma fisioterapeuta para cuidar do irmão. Aquele que ficou de vir a noite fazer fisioterapia e você ficou esperando e ele não veio.
— Sim, sei. Será que ele é educado? Eu não vou aguentar ser maltratada. As meninas dizem que ele não aceita nada com relação à saúde.
— Deverá ter um pouco de paciência, uma hora ele vai confiar em você.
— Não sei.
Penélope estica as pernas, pois estão doloridas.
— Você vai gostar do serviço. Ele trabalha no escritório da casa o dia todo, então você terá bastante tempo livre e lá é lindíssimo. Rios, cachoeiras, poderá andar a cavalo... você faz seu horário.
— Parece tentador.
— Que ótimo. Porque, você começa amanhã.
— O quê?
— Vamos lá Naomi, vai ser muito bom para você.
— Hum... — Naomi fica pensativa.
— Diz que sim.
— Está bem. Como fica meu serviço aqui?
— Vou dar baixa na sua carteira, lá eles vão te registrar.
Hélio está no escritório, seu serviço está super chato hoje, vai deixar o pouco que tem para o dia seguinte.
Volta a varanda, esses dias levemente frios também incomoda seus ossos, ficam doloridos.
Se sua irmã estiver certa e a mão da fisioterapeuta for boa, mesmo nessas épocas o ajudará bastante com essas dores inconvenientes.
Ele vai até à rampa levemente inclinada e passa por ela, o caminho até o Trovão não é longe.
Chegando no estábulo entra e vai visitar seu companheiro Trovão, ao vê-lo o cavalo relincha.
— Também sinto sua falta bonitão.
O cavalo é grande e negro, seus pelos brilham como o petróleo, o cavalo relincha novamente.
— Um dia meu amigo, um dia... — Fica passando a mão no focinho do animal que está com a cabeça baixa para receber os carinhos.
No casarão...
Helena está na cozinha preparando o jantar, chega um homem jovem e a abraça por trás com carinho lhe depositando um beijo no topo da cabeça.
— Oi mana. — Fala Carlos Silva.
— Olá, como vai caçula? — Helena fica feliz por ver seu irmão mais novo.
— Estou bem.
— E a Ritinha?
— Foi viajar com o namorado. — Ele fala enquanto se senta.
— Humm, e você não tem ciúmes?
— E, porque eu deveria ter?
— Hora vamos, ela é sua paixonite desde a faculdade.
— RS, já superei isso faz muito tempo. Ainda na faculdade para ser mais exato.
— E suas namoradas não têm ciúmes dela? Ele se mexe inquieto na cadeira.
— Sim, claro, não sei porque Rita faz questão de deixar elas com dúvida se somos amigos ou amantes. Às vezes, tenho que chamar a atenção dela.
— E, porque ela faz isso?
— Diz que para me proteger das interesseiras. E o Hélio?
— Estava no escritório.
— Vou ver ele.
— Vai lá.
Carlos vai até o escritório e não tem ninguém.
— Não está.
— Deve ter saído.
— Como assim? Agora ele está saindo?
— Raramente, mais sai depois que o carro PCD dele chegou.
— Que carro é?
— Um Amarok marrom.
— Que bom, fico feliz por ele. Vou procurar ele lá fora, ficarei para o jantar.
— Claro, querido.
Carlos entra no lugar mais perto da casa que antes era muito usado pelo irmão, o estábulo.
— Oi irmão. — Carlos chega por trás o abraçando pelos ombros. — Senti sua falta.
O irmão segura seu braço.
— Eu também.
— Vem, está escurecendo. Vamos para casa. Te ajudo a trocar essa roupa molhada, sem dizer nada Hélio aceita ser conduzido.
Em sua casa alugada, Naomi faz suas malas, amanhã cedo vai entregar a chave da casa alugada e vai direto para a Fazenda Silva e Silva.
— Espero não me arrepender. Penélope disse que terei meu próprio quarto na fazenda, então terei uma certa liberdade e privacidade.
Os irmãos Silva, jantam juntos e Carlos pergunta da fisioterapeuta.
— E essa senhora que vem ajudar o Hélio?
— Você deduz ser senhora, mais sinceramente nem eu sei. — Fala Helena.
— Se for senhora será melhor. — Comenta Hélio.
— Porquê? — Carlos pergunta estranhando.
— Mais experiente, claro. — Hélio disfarça com o comentário.
— Eu não sei, só sei que foi muitíssimo bem recomendada e é japonesa. Não sei de mais nada. — Fala Helena.
— Japonesa? — Pergunta Hélio.
— Sim, porquê?
— Ela deve ser boa mesmo. — Comenta Hélio.
— RS, tá gostando da ideia né danadinho? kkkkk... — Fala Carlos, se divertindo.
— Não seja inconveniente. — Hélio reclama.
— Fala sério, RS.
— Deixa de besteira.
Terminando de comer Carlos pergunta:
— E onde ela vai ficar?
— Como onde? Aqui no casarão conosco, na suíte ao lado do Hélio.
— Tá de brincadeira que ela vai ficar tão perto assim! Coloca ela no andar de cima. — Reclama Hélio.
— Não, ela vai ficar perto de você, caso tenha alguma crise a noite.
Hélio abaixa a cabeça.
— Raramente tenho crise.
— Eu sei amor, mais se ela estiver, por perto poderá ajudar.
— Já estou me irritando de novo com esse negócio de fisioterapeuta.
Carlos dá um sorrisinho e diz:
— Ah, fala vai... tá com medo da mulher te dar um trato? Bem que você está precisando.
Hélio fica calado, pois, o irmão não sabe que ele não pode mais.
— Bom, o papo está ótimo. Mais vou indo para casa, amanhã trabalho muito cedo e tenho um encontro agora a noite com uma modelo maravilhosa.
Carlos se despede dos irmãos e vai embora.