Miguel
Estou me perguntando incessantemente o porquê de estar parado na porta de seu camarim. Seu nome estava estampado na porta. Angel. Pelo o menos era esse o nome que estava na porta. Um rapaz me trouxe até aqui e avisou a ela que estou aqui. Ela me mandou esperar e cá estou.
O que estou preste a pedir vai parecer loucura para ela. Porém eu tive certeza quando nossos olhares se cruzaram e ela dançou para mim. Sim para mim. Sei que no começo ela não vai querer aceitar mais sou um homem paciente e sei como fazer o que eu quero vim para mim do jeito certo, eu só preciso ser cauteloso e eu sei que ela vai aceitar.
Quando ela abriu a porta nossos olhares se prenderam um no outro como se estivéssemos conectados. Ela tem que aceitar. Dizia para mim mesmo.
- Entre. Ela falou com uma voz sensual, eu entrei. - Você queria falar comigo ? Sente-se ! Disse apontando para um pequeno sofá de couro onde eu me sentei depois de observar o seu pequeno porém arrumado espaço.
- Então ? Ela perguntou.
- O meu nome e Miguel Evans imagino que Angel não seja o seu nome verdadeiro.
- Meu nome verdadeiro tem importância ?
- Sim, quando se trata de negócios tem sim.
- Negócios ? Perguntou intrigada.
- Vi você dançando e te achei muito sensual e precisa nos seus movimentos, você é muito boa no que faz.
- Obrigada mais ainda não entendi aonde você quer chegar.
- Quero dance para mim. Só para mim.
- Nos temos danças reservadas é só reservar.
- Não você não entendeu. Quero que dance exclusivamente para mim em alguns dias da semana ou nos finais de semana. O local ficaremos a combinar.
- Entendi você quer uma reserva é só...
- Não você não entendeu. A interrompi.
- Vai ser como uma espécie de posse. Não precisamos ter nenhuma relação sexual se você não quiser. Mais irá dançar para mim quando e onde eu quiser.
- Posse ? Eu não sou uma aquisição.
- Eu não disse que era. Me dê o seu preço assinaremos um contrato e você será minha exclusiva.
- Está tentando me humilhar ou está de brincadeira ?
- Apenas estou querendo desfrutar do seu talento da forma mais confortável para nós dois. Eu não gosto de frequentar clubes hoje foi uma rara exceção.
- Eu não vou dizer o que fazer com essa sua proposta porque...
- Apenas pense ! A interrompi novamente.
- Aqui está o meu cartão.
- Espere sentado.
- Você vai aceitar. Saí de lá feliz pois tenho certeza que ela não ía conseguir me tirar da cabeça.
Angélica
Imbecil ! Arrogante ! Não acredito que eu me senti atraída por esse filho da puta. O que ele está pensando que eu sou ? Uma puta ? Assim que ele saiu do camarim Max entrou com um olhar de curiosidade.
- O que ele queria ? Perguntou quase me cegando com o brilho dos seus cílios postiços.
- Me humilhar. Vi uma expressão de desânimo em seu rosto.
- O que ele fez ?
- Queria que eu fosse exclusiva dele e dançasse só para ele. Animação dele voltou.
- Ele pediu sexo ?
- Disse que não precisava se eu não me sentisse a vontade.
- Ele não pediu nada de mais docinho, além do mais.
- Além do mais o quê ?
- Estou precisando de uma ajuda financeira, apesar do clube ser famoso e todas as noites ter clientes ele está bem caidinho. Se você cobrasse cinco mil por dança e dividisse o lucro comigo eu poderia liquidar as dividas.
- Não me diga que você gastou todo o seu dinheiro com besteira ? Ou o Paul aprontou de novo e você deu suas economias ?
- Eu não dei nada Angel. Ele me roubou.
- O quê ? Paul era o amante de Max estava sempre metido em confusões e vivia as custas do Max, agora tinha roubado ele. Miserável.
- Você já deu queixa na polícia ?
- Já mais não vai adiantar. Ele sumiu e o dinheiro não foi depositado em nenhuma conta. E o advogado disse que ele pode jogar contra mim a autorização que eu dei a ele para transferir altas quantias.
- Porquê fez isso Max ? Porquê não falou comigo antes ?
- Eu tenho experiência em muitas coisas, mais eu estava apaixonado e achava que amar era doar- se. Ele abriu a porta para ir embora mais antes olhou para mim e disse.
- Não precisa fazer isso Angel. É demais para você. Esqueça que eu pedi isso. Um beijo mon amour, me ligue quando chegar em casa.
Em casa não acreditei no que estava fazendo quando disquei o número dele e esperei chamar eu nem sabia se ele estaria acordado a essa hora. Mais Max precisava de mim, eu tinha que fazer isso por ele, ele foi o único que me ajudou quando eu precisei, agora era a minha vez de ajudar.
- Alô ? Quem está falando ?
- Aqui é Angélica Carpelle onde assino o seu contrato ?
- Sabia que você ligaria.
Filho da puta !