Capítulo 10 - Parte 2Ananda se vestiu super irritada, não falou mais nada. Foram embora. Quando chegou em casa, ele não desceu da moto, não tirou o capacete para falar com ela, nem para dar um beijo. Ele falou "tchau" e foi embora. Ele era meio do avesso, mas Ananda, de alguma forma, o curtia. Nem tudo era defeito, e ele era muito bonito. Conversaram pelo celular nos dias seguintes, no começo pouco, ambos de "rabo virado", mas logo tudo ficou normal e se viram no meio da semana. Ficaram só de beijo em uma pracinha perto de casa. Ele estava de ótimo humor, e marcaram de ir no motel no fim de semana. Ele ficou todo animado.Em casa, o clima estava péssimo. A geladeira tinha estragado, e a mãe de Ananda queria tirar outra no nome dela, mas Ananda sabia que ela não pagaria nada. Ela disse que não podia, que estava pagando o celular novo (mentira). A mãe brigou muito com ela, querendo até quebrar o celular. Por isso também Ananda aceitou ver João, para sair de casa e se distrair.Na quint

Capítulo 12 - Parte 2Quando Ananda o viu chegando com a irmã, o cunhado e a acompanhante de Benjamim, ela tentou se esconder, virar de costas, para não ficar muito visível. Sentia vergonha deles. Chamou João para ir embora, mas ele não quis. João estava super carinhoso; quanto mais bebia, mais atencioso ficava.Foram juntos ao balcão pegar uma bebida. Havia uma fila enorme. Ananda estava na frente de João, que a abraçava por trás. Quando chegou a vez deles, pegaram as bebidas e, na volta, Ananda viu Benjamim. Ele estava de mãos dadas com a garota, andando em direção oposta, mas trocou de mão, continuando de mãos dadas, só para lhe falar oi. Ele se aproximou e disse:— Oi, tudo bom??Ananda, retraída, apenas deu um "oi" para ele e para a moça, sem beijos ou cumprimentos prolongados. Não pararam para conversar. João deu um aceno com a cabeça e eles seguiram. Ananda respirou fundo, pensando estar aliviada. Mas, assim que passaram por eles, sentiu algo gelado caindo sobre si. Virou-se as

Capítulo 14 - Parte 2Ananda e Benjamim foram para a casa dele. Ananda achou a atitude ousada, mas não quis discordar. Entraram na ponta dos pés, Benjamim na frente, indo direto para o quarto. Ananda fechou a porta e a trancou. Ele sentou na cama, ligou a televisão, tirou os tênis e deitou. Ananda deu uma olhada no quarto, reparando na cômoda, onde viu objetos femininos e pensou: "O que eu estou fazendo aqui?". Ele permaneceu quieto, olhando para ela, como quem queria dizer algo. Ananda tirou a sandália, deitou na cama perto dele, pegando em sua mão e no rosto machucados.— Você não devia ter feito aquilo, olha como você está. Ele não vale a pena! — disse ela.Ele respondeu, fazendo carinho nela:— Agora já foi, deixa para lá. Ele te falou alguma coisa?Ananda contou que haviam ligado da casa de João e que ela ameaçara denunciá-lo. Benjamim a abraçou, colocando o braço por baixo da cabeça dela. Ficaram assistindo televisão por uns 15 minutos.— Você está namorando? — Ananda perguntou,

Capítulo 16 - Parte 2Ananda e Renato conversaram mais um pouco, mas sem se aprofundar. Logo ele foi embora, levando junto uma parte da confusão que deixara nela.No dia seguinte, Ananda comprou um teste de gravidez. Ficou um bom tempo encarando a caixinha, girando-a nas mãos, lendo as instruções pela terceira vez. Os sintomas ainda estavam ali, insistentes, cutucando sua mente. Mesmo assim, acabou saindo com a mãe e deixou o teste guardado, como se adiar a resposta fosse adiar também qualquer verdade que viesse com ela.Por coincidência, aquele dia era de curso — e justamente naquele dia, Ananda não iria. No final da tarde, quase na hora em que o pessoal costumava sair para o curso, o celular tocou: era Benjamim. Depois de dias sumido, resolveu aparecer.Ela atendeu, certa de que Renato já tinha feito alguma fofoca.— Alô.— Oi, Nanda… tem como a gente se ver hoje? Falta do curso pra gente se encontrar — ele disse.— Não dá. Não posso faltar mais. Fala pelo telefone mesmo. O que você

Capítulo 18 - Parte 2Foi uma péssima noite para Ananda. Mal pregou os olhos. Quando o despertador tocou, ela se sentia destruída por dentro e por fora. Foi trabalhar no dia seguinte se arrastando, indo na força do ódio, sem conseguir pensar direito.Chamou a amiga para sair à noite, precisava desabafar. Sentaram para conversar, e a amiga, sem rodeios, disparou:— É, Nanda, eu te avisei. Esse cara é problema. Os dois são. Eles não servem pra você, amiga. Você merece coisa melhor. Se valoriza, olha o quanto ele não liga pra você!As palavras doeram, mas também trouxeram certo alívio. Ainda assim, por dentro, Ananda continuava se sentindo um lixo, como se o problema fosse sempre ela. Estava decepcionada consigo mesma.João, dia sim, dia não, continuava correndo atrás dela. Mandou flores no trabalho — um buquê enorme de rosas vermelhas. Pedia para ir à casa dela, implorava atenção, mas tudo sem sucesso. Ananda não tinha ânimo para nada que não fosse obrigação. Era trabalho–casa, casa–tra