POV de FredricJá se passaram quatro horas desde a evacuação, e ainda não encontrei nada que realmente me leve a uma resposta sobre a morte de Mathilda.Quer dizer… eles nem sequer encontraram o corpo dela.Perdi a conta de quantas vezes minha avó ligou desde então.Depois de levá-la de volta ao hospital e vê-la desmaiar de repente, pedi às enfermeiras e assistentes que não a deixassem sozinha.Se não fizesse isso, ela certamente insistiria em vir até aqui.Os oficiais continuam vasculhando o local, recolhendo destroços do acidente.O último relatório que recebi dizia que o carro seria removido ainda esta tarde.—Senhor Fredric, encontramos isto. —disse um dos policiais, aproximando-se.Nas mãos dele, havia algo queimado quase até a completa destruição.Um celular.Carbonizado, irreconhecível… exceto pelo pequeno pingente de girassol pendurado num canto.Meu coração parou.—É… é dela. —murmurei, com a voz embargada.Era o celular de Mathilda.—Não encontraram mais nada? —perguntei, co

POV de FredricMeus olhos se fixaram na manchete que piscava na tela da televisão.“Um acidente em Silent Drop tirou a vida da esposa do renomado CEO, Fredric Liam Smith — herdeiro da família Jones — Mathilda Eveline Brown. Suspeita-se que o acidente tenha sido um suicídio, com base na descoberta de produtos químicos do tipo termita no local. Além de Mathilda, a outra vítima foi um homem cuja identidade ainda é desconhecida. O motivo do suicídio continua sob investigação, mas há fortes suspeitas de que esteja relacionado a um caso de infidelidade entre Mathilda e—”“Droga!”Desliguei a televisão imediatamente. Minha respiração acelerou, o sangue fervia. Como a mídia podia se atrever a divulgar uma acusação tão absurda que nem sequer podia ser comprovada?Eu estava prestes a me virar para procurar minha avó, mas quando me virei, ela já estava de pé atrás de mim.“O que houve, Fredric?”, perguntou com uma voz plana, porém afiada. “Por que você parece irritado e abalado ao ouvir a notíci

POV de FredricPassaram-se quatro dias sem Mathilda.Após o enterro, ontem, do caixão que continha as roupas e as cinzas do corpo de Mathilda, só consegui permanecer em silêncio no meu quarto, esperando outro capítulo da minha vida.Só agora percebo o impacto devastador que a morte de Mathilda teve em mim — não pelas acusações lançadas por minha avó, mas porque meu coração parece se despedaçar cada vez mais.Todas as noites desde o acidente eu sonho com Mathilda. Às vezes até sinto que ela está ao meu lado; meu peito se aquece entre saudade e inquietação.Por que fui tão cruel com ela naquele dia? Por que não confessei logo este amor?—Fredric.A voz da minha avó interrompeu meus pensamentos. Levantei-me da cama na mesma hora; certamente a polícia viria interrogar-me.Parei por um instante diante do espelho, observando meu próprio rosto — as olheiras cada vez mais fundas, fruto das noites sem dormir.Fechar os olhos, sequer por um segundo, já traz a imagem de Mathilda de volta. Nada m

POV de FredricTaça após taça, bebi tentando acalmar minha mente confusa. Duas horas haviam passado desde que saí de casa e meu coração estava em frangalhos.Embora eu ainda pudesse falar com minha avó, não era mais a mesma coisa. De fato, eu tinha sido expulso — e ela estava decepcionada comigo.Essa sempre foi a pior das minhas pesadillas.As ligações da minha avó eu ignorei por meia hora; ela queria me convidar para jantar.Não respondi porque… onde eu enfiaria minha cara? Meus primos com certeza me olhariam como se eu fosse lixo.—Desculpa a demora.Aquele aroma corporal inconfundível e aquela voz rouca tão particular chegaram.Paula sorriu amplamente enquanto dava um tapa no meu ombro.—Um, dois… sete copos! —Paula parecia contar os copos diante de mim.— Achei que já teria passado dos vinte e estaria jogado no chão.—Não fala tanto. Só me diz qual é o seu objetivo real!Empurrei novamente o copo para o bartender, mas Paula fez um gesto para que ele parasse.—Eu ia…Sua frase foi

POV de FredricEntre minha avó e Paula, havia apenas olhares frios e cheios de desprezo. Não queria dar mais nenhum passo nem provocar algo pior, então segurei a mão de Paula.—Chega, vamos embora —disse.—Por que deveríamos ir embora? Você é surdo? Sua avó acabou de fazer algo que te prejudica, Fredric! Vai mesmo permitir que todos os seus carros —os que você comprou com o dinheiro que ganhou dirigindo a empresa da família— desapareçam assim tão fácil?! —gritou Paula.Olhei para minha avó, que cruzou os braços e ergueu o queixo com um sorriso sarcástico.—O que minha avó fez foi escolha dela, e eu respeito. Eu te peço que—Minha frase foi interrompida quando Paula puxou meu braço e apontou uma pistola para a minha cabeça.O rosto da minha avó mudou; por um instante, vi preocupação em seus olhos. Dois seguranças correram em nossa direção, apontando suas armas para Paula.Droga. Naquele momento, desejei que Paula apertasse o gatilho e acabasse com tudo. Pelo menos assim esse inferno te