Bernardo também sabia que, se Julietta tivesse aparecido na porta do salão naquela noite sem dizer uma palavra, Heitor teria permitido sua entrada. O vínculo entre eles era inegável.Enquanto todos os outros ofereciam a Heitor suporte prático, Julietta lhe oferecia algo mais raro: paz.Ela se preocupava não apenas com sua imagem ou negócios, mas com o homem por trás de tudo aquilo — o menino ferido que ninguém mais via.Foram gestos simples — o retrato da mãe, o vídeo dos pais —, mas carregados de um poder que ninguém antes ousara tocar: o de curar.E Bernardo, que vira muitos protegerem Heitor por interesse, sabia reconhecer quando alguém o fazia por amor.

Já era quase meio-dia quando Bernardo ligou para Ribeiro.— Ele ainda não saiu da sala. Será que chamamos o João?— Eu estava pensando o mesmo — respondeu o senhor Ribeiro, preocupado. — Não podemos deixar assim. Vou ligar pra ele agora.Uma hora depois, João chegou à sede da Vértice Global. Bateu na porta do escritório. Nenhuma resposta.— Heitor, sou eu. Abre a porta.O som do trinco ecoou, e João entrou.Bernardo respirou aliviado ao ver que Heitor estava fisicamente bem — mas seu rosto denunciava exaustão.— Cara,

De volta ao hotel, Julietta entrou no site de imóveis e marcou visitas com alguns corretores para o dia seguinte, após o expediente.Na manhã seguinte, levantou-se cedo, vestiu-se com elegância simples e chegou ao escritório quinze minutos antes do horário.Viu Norah na recepção e se aproximou:— Senhora Holmes, o que o senhor Ross costuma tomar no café da manhã?— Ah, fácil. Uma boa xícara de café doce e aromático. E se quiser ver um milagre, leve também biscoitos com gotas de chocolate. Isso o transforma em um ser humano mais agradável. — sorriu.Julietta riu e anotou a dica. Comprou um sandu&iacu