João entrou sem bater, ainda com a tensão do dia em que quase foi expulso da casa de Heitor por Julietta.— E aí, como você tá? A sua guarda-costas assassina ainda tá por aqui? — Ele olhou ao redor, meio desconfiado.Heitor nem respondeu. Estava hipnotizado pela tela, os olhos fixos em uma transmissão ao vivo.— Que programa é esse? E por que esse lugar me parece tão… familiar?— É o resort na floresta. O campo onde vai rolar o treinamento da equipe.— Ah, o campo de tortura militar que seu avô criou pra acabar com a sanidade de todo mundo?Heitor soltou uma risada curta

Menos de dez minutos depois, já estavam na floresta, seguindo a localização enviada por Lee. Encontraram a equipe de busca, mas nada de Julietta.Heitor parou, imóvel por um instante. O rosto inexpressivo escondia um turbilhão: medo, raiva, desespero.— Usem drones. Varram o vale inteiro. — sua voz soou como uma ordem militar. — Ela pode ter desmaiado… caído em algum lugar… ainda está viva. Ela **tem** que estar viva.Determinados, todos começaram a varrer a área. Heitor, incapaz de esperar, mergulhou na mata ele mesmo, gritando o nome dela, vasculhando cada centímetro.— Preparem um veículo de primeiros socorros de prontidão! — ordenou a Bernar

A graça, a dignidade com que se portava... era isso que a tornava única. Diferente de todas as outras. Julietta podia ter suas próprias inseguranças, podia esconder seus sentimentos atrás da desculpa de um "simples crush". Mas ele já havia decidido: iria convencê-la de que aquilo era muito mais.O momento parecia perfeito. O som da chuva batendo no vidro, o aconchego do quarto, o calor do corpo dela em seus braços... Heitor quase acreditou que o mundo tivesse parado só para eles.Julietta abriu os olhos devagar, confusa. Olhou ao redor, sem reconhecer o lugar. Ao perceber que estava deitada sobre o peito dele, inalou o perfume amadeirado que parecia impregnar cada fibra do ar. Aspirou várias vezes, como se quisesse confirmar que aquilo era real.Ai