PONTO DE VISTA DA ROSEO sapato estava na mesa do Detetive Ramirez entre nós. Um sapato feminino número trinta e sete, antes preto, agora cinza-esverdeado de três meses debaixo d'água. O salto havia quebrado, mas a sola vermelha da grife permanecia visível. Louboutin. Inconfundivelmente de Camille.— Este é o sapato da sua irmã, Srta. Lewis? — Detetive Ramirez perguntou, seus olhos cansados observando minha reação cuidadosamente.Estendi a mão para ele com dedos trêmulos, um tremor calculado que havia praticado naquela manhã.— Sim. — Sussurrei, voz quebrando na deixa. — Ela usava estes na última vez que a vi. Um presente dos nossos pais pelo aniversário dela.A mentira saiu suavemente. Na verdade, eu havia dado aqueles sapatos a Camille quando ela conseguiu seu primeiro emprego, fazendo o papel da irmã mais velha generosa enquanto privadamente zombava da excitação patética dela com minhas sobras.— Ver este item pessoal traz algum pensamento novo sobre o estado mental da sua irm

PONTO DE VISTA DE ROSEO escritório de advocacia Berkman, Wade e Associados cheirava a couro, dinheiro e superioridade. Ajustei meu vestido preto e estudei as outras pessoas na sala de conferências. Mamãe enxugava os olhos com um lenço bordado. Papai encarava a mesa polida sem expressão. Stefan sentou separado de nós, o rosto pálido e abatido.Todos nós representando nossos papéis designados. A família enlutada. O ex-marido de coração partido. Um quadro perfeito de perda.E por que não estaríamos? Camille estava morta. Eu sabia disso com certeza. Os homens que contratei não apenas a assustaram como originalmente planejado — foram além, forçando o carro dela para fora da ponte, observando afundar na água escura. Me ligaram depois, pânico nas vozes. Paguei extra pelo silêncio deles, depois cortei todo contato.Martin Greene entrou, carregando uma pasta de couro. O advogado antigo do papai parecia apropriadamente solene ao se sentar.— Obrigado a todos por virem. — Disse. — Com o tri

PONTO DE VISTA DE STEFANO bourbon queimou descendo pela minha garganta, um fogo bem-vindo contra o vazio frio se espalhando pelo meu peito. Sinalizei para o bartender por outro. Meu quarto? Quinto? Havia perdido a conta horas atrás.— Tem certeza disso, cara? — Perguntou, olhando os copos vazios.— Só sirva a maldita bebida. — Rosnej.O álcool não conseguia afogar as palavras que me assombraram o dia todo: Martin Greene lendo o testamento de Camille, sua mensagem final me cortando como uma lâmina."Para meu ex-marido, Stefan Rodriguez, devolvo o anel de noivado que pertenceu à sua avó, com a esperança de que da próxima vez que ele o dê, seja com honestidade e verdadeira devoção."O anel pesava no meu bolso, recuperado do cofre esta manhã. O anel da vovó Rosa. Três gerações de mulheres Rodriguez o haviam usado antes de eu colocá-lo no dedo de Camille, prometendo para sempre com palavras que se transformaram em cinzas na minha boca.Trinta milhões de dólares e a propriedade Cedar

PONTO DE VISTA DE ROSE— Você anda distante ultimamente. — Disse, mexendo meu café com precisão ensaiada. Três voltas no sentido horário, não mais, não menos. A luz solar matinal entrava pelas janelas da cobertura de Stefan, nossa cobertura agora, embora eu mantivesse meu próprio apartamento para manter as aparências.Oito meses desde a "morte" de Camille. Oito meses nutrindo Stefan através da dor, fornecendo apenas conforto suficiente para mantê-lo dependente sem permitir que se curasse completamente. Um equilíbrio delicado, mas que dominei através de anos de manipulação sutil.Stefan olhou para cima do jornal, olheiras sob os olhos traindo mais uma noite insone. — Tenho estado? Desculpe. O trabalho tem sido exigente.Uma mentira. A empresa da família praticamente se administrava sozinha, gerações de riqueza garantindo que ele precisasse fazer pouco mais que aparecer para reuniões do conselho e assinar papéis ocasionais. Não, o que o mantinha acordado não era trabalho, mas culpa.

PONTO DE VISTA DE CAMILLE— Cinco minutos até sua entrada, Srta. Kane.Acenei para James, chefe de segurança de Victoria que agora me seguia em todos os eventos públicos. Meu batimento cardíaco acelerou, mas meu rosto não revelou nada. Um ano de treinamento havia aperfeiçoado minha máscara — a expressão serena e confiante de uma mulher nascida para riqueza e poder, ao invés de empurrada para isso por circunstância e vingança.Da minha posição na antecâmara privada acima do grande salão de baile, podia observar sem ser vista. O Baile de Caridade Anual da Kane Industries se estendia abaixo de mim num panorama cintilante de riqueza, influência e conexões sociais cuidadosamente cultivadas. Trezentos da elite de Nova York em roupas formais de grife, diamantes captando luz de lustres de cristal, champanhe fluindo tão livremente quanto as fofocas.Todos esperando por seu primeiro vislumbre real da misteriosa filha adotiva de Victoria Kane. A mulher que havia aparecido aparentemente do nad