Capítulo 102 — Lá fora, tudo é um caos...Narrador:O riso de Cleo foi abafado contra o pescoço de Nero, um som breve que se perdeu entre os batimentos acelerados dos dois. Ele a segurou por mais um instante no ar antes de deixá-la suavemente no chão, sem soltá-la.—Vamos entrar —murmurou ele, apertando sua cintura com uma mão possessiva.Cleo assentiu e eles caminharam juntos em direção à casa, como se os passos não fossem deles, mas de uma única sombra. Ela o olhou com uma mistura de cansaço e alívio.—Foi um dia longo.—Conte-me —Nerón não perguntou: ordenou, com aquela voz que exigia a verdade sem rodeios. Cleo contou-lhe sobre Luciana, os nervos, os tropeços, o momento em que a convenceu a sustentar a mentira.Ele a ouviu em silêncio, os olhos fixos nela, com uma tensão que oscilava entre orgulho e desejo. —Você se saiu muito bem —disse ele no final—. Eu sabia que você conseguiria.Ela baixou o olhar por um segundo, respirando fundo, e se aproximou dele novamente, como se o dia a

Capítulo 104 —Frentes abertas suficientesNarrador:Cleo entrou no escritório e o reitor fechou a porta atrás dela. O homem contornou a mesa e sentou-se com uma expressão séria, arrumando alguns papéis antes de levantar os olhos.—Sente-se, senhorita Morel.Cleo obedeceu, embora o tremor em suas mãos revelasse a inquietação que ela tentava esconder.—Há algum problema com meu exame? —perguntou ela, direta, porque o silêncio começava a sufocá-la.O reitor entrelaçou os dedos sobre a mesa e suspirou.—Não, não se trata do seu exame.O motivo é outro. Recebemos uma comunicação de um dos nossos benfeitores mais importantes.O estômago de Cleo contraiu-se.—E o que isso tem a ver comigo?—Este benfeitor em particular... —ele hesitou, como se medisse cada palavra —solicitou explicitamente que você não continuasse estudando nesta universidade.O mundo pareceu balançar sob seus pés.—Como assim? —sua voz saiu mais alta do que ela pretendia.—Sei que parece estranho, mas ele pediu com insistênc

Capítulo 106 — Isso seria minha ruínaNarrador:Nerão a olhava como se quisesse gravar cada detalhe em sua memória. Seus lábios se ergueram levemente, roçando os de Cleo em um beijo lento e profundo, que não foi um impulso, mas uma declaração silenciosa. Ele a beijou como se tivesse esperado por ela a vida inteira, como se naquele instante estivesse apostando tudo. Ela respondeu com a mesma fome, afundando os dedos em seus cabelos e deixando escapar um gemido abafado que ele bebeu como se fosse ar. Quando se separaram por apenas um suspiro, Cleo não resistiu mais: ela se jogou contra ele, enterrando a cabeça em seu pescoço, aspirando seu cheiro como se fosse oxigênio puro. Ela fechou os olhos e o abraçou com desespero, como se quisesse se fundir com sua pele. Nero esfregou suas costas com uma ternura que contrastava com suas mãos grandes e firmes. Suas carícias subiam e desciam lentamente, num vaivém que a acalmava pouco a pouco, embora a tensão continuasse lá, batendo em seu peito.—C

Capítulo 108 — Posse e proteçãoNarrador:Quando Nero voltou para a cobertura, Cleo estava na sala, com um livro aberto, casualmente um livro de direito escrito por ele. Ela estava com as pernas dobradas no sofá e os olhos perdidos na página, mas assim que o viu entrar, deixou o livro sobre a mesa e se levantou de repente, com aquela mistura de ansiedade e alívio que ele já reconhecia em seu olhar. Ele não disse nada imediatamente. Caminhou lentamente até ela, segurou seu queixo com firmeza e a beijou com uma calma enganosa, aquela calma que precedia suas ordens mais perturbadoras. Ao se separar, seus lábios roçaram os dela e ele murmurou, grave, baixo, como se não houvesse ar suficiente para dizer em voz alta.—Quero que você se masturbe para mim.Cleo arregalou os olhos, incrédula, com o pulso acelerado.—O quê, agora? —sussurrou ela, com a voz trêmula.—Sim, agora mesmo —confirmou ele, sem desviar o olhar, com aquela seriedade carregada de desejo que a fazia sentir nua, mesmo vestid

Capítulo 110 — Esta mesma noite?Narrador:Depois do banho, Cleo decidiu preparar o jantar. Não era nada elaborado, apenas algo rápido, mas suficiente para compartilharem juntos. Nero, ainda com o cabelo molhado e a camisa aberta no peito, sentou-se à mesa observando-a com aquela mistura de ternura e desejo que só ele sabia projetar. Enquanto comiam, entre silêncios confortáveis e olhares que diziam mais do que qualquer palavra, Nero deixou o garfo sobre o prato e inclinou-se para ela.— Preciso que você me consiga todos os seus documentos.Cleo olhou para ele confusa.—Documentos? Do que você está falando?—De tudo, Cleo. —Sua voz era firme, mas calorosa. —O que você tem do seu pai, o pouco da herança que você recebeu dele, certificados, papéis, contas. Absolutamente tudo.Ela franziu a testa, tentando adivinhar onde ele queria chegar.— E para que você quer isso?Nerón manteve o olhar fixo nela, aquele olhar que sempre parecia penetrá-la até a medula.— Porque agora vou buscar o que